As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) constituem o problema de saúde de maior magnitude e são responsáveis por 72% das mortes no País. Divididas em quatro grupos (cardiovascular, câncer, respiratórias crônicas e diabetes), as DCNTs têm em comum fatores de risco modificáveis: tabagismo, consumo de álcool, inatividade física, alimentação não saudável e obesidade.
Por isso, o Ministério da Saúde lançou nesta quinta-feira, 18, o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, 2011-2022, onde estão definidas e priorizadas as ações e os investimentos necessários para preparar o país para enfrentar e deter as DCNTs nos próximos dez anos. A meta é diminuir em 2% ao ano a taxa de mortalidade prematura pelas DCNTs. O tema também será alvo da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em setembro de 2011, em Nova York, com a participação dos chefes de Estado, entre os quais a presidente Dilma Rousseff.
“A colaboração de todos os setores sociais é essencial para o enfrentamento dessas doenças: indústria, escola e, principalmente, o papel das famílias é primordial, pois estamos falando de hábitos de vida: alimentação saudável, exercícios físicos”, destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na abertura do Fórum Nacional de Apresentação do Plano, em Brasília.
Em 2007, a taxa de mortalidade por DCNTs no Brasil foi de 540 mortes por 100 mil habitantes. Apesar de elevada, observou-se redução de 20% nessa taxa na última década, principalmente em relação às doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas. Entretanto, as taxas de mortalidade por diabetes e câncer aumentaram nesse mesmo período. A redução das DCNTs pode ser, em parte, atribuída à expansão da atenção primária, melhoria da assistência e redução da prevalência do tabagismo nas últimas duas décadas, que passou de 34,8% (1989) para 15,1% (2010). Com o Plano, espera-se chegar a taxa de 196 por 100 mil habitantes em 2022.
De outro lado, os níveis de atividade física no lazer na população adulta são baixos (15%) e apenas 18,2% consomem cinco porções de frutas e hortaliças em cinco ou mais dias por semana. Para piorar, 34% consomem alimentos com elevado teor de gordura e 28% bebem refrigerantes cinco ou mais dias por semana, o que contribui para o aumento da prevalência de excesso de peso e obesidade, que atingem 48% e 14% dos adultos, respectivamente.
Entre as ações da política antitabaco, que refletem no declínio da prevalência das DCNTs, destacam-se as ações regulatórias, como a proibição da propaganda de cigarros, a obrigatoriedade da publicação de advertências nos maços do produto e a adesão à Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco. Este ano, foram realizadas consultas públicas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ampliação das advertências nos maços, maior controle da propaganda nos pontos de venda e proibição de aditivos que dão sabor ao cigarro.
As DCNTs também têm impacto na economia. “As doenças crônicas não transmissíveis provocam impacto anual de 1% no PIB do Brasil e de 2% no PIB da América Latina, segundo estimativa da Organização Pan-americana da Saúde (Opas). Isso porque as doenças levam à redução da produtividade no trabalho, afetando a renda das famílias”, alerta Padilha.
Leia no portal do Ministério da Saúde: Ministro lança plano para reduzir taxa de mortalidade prematura por doenças crônicas
Fonte : INCA
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