Médica do HUAP reforça importância do Outubro Rosa e da prevenção ao câncer de mama
Segundo o INCA, para 2020 foram estimados 66.280 novos casos da doença no Brasil
Outubro Rosa é a denominação do mês dedicado à campanha de conscientização que tem como objetivo principal alertar mulheres e sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce dos cânceres de mama e de colo do útero. Por conta da pandemia de Covid-19, o Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) não vai realizar nenhuma ação para marcar a data em 2020, porém, o assunto deve continuar sendo debatido. Para a mastologista do hospital, Julia Dias, o Outubro Rosa serve como forma de chamar atenção sobre o tema e tirar alguns tabus da doença:
- É um alerta sobre prevenção e diagnóstico precoce, que é muito importante para as taxas de cura do câncer de mama. Quando diagnosticado na sua fase inicial, alcançamos até 95% de cura. Para isso, temos algumas estratégias. A principal delas é a realização regular da mamografia. No SUS, é recomendado que toda mulher faça a cada dois anos a partir dos 50 anos. Recomendamos também o autoconhecimento. Ou seja, a mulher deve estar atenta às suas mamas e, se notar alguma mudança, procurar o mastologista ou médico mais próximo, como nas Clínicas de Saúde da Família, onde o mesmo irá avaliar a necessidade de exames ou consulta com especialista.
No Antônio Pedro, o tratamento de câncer de mama é realizado através do encaminhamento da mulher através da central de regulação. O hospital recebe em torno de seis pacientes novas por semana. Além disso, chegam a ser realizadas 70 consultas neste mesmo período de tempo. Em 2019, foram operadas aproximadamente 180 mulheres no HUAP. Segundo Julia, o atendimento na unidade é oferecido de maneira multidisciplinar:
- Contamos com mastologistas, oncologistas, radiologistas, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e psiquiatras. Temos também o serviço de assistente social e muitas outras áreas que recorremos a depender da necessidade de cada caso. Após o fim do seu tratamento e acompanhamento, a paciente retorna à unidade básica de saúde. Além disso, temos no serviço da Mastologia do HUAP a reconstrução mamária para todas as mulheres que desejam e que possam realiza-la no mesmo momento do tratamento.
Números mostram alto índice de casos e mortalidade por câncer de mama
De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), para o ano de 2020 foram estimados 66.280 novos casos de câncer de mama no Brasil, o que representa uma taxa de incidência de 43,74 casos por 100.000 mulheres. A taxa de mortalidade por este tipo de câncer ajustada pela população mundial apresenta uma curva ascendente e representa a primeira causa de morte por câncer na população feminina brasileira, com 13,84 óbitos/100.000 mulheres em 2018.
Os números do instituto apontam que o câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, representando 24,2% do total de casos em 2018, com aproximadamente 2,1 milhão novos. É a quinta causa de morte por câncer em geral (626.679 óbitos). Na mortalidade proporcional por câncer em pessoas do sexo feminino, no período entre 2014 e 2018, os óbitos por câncer de mama ocupam o primeiro lugar no país, representando 16,5% do total de óbitos.
“Alguns sintomas necessitam de avaliação médica como: aparecimento de nódulo na mama; saída espontânea de secreção pelo mamilo; alteração na pele da mama, por exemplo, ficando vermelha ou inchada; e modificação do mamilo (se ele “entrou”, se está descascando ou com alguma ferida)”, explica Julia. Estes sintomas podem ser observados com o acompanhamento correto, ou seja, com o que é chamado pela médica de prevenção secundária. Ela reitera que isso é feito para se ter um diagnóstico precoce. Afinal, mamografia não impede o câncer de mama.
- A mamografia visa diminuir o impacto da doença na vida da pessoa. Fazer mamografia regularmente foi o único exame que comprovadamente diminuiu as taxas de mortalidade dessa doença. Já a prevenção primária é aquela que visa diminuir a chance de desenvolver o câncer de mama. Sabemos que a doença é multifatorial. Porém, existem alguns fatores de risco que chamamos de modificáveis, ou seja, está ao nosso alcance optar por hábitos de vida que diminuem a chance de termos câncer. São eles: fazer atividade física regular; ingerir bebida alcoólica controladamente; ter um peso adequado; e ter uma alimentação saudável -, finaliza.
Fonte: Unidade de Comunicação Social (UCS)
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