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Alzheimer: Meia hora de exercício físico por dia ajuda a ‘blindar’ o cérebro



Nadar, caminhar ou pedalar meia hora por dia, cinco vezes na semana, pode ser o caminho para proteger o seu cérebro do Alzheimer. É o que afirma o professor Mychael Lourenço, do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fazer exercício físico regular, ter uma alimentação saudável e balanceada, realizar atividades que estimulem o cérebro (veja exemplos no infográfico) e não fumar reduzem em até 50% as chances de desenvolver Alzheimer, diz o especialista.

Lourenço e uma equipe com outros cientistas da UFRJ descobriram que, durante a atividade física, os músculos liberam no sangue um hormônio chamado irisina. Esta substância viaja até o cérebro e estimula as conexões entre os neurônios, que são chamadas de sinapses.

— Esse estímulo de sinapses é essencial para a formação de memórias e para manter o nosso cérebro funcionando adequadamente — explica Lourenço.

E quanto mais cedo a pessoa começar a praticar atividades físicas, mais protegido fica o cérebro contra o Alzheimer e outras demências. No entanto, estudos feitos com pessoas que tinham 60 anos ou mais e maior predisposição para ter Alzheimer, e que foram submetidas a intervenções na rotina que incluíam exercícios físicos, tiveram menores riscos de desenvolver a doença.

— Então, começar relativamente “tarde” também parece ser protetor — comenta Lourenço.

Segundo o cientista, os exercícios aeróbicos são os que mais ajudam na produção de irisina. E não é a intensidade o fator mais importante para a liberação do hormônio, mas sim a regularidade das atividades.

— O recomendado é a prática de 150 minutos de atividade física por semana. Este protocolo tem se mostrado efetivo em diminuir demência no final da vida — afirma o especialista.

A atividade física também é recomendada para quem já tem o diagnóstico de Alzheimer. Estudos mostraram que fazer caminhadas regulares por um ano diminui a progressão da doença, o que dá mais qualidade de vida e autonomia para os pacientes.

O mal de Alzheimer é um tipo de demência. A doença é causada pela morte de neurônios, como explica o psiquiatra Ricardo Patitucci, diretor clínico da Casa de Saúde Saint Roman:

— Há uma morte neuronal por oxidação dos neurônios. Quando eles são oxidados, forma-se uma proteína em torno deles que os fazem ser destruídos pelo próprio organismo, porque esta proteína começa a se replicar e deixar o neurônio disfuncional.

Os benefícios dos exercícios físicos como forma de frear o avanço do Alzheimer foram abordados por Mychael Lourenço durante o evento online UFRJ+100, em comemoração aos 100 anos da universidade.

HORA DE SE MEXER

  • Cinco benefícios dos exercícios
  • Função protetora dos neurônios: estudos indicam que quem faz atividade física previne o depósito da proteína beta-amilóide em torno das células nervosas
  • Libera hormônios e substâncias como irisina, dopamina, endorfina e serotonina, que em conjunto protegem o cérebro e agem sobre a saúde mental
  • Tem efeito benéfico contra sintomas da demência, como depressão e ansiedade
  • Controla fatores de risco, como pressão arterial, glicemia, colesterol e triglicerídeos
  • Melhora o metabolismo e as funções cardiovasculares, o que aumenta a oxigenação cerebral
  • Atividades indicadas

- Caminhar cinco vezes por semana por meia hora é uma atividade altamente recomendada para qualquer pessoa, mas especialmente para idosos. Hidroginástica, natação, dança, musculação, corrida e outras atividades também são recomendadas

- O importante é achar um exercício de que a pessoa goste, senão vira castigo. Estabeleça estratégias individuais, de acordo com os interesse de cada um

É recomendado que se faça um teste com um neuropsicólogo, que vai indicar que terapias e exercícios são indicados em cada caso. Nesse teste, avalia-se que questões estão mais comprometidas no paciente com Alzheimer. Entre as possibilidades, destacam-se sintomas como:

  • Concentração
  • Atenção
  • Raciocínio
  • Memória, especialmente a de curto prazo
  • Tomada de decisão
  • Flexibilidade mental
  • Autocontrole

Fonte: Elaine Di Sarno, neuropsicóloga especializada em Avaliação Psicológica e Neuropsicológica e Terapia Cognitivo Comportamental, via GE



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