Proteção facial na era da COVID-19: uma revisão narrativa
Autora da Resenha: Mônica Naccache
Referência do artigo:
LI, D. T. S.; et al. Facial protection in the era of COVID-19: a narrative review. Oral Diseases, Jun. 2020. [publicado antes do impresso] DOI: 10.1111/odi.13460. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/odi.13460
Artigo de revisão publicado em periódico, discute sobre os
diferentes tipos de máscaras de proteção facial.
O uso de proteção facial
é essencial na prevenção de infecções. Porém, a eficácia da maioria destes
equipamentos ainda não foi provada. Observa-se a importância do uso de máscaras
de alta-eficiência para profissionais de saúde, e o uso de máscaras comuns para
a comunidade em geral, a fim de reduzir a velocidade de contágio. Este uso é
recomendado principalmente pela possibilidade de transmissão por pacientes assintomáticos.
Os autores descrevem as máscaras respiradoras (N95, FFP2 e
variantes) como sendo as que têm a maior capacidade de filtragem (filtram 90%
das partículas de tamanho similar ao do vírus), possuem quatro camadas de
filtros, se ajustam perfeitamente à face, e devem ser usadas uma única vez.
As máscaras cirúrgicas são usadas quando o risco de contaminação
é de baixo a moderado, e têm três diferentes classificações, de acordo com a
capacidade de filtração. Estas máscaras têm três camadas, mas não filtram
partículas pequenas de forma eficiente e não se ajustam perfeitamente à face,
mas podem ser efetivas em grande número de situações. Estas máscaras são
recomendadas para uso da comunidade em geral, visando a redução do contágio da
COVID-19. Os autores concluem que seu uso pode efetivamente reduzir o contágio,
desde que associado a outras medidas, como o distanciamento social.
As máscaras de uso único e as feitas de tecido têm eficiência
reduzida mas mesmo assim podem contribuir com a redução do contágio, e também
são uma boa alternativa para uso com outras medidas como redução de circulação
e distanciamento social.
Barreiras faciais não oferecem proteção contra o vazamento de
aerossóis em suas margens. A sugestão é que sejam usadas apenas como proteção
adicional (às máscaras, por exemplo). A vantagem é que são robustas e de fácil
desinfecção, além de não bloquearem linguagens de interpretação visual.
Respiradores a bateria (Powered
Air-Purifying Respirator, PAPR) são uma alternativa a algumas
situações na impossibilidade do uso das N95, mas seu custo é bem elevado e
também requer treinamento.
Foi feita uma comparação da incidência de COVID-19 na região de
Hong Kong (onde 96,6% da comunidade em geral usava máscara tipo cirúrgica) com
países em que o uso não era feito, e observou-se que a incidência era bem
menor. Concluiu-se que o uso das máscaras diminui efetivamente a incidência de
COVID-19, reduzindo a emissão de saliva e gotas respiratórias por pessoas contaminadas.
A reutilização das máscaras não é recomendada. Porém, com a
falta de equipamentos, alguns métodos de desinfecção, por calor, por tratamento
químico e por radiação, foram propostos, porém não são 100% seguros, e ainda
existem questões em aberto: as máscaras podem ser efetivamente esterilizadas?
Como? Quantas vezes? As máscaras reutilizáveis devem alcançar um balanço entre
eficiência de filtração e integridade de material. A pesquisa por máscaras
reutilizáveis deveria ser intensa, tendo em vista a possibilidade de surgimento
de novas pandemias e epidemias.
O uso continuado de máscaras faciais pode resultar em problemas
de pele como alergias, úlceras e outras lesões.
Os autores concluem que o uso das máscaras efetivamente reduz o
contágio da COVID-19.
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