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TDAH: o que é, sintomas, causas e tratamento

 Crianças com TDAH podem ter maior dificuldade para focar

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurobiológico caracterizado principalmente por sintomas como desatenção, dificuldades para controlar comportamentos impulsivos e inquietação.

TDAH na infância

É um dos transtornos que afetam o neurodesenvolvimento mais comuns em crianças. Seu início é sempre na infância, embora ele possa ser identificado em alguns casos apenas de forma tardia, na adolescência ou na fase adulta.

De acordo com o Instituto Paulista de Déficit de Atenção (IPDA), estudos internacionais sugerem que de 3% a 7% das crianças e adolescentes em idade escolar são diagnosticadas.

Os meninos são mais propensos a apresentarem TDAH. O distúrbio não tem cura, mas em alguns casos os sintomas podem melhorar na fase adulta. Porém, de 50% a 60% dos pacientes continuam a apresentar as manifestações do transtorno quando mais velhos.

MAIS SOBRE TDAH

Quais são os 18 sintomas do TDAH?

Os 18 sintomas de TDAH podem ser divididos na área de desatenção e de hiperatividade e impulsividade. São eles:

Desatenção:
  • Apresentar uma tendência a não focar em detalhes ou a cometer erros por descuido;
  • Encontrar dificuldades em manter o interesse em tarefas ou atividades lúdicas;
  • Demonstrar um possível desinteresse quando alguém se comunica;
  • Apresentar desafios em seguir instruções até o final e concluir tarefas;
  • Experienciar dificuldades na organização de tarefas e atividades;
  • Evitar atividades que requerem um esforço mental prolongado;
  • Ter o hábito de perder objetos necessários para tarefas ou atividades;
  • Ser facilmente distraído por estímulos do ambiente;
  • Mostrar esquecimento em relação a atividades cotidianas.

Hiperatividade e Impulsividade:
  • Demonstrar propensão a se levantar da cadeira de maneira inadequada;
  • Apresentar movimentos inquietos, como mexer os pés ou as mãos, ou movimentar-se na cadeira;
  • Ter uma tendência a correr ou subir em objetos;
  • Encontrar dificuldade em brincar (ou trabalhar) com tranquilidade;
  • Mostrar um alto nível de atividade, como se estivesse sempre "ligado";
  • Ter uma tendência a falar em excesso;
  • Responder rapidamente, mesmo antes de terminar uma pergunta;
  • Encontrar dificuldade em esperar pela sua vez;
  • Demonstrar a tendência de interromper ou se intrometer na conversa de outros.
Como saber se tenho TDAH?

Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), um sinal de alerta é quando a criança manifesta ao menos seis sintomas de desatenção ou de hiperatividade e impulsividade, durante pelo menos seis meses e de forma inadequada para o seu nível de desenvolvimento.

No caso de maiores de 17 anos, ao menos cinco sintomas em uma das áreas já são suficientes. Nessas situações, é necessário buscar um especialista, como um psiquiatra, um neurologista ou um neuropediatra, que poderá fazer uma análise do caso e fornecer o devido diagnóstico.

Como fazer o teste de TDAH?

A identificação, ou não, de um quadro de TDAH é feita por meio da avaliação clínica do médico, já que não existe um teste capaz de comprovar a presença do transtorno. O profissional analisa a presença dos sintomas, o contexto em que eles aparecem, os ambientes, entre outros fatores.

Quais são os tipos de TDAH?

Com base na prevalência maior ou menor de cada conjunto de sintomas, o TDAH pode ser dividido em três tipos. São eles:

  • TDAH predominantemente desatento: quando o indivíduo apresenta os sintomas de ambos os tipos, porém de forma mais predominante os de desatenção;
  • TDAH predominantemente hiperativo-impulsivo: quando o indivíduo apresenta os sintomas de ambos os tipos, porém de forma mais predominante os de hiperatividade e impulsividade; e
  • TDAH combinado: quando os sintomas dos dois tipos estão igualmente presentes no paciente.
O que causa o TDAH?

Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção e a Associação Americana de Psiquiatria, há evidências científicas de que pacientes com TDAH têm alterações no cérebro, como na região frontal, no volume de massa branca e cinzenta e nas ligações entre as células nervosas.

Em relação ao que leva a essas mudanças, estudos têm indicado de forma mais consensual o papel de uma predisposição genética. Além disso, outros fatores não genéticos que têm sido associados, mas ainda sem evidência robusta, são:
  • Parto prematuro,
  • Exposição a substâncias tóxicas durante a gravidez, como chumbo, consumo de álcool e tabagismo;
  • Estresse extremo na gestação.
Como é o tratamento do TDAH?

O tratamento do TDAH geralmente envolve uma combinação de psicoterapia e medicamentos, como o metilfenidato (Ritalina) ou antidepressivos. Entre crianças, os remédios costumam ser evitados se possível, por serem pacientes que ainda estão passando por um processo de desenvolvimento.

Além disso, nessa faixa etária, pode haver a necessidade de uma equipe multidisciplinar, a depender dos sintomas. Crianças com problemas para se comunicar, por exemplo, podem precisar do acompanhamento de um fonoaudiólogo.

Reduzir o consumo de estimulantes, como açúcar e cafeína, e ter uma rotina de atividades físicas intensas também são práticas que podem ajudar no controle dos sinais. Mas somente o médico poderá indicar o melhor tratamento para cada paciente.

Fontes: Associação Brasileira do Déficit de Atenção; Instituto Paulista de Déficit de Atenção (IPDA); Associação Americana de Psiquiatria; Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC); Hospital Pequeno Príncipe e Rede D’or.


Fonte: O Globo

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