Pular para o conteúdo principal

Nem todo repelente funciona contra dengue; veja quais são os eficazes

 Três tipos de repelentes são autorizados para uso individual no país pela Anvisa

Usar repelente diariamente é a melhor forma individual de proteção contra a dengue. Atualmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem três substâncias ativas sintéticas registradas como eficazes no combate ao mosquito:

  • DEET (N-dimetil-meta-toluamida ou N,N-dietil-3-metilbenzamida),
  • Icaridina (Hydroxyethyl isobutyl piperidine carboxylate ou Picaridin)
  • IR3535 (Ethyl butylacetylaminopropionate ou EBAAP).
Existem ainda produtos registrados contendo como substância ativa o extrato vegetal ou o óleo de citronela.

No entanto, especialistas afirmam que nem todas são altamente eficazes na prevenção da picada do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. Segundo Luciana Costa, professora associada e diretora do Instituto de Microbiologia Paulo de Góes -UFRJ, os dois compostos com eficácia comprovada são DEET e icaridina.

Já o infectologista Alexandre Naime Barbosa, professor da Unesp e coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), recomenda o uso de repelentes à base de icaridina 25%. Estudo realizado por pesquisadores da Unesp Botucatu concluiu que esses são aos mais eficazes. Seu efeito também é mais prolongado.

— Não significa que os outros não funcionem, mas funcionam por menos tempo e com menor efetividade — diz Barbosa.

Além do princípio ativo,m é preciso estar atendo à concentração. Quanto maior a concentração do composto ativo, maior a proteção. Por exemplo, enquanto repelentes de icaridina 25% protegem por um período de 10 a 12 horas, a depender da marca, existem produtos com icaridina em melhor concentração, que duram por menos tempo. Essas informações estão presentes no rótulo do produto.

Independentemente da escolha, para que o repelente funcione, é preciso estar atento às indicações de utilização, também disponíveis no rótulo, reaplicando após o fim do período de efeito ou após suar, por exemplo. Por outro lado, é preciso atentar-se ao excesso de uso. Reaplicar em um tempo mais curto que o recomendado, sem necessidade, pode levar à intoxicação, em especial em crianças.

Uso pediátrico

No que diz respeito ao uso de repelentes em crianças, é preciso estar atento, pois nem todas as composições são de uso pediátrico. Por exemplo, produtos à base IR3535 podem ser usados para crianças acima de 6 meses. Já aqueles com DEET, icaridina e óleo de citronela, são indicados para crianças acima de 2 anos, a depender da concentração.

Produtos com DEET, por exemplo, só podem ser utilizados em crianças de 2 a 12 anos de idade, na concentração de até 10% do ativo, restrita a apenas três aplicações diárias, evitando-se o uso prolongado. Por isso, orienta-se sempre ler o rótulo para saber se determinado produto é aprovado para crianças.

Repelentes caseiros

As redes sociais estão inundadas de receitas naturais milagrosas para tudo, incluindo para proteger contra a dengue. A bióloga Denise Valle, especialista em Aedes aegypti, e pesquisadora do Laboratório de Medicina Experimental e Saúde do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) alerta para a ineficácia desses produtos.

— Para o repelente ser eficiente, ele tem que atender três condições: o princípio ativo tem que ser eficaz, tem que ter uma persistência no corpo e que estar num veículo que não vai agredir a sua pele. Muitos dos repelentes caseiros podem até ter algum princípio ativo que funciona, mas não há comprovação ou garantia de que ele não vai agredir a pele nem da duração do efeito.

Produtos para uso no ambiente

Existem repelentes para uso no ambiente. Esses produtos são comercializados na forma de espirais, líquidos e pastilhas utilizadas, por exemplo, em aparelhos elétricos e servem para afastar os mosquitos do ambiente.

"Os repelentes em aparelhos elétricos ou espirais não devem ser utilizados em locais com pouca ventilação nem na presença de pessoas asmáticas ou com alergias respiratórias. Podem ser colocados em qualquer ambiente da casa, desde que estejam, no mínimo, a dois metros de distância das pessoas”, recomenda a Anvisa.

Comentários

Populares

Campanha Hanseníase 2018

Fonte: Portal da Saúde

UFF responde: Alzheimer

  Doença de causa desconhecida e incurável, o Alzheimer é a forma mais comum de demência e afeta, principalmente, idosos com mais de 65 anos. Identificada inicialmente pela perda de memória, pessoas acometidas pela doença têm, a partir do diagnóstico, uma sobrevida média que oscila entre 8 e 10 anos, segundo o  Ministério da Saúde  .  Em um  Relatório sobre Demência , a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que mais de 55 milhões de pessoas no mundo possuem algum tipo dessa doença, sendo mais de 60% dessas pessoas habitantes de países de baixa e média renda. A previsão é de que esse número ultrapasse mais de 130 milhões no ano de 2050. Outros dados apresentados na publicação indicam que a demência é a sétima maior causa de morte no mundo e que, em 2019, representou um custo global superior a 1 trilhão de dólares. Com o intuito de criar ações para o tratamento e a conscientização sobre a Doença de Alzheimer e de demências, em junho de 2024, foi instituída a...

Faculdade de Medicina da UFF celebra 100 anos com nova sede e programação especial

  A UFF celebrou, ontem (1), o centenário da Faculdade de Medicina. O evento, realizado no teatro da universidade, contou com a presença de autoridades acadêmicas e civis, docentes, servidores, estudantes e ex-alunos, reunindo gerações que marcaram a história da unidade. A programação contou com a conferência “ A Medicina nos últimos 100 anos ”, ministrada pela professora Eliete Bouskela, presidente da Academia Nacional de Medicina, além de homenagens a personalidades e ex-professores que contribuíram para a trajetória da unidade e da apresentação do Quarteto de Cordas. Na ocasião, foram entregues medalhas e troféus comemorativos, simbolizando o reconhecimento ao legado de excelência, ética e compromisso social da Faculdade de Medicina ao longo de um século. Quarteto de Cordas durante a solenidade do centenário da Faculdade de Medicina da UFF. Foto: Joaquim Guedes/SCS Com uma trajetória marcada pela excelência na formação de profissionais e pelo compromisso com a saúde pública, a u...

Vacina experimental pode trazer alívio para alergia a amendoim

Um estudo publicado no "Journal of Allergy and Clinical Immunology" nesta quarta-feira (11) demonstra como vacinas podem ser utilizadas com sucesso no tratamento de alergias. Uma boa parte das alergias ocorre quando o sistema imunológico percebe alguns alimentos como "invasores" a serem atacados. Como se o amendoim virasse um vírus, por exemplo. A partir dessa premissa, assim, cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, desenvolveram uma vacina capaz de fazer com que o sistema imune não reaja a substâncias presentes no amendoim como se elas fossem atacar o organismo. Em testes em camundongos, três doses mensais de uma vacina aplicada pelo nariz protegeram ratos de reações alérgicas. Ao todo, a vacina foi desenvolvida após quase duas décadas de estudo. Os ratos responderam às alergias a amendoim de forma similar aos humanos afetados, com sintomas que incluíam coceira na pele e dificuldade para respirar. O estudo avaliou a proteç...

Huap-UFF é o primeiro hospital de Niterói (RJ) a realizar criobiópsia de nódulo pulmonar por meio de ecobroncoscopia

  O Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (Huap-UFF), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realizou pela primeira vez um procedimento de criobiópsia de nódulo pulmonar guiado por ultrassonografia endobrônquica radial. O uso da técnica, que é um avanço no diagnóstico precoce do câncer de pulmão, torna o Huap a única instituição a oferecer esse tipo de exame pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na região metropolitana II do Rio de Janeiro. O procedimento, realizado no último dia 22 de agosto, é um marco na modernização do parque tecnológico do Serviço de Endoscopia Digestiva e Respiratória do Huap-UFF e  faz parte das ações do projeto “Integra – uma proposta de integração academia/serviço”,  aprovado pelo edital Nº 15/2023, da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, que garantiu o valor de R$4.438.000 (quatro milhões, quatrocentos e trinta e oito mil reais) para 24 m...