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Comportamento de risco eleva infecções sexualmente transmissíveis no Brasil


Para alertar à população sobre os riscos e consequências de infecções sexualmente transmissíveis e estimular uma mudança de comportamento, o Ministério da Saúde lança neste sábado campanha nacional de prevenção.




A preocupação do HIV entre jovens, o aumento da sífilis e a contínua transmissão das hepatites. O cenário brasileiro mostra que o comportamento de risco vem impedindo o país de avançar no combate às infecções sexualmente transmissíveis. Para incentivar o uso da camisinha e informar principalmente os jovens sobre os riscos e consequências de contrair uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, lançou neste sábado (8), na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro (RJ), a campanha “usar camisinha é uma responsa de todos”.
A campanha de prevenção às Infecções Sexualmente Transmissíveis é permanente. Diferente de outros anos em que o foco foi a prevenção do HIV/Aids, neste ano, apresenta um novo conceito voltado para a prevenção de todas as infecções transmitidas por contato sexual. O objetivo é propor uma mudança de comportamento entre jovens, de 15 a 29 anos, quanto ao uso do preservativo para evitar doenças como sífilis, herpes genital, gonorreia e HPV.
Com veiculação em TV aberta e fechada, rádio, Internet, cinema e mídia exterior, a campanha utiliza a linguagem da Poesia Slam – movimento popular entre os jovens que usa a batalha de poesias associadas à conscientização para gerar debates sobre temas diversos. A ideia é ampliar o acesso às informações sobre este tema, inclusive sobre as consequências trazidas pelas ISTs, para que os jovens possam tomar decisões mais assertivas na condução da prática sexual, ou seja, protegida contra doenças. Abrir mão do uso do preservativo nas relações sexuais pode expor a pessoa, bem como com quem ela se relaciona, a infecções sexualmente transmissíveis.
A camisinha, distribuída gratuitamente nas unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), é a forma mais simples e eficaz de se proteger não só do HIV/Aids, mas também da sífilis, da gonorreia, de hepatites virais e até do zika vírus, além de evitar uma gravidez não planejada.
O ministro lembrou que o uso dos preservativos é constante, ou seja, o ano inteiro. “Antes era só uma campanha anual. Agora tem que ser lembrada periodicamente a cada 3 ou 4 meses, para não deixar cair no esquecimento”, pontuou.
Neste ano, o Ministério da Saúde vai distribuir, ao todo, 570 milhões de preservativos e géis lubrificantes para todo o Brasil. A quantidade representa um aumento de 12% em relação ao ano passado, quando foram enviados 509,9 milhões aos estados. Para o Carnaval, todo o país estará abastecido com 128,5 milhões de preservativos, garantindo a proteção dos foliões contra as ISTs.

INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

As infecções transmitidas por relação sexual são causadas por dezenas de vírus e bactérias durante o contato sexual, sem o uso de camisinha, com uma pessoa que esteja infectada. Por isso, a importância de reforçar constantemente a necessidade de proteção, incentivando o uso de camisinha, principalmente durante o Carnaval.
As ISTs aumentam em até 18 vezes a chance de infecção pelo HIV/Aids. Isso porque as infecções sexualmente transmissíveis geralmente causam lesões nos órgãos genitais, o que aumenta a vulnerabilidade para a pessoa adquirir o HIV, por meio do contato com secreções e sangue. Sem contar que as ISTs, como sífilis, gonorreia e clamídia, por exemplo, podem causar malformações de feto e, inclusive levar ao óbito, entre outras complicações.
Mandetta reforçou que o Sistema Único de Saúde (SUS) possui testes rápidos para IST. “Igual uma gestante que vai na farmácia para fazer um teste rápido de gravidez. A pessoa vai no postinho e pede para fazer o teste rápido de IST”, destacou. De acordo com ministro, a orientação é deixar fácil o acesso dos testes rápidos à população.
SÍFILIS
Infecção causada pela bactéria Treponema pallidum, causa feridas nos órgãos genitais, às vezes com manchas no corpo, febre e ínguas. Apesar de remontar à Idade Média, ainda hoje pode ser considerada uma epidemia pela falta de proteção adequada.
De acordo com dados do Boletim Epidemiológico de Sífilis 2019, foram notificados 158.051 casos de sífilis adquirida em todo o país em 2018, com aumento de 28,3% em relação ao ano anterior. Em gestantes, foram 62.599 casos – ampliação de 25,7% dos casos na comparação com 2017. Já em bebês, foram registrados 26.219 casos de sífilis congênita (transmitida a mãe para o bebê), representando aumento de 5,2% em relação a 2017.
Para o controle da doença no Brasil, o Ministério da Saúde compra e distribui testes rápidos de diagnóstico e oferta tratamento com penicilina benzatina e cristalina. Em 2019, foram enviados aos estados 12,1 milhões de testes diagnósticos, o que corresponde um aumento de 17% em comparação com 2018, quando foram enviados 10,3 milhões de testes.  Para 2020, a previsão é que a pasta distribua mais de 13,9 milhões de testes. Em relação aos medicamentos para o tratamento da doença, há estoque disponível e entregas contratadas para garantir a cobertura estimada dos tratamentos da sífilis com penicilina até outubro de 2020.

HEPATITES VIRAIS
Causadas por vírus que leva à inflamação do fígado, nem sempre apresentam sintomas. Entre as hepatites, o tipo C da doença é a mais prevalente e também a mais letal, com 26.167 casos notificados em 2018, segundo Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2019. Foram ainda registrados, em 2018, 13.922 casos de hepatite B e 2.149 de hepatite A.
As hepatites também podem ser transmitidas por sangue contaminado, sexo desprotegido e compartilhamento de objetos cortantes. O Ministério da Saúde garante a prevenção por meio de vacinas e diagnóstico, com oferta de testes. Em 2019, o Ministério da Saúde distribuiu 19,5 milhões de testes de hepatite B e C. Para 2020, a expectativa é que sejam enviados cerca de 22,4 milhões de testes para esses tipos de hepatites.
HIV/Aids
A aids é a doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV – sigla em inglês). Esse vírus afeta e destrói o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo contra doenças. Dados do último boletim epidemiológico do HIV/Aids mostram que o HIV cresce mais entre os jovens brasileiros. A maioria dos casos de infecção pelo HIV no país é registrada na faixa de 20 a 34 anos (52,7%).
Atualmente, a estimativa é de que 900 mil pessoas vivem com HIV no país. Dessas, 135 mil ainda não sabem que têm a doença. Para ampliar o diagnóstico e início do tratamento, apenas em 2019, o Ministério distribuiu cerca de 12 milhões de testes rápidos para detecção da doença. A previsão é que sejam distribuídos, em 2020, mais de 13 milhões de testes rápidos.

USO DA CAMISINHA

Pesquisas demonstram que o uso do preservativo vem caindo com o passar do tempo, principalmente entre o público jovem. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) todos os dias ocorrem 1 milhão de novas infecções sexualmente transmissíveis. Abrir mão do uso do preservativo nas relações expõe a pessoa e os parceiros que ela se relaciona às IST, incluindo o HIV – que não tem cura. Homens e mulheres apresentam sinas e sintomas distintos para as diferentes ISTs, como é o caso do HPV e da gonorreia, e somente o diagnóstico pode assegurar se ocorreu a infecção; somente o tratamento pode levar à cura; e somente a prevenção pode evitar que haja reinfecção.
AVANÇOS NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE IST
O Ministério da Saúde, permanentemente, busca alternativas e a incorporação de tecnologias mais avançadas no diagnóstico e tratamento de infecções sexualmente transmissíveis no SUS. Em 2019, o Brasil e a Organização Mundial da Saúde (OMS) iniciaram estudo para desenvolver um novo tratamento para a sífilis na gestação, como alternativa à penicilina. A ação ocorre em Pelotas (RS), Vitória (RS) e Fortaleza (CE).
Outra iniciativa é voltada para o tratamento da gonorreia. A partir deste ano, o projeto Sengogo, que monitora a resistência da cepa que transmite a gonorreia ao tratamento convencional, será estendido para todas as capitais brasileiras.
Também está em estudo desde agosto do ano passado, a prevalência e os tipos de HPV em jovens de 16 a 25 anos, após introdução da vacina que protege contra a doença. Para conhecer melhor o comportamento da doença após a imunização, está sendo coletado material biológico em mais de 100 serviços de saúde em todas as capitais do país.
E, ainda, a partir deste ano, o Ministério da Saúde começa a coletar material para estudo da prevalência do HTLV1 em gestantes. Trata-se de um vírus ainda pouco conhecimento, mas que causa complicações graves, como leucemia, lesão nos olhos, pele e artrite.
Por Natália Monteiro, da Agência Saúde
Atendimento à imprensa
(61) 3315-3580 / 2207

Comentários

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