Os planos de saúde serão obrigados a cobrir a oferta do implante contraceptivo Implanon, da empresa Organon, para mulheres de 18 a 49 anos a partir de 1º de setembro no Brasil. A medida foi aprovada em reunião da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no último dia 8.
A legislação brasileira determina que tecnologias incorporadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) devem ser incluídas no rol das operadoras de saúde dentro de um prazo de até 60 dias. No início de julho, o Ministério da Saúde anunciou a oferta do Implanon na rede pública após parecer favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).
A expectativa do ministério é, até 2026, distribuir 1,8 milhão de implantes por meio do SUS, 500 mil apenas neste ano. O produto custa entre R$ 2 mil e R$ 4 mil, e o investimento do governo será de aproximadamente R$ 245 milhões.
O Implanon é um implante subdérmico indicado para prevenir a gravidez indesejada. É um pequeno bastão de plástico flexível, de 4cm por 2mm de diâmetro, que contém 68 mg de etonogestrel. Ele deve ser colocado diretamente sob a pele, embaixo do braço, com anestesia local, exclusivamente por um médico ou enfermeiro especializado na técnica.
O etonogestrel, um hormônio feminino, passa a ser liberado de forma contínua do implante para a corrente sanguínea. A quantidade no implante é suficiente para a liberação durante um período de até três anos. Ao longo desse tempo a ação do hormônio impede a liberação do óvulo e altera a secreção do colo do útero, dificultando a entrada dos espermatozoides.
Segundo a empresa responsável pelo implante, a eficácia para evitar a gravidez é de 99,95%, a maior observada entre todos os métodos contraceptivos. Tássia Ginciene, diretora de Relações Institucionais da Organon Brasil, diz que "isso se deve, especialmente, ao fato de não depender da lembrança diária, como ocorre com outros métodos”.
Para ela, a incorporação do Implanon no SUS e a cobertura obrigatória pelos planos de saúde “é um passo gigante para garantir que cada brasileira possa escolher, de forma informada, o método que melhor se adapta à sua vida e às suas necessidades".
De acordo com o Ministério da Saúde, após os três anos o implante deve ser retirado e, se houver interesse, um novo poderá ser inserido imediatamente. A fertilidade também retorna rapidamente após a remoção caso a mulher decida engravidar.
A pasta destaca que hoje, entre os métodos disponíveis no SUS, apenas o DIU de cobre tem ação de longa duração. A rede pública também disponibiliza preservativos externo e interno; anticoncepcional oral combinado; pílula oral de progestagênio; injetáveis hormonais mensal e trimestral; laqueadura tubária bilateral e vasectomia.
Fonte: Jornal Extra
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