A cirurgia para transplante de coração, como o procedimento a que o apresentador Fausto Silva, o Faustão, foi submetido neste domingo, pode durar até 4 horas e demanda uma recuperação de cerca de 30 dias de internação. As informações são da cardiologista Stephanie Rizk, especialista em insuficiência cardíaca, transplante cardíaco e coração artificial da Rede D’Or, Hospital Sírio-Libanês e médica da Cardio-Oncologia do InCor.
De acordo com boletim médico divulgado pelo Hospital Albert Einstein, onde Faustão está internado, a cirurgia durou até menos tempo, cerca de 2h30. De acordo com médicos, o estado clínico do paciente pode influenciar na duração do procedimento, considerado complexo.
Assim que o cardiologista determina a necessidade de transplante, o paciente é colocado em uma fila administrada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O tipo sanguíneo e a compatibilidade do órgão podem fazer com que a espera seja mais longa ou mais curta. Não existe, no Brasil, como comprar o órgão, por exemplo.
Quando um potencial doador entra no sistema, a Central de Transplantes entra em contato com a equipe de transplantes do paciente prioritário mais apto a receber aquele coração, em termos de compatibilidade do tipo sanguíneo. A equipe então avalia se aquele coração é adequado ou não para o paciente (idade, se usa drogas, se tem infecção ativa, peso, altura, IMC, condição clinica do doador), com base em uma série de critérios que indicam se aquele órgão é viável ou não.
O órgão é retirado do doador por um cirurgião da equipe de transplantes do paciente. O coração é preservado por armazenamento estéril, hipotérmico, a uma temperatura de 4 graus e com uma solução cardioprotetora e levado até o hospital onde será realizado o transplante. O ideal é que o transplante do órgão seja feito em até 4 horas depois da extração.
O paciente só recebe a confirmação do transplante quando a equipe de captação está no local e constata que o órgão é realmente viável. O preparo para a cirurgia consiste em jejum de 6 a 8 horas e uso de imunossupressores.
Já no centro cirúrgico, os médicos desviam o sangue do paciente para uma máquina de circulação extracorpórea, que mantém o fluxo sanguíneo durante toda a operação, possibilitando a retirada do órgão. O novo coração é colocado e a circulação do paciente é restabelecida.
Tipicamente, após a cirurgia bem sucedida, o paciente vai para UTI e lá permanece por cerca de uma semana, sob efeito de imunossupressores e outros medicamentos. O paciente em geral tem alta só depois de 30 dias, em média. Algumas pessoas têm indicação de tomar remédios para doenças oportunistas nos três a seis primeiros meses e todos devem tomar imunossupressores para o resto da vida.
O paciente é submetido frequentemente a exames diversos para acompanhar a evolução do novo órgão e ver se a adaptação está sendo adequada. Geralmente, o procedimento pode considerado bem-sucedido como um todo depois de 12 meses, quando há redução da possibilidade de rejeição.
Fonte: Jornal Extra
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