Estudo americano aponta que, entre 2000 e 2011, ocorreu um aumento de 45% nestes procedimentos. Em 2011, foram realizados 150 mil no Brasil
Há 50 anos, elas promoveram mudanças no mercado de beleza e ainda continuam causando polêmica. Apesar dos escândalos protagonizados no início de 2012 por algumas empresas fabricantes de implantes mamários, tudo indica que as cirurgias estéticas para colocar próteses nos seios continuam sendo as preferidas das brasileiras. De acordo com a estatística apresentada pela Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (American Society of Plastic Surgeons – ASPC), entre 2000 e 2011, ocorreu um aumento de 45% nestes procedimentos. Só no último ano, foram realizados 150 mil no Brasil.
Dados divulgados em 2009 por uma pesquisa encomendada ao Datafolha pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) indicam que, entre os procedimentos cirúrgicos estéticos – e não reparadores – realizados no Brasil, o aumento de mamas ocupa o primeiro lugar com 21%. A redução ocupa o quarto lugar, correspondendo a apenas 12%.
Sonho realizado
Antes de fevereiro deste ano, a comerciante Viviane Pacheco, de 35 anos, dizia “não ter nada” nos seios. Agora ela tem, no mínimo, 255 mililitros de cada lado.
“Sempre quis colocar, mas estava pensando sobre quantidade ainda. Acho que acertamos na escolha, meu médico e eu, pois ficou do jeito que queria, nada exagerado. Deixei de lado meus sutiãs com bojo e agora posso usar meus tops sem me sentir mal. Sem contar nas camisetas”, orgulha-se Viviane.
Já a instrumentadora Monique Moreira, de 48 anos, fez sua primeira cirurgia no início dos anos 1990, quando confusões envolvendo implantes nos EUA ainda estavam à tona. Enquanto lá as mulheres ganhavam causas na justiça contra marcas de silicone, proibidas de serem comercializadas – algumas delas chegaram a declarar falência –, aqui no Brasil, o gel coesivo já estava sendo usado. Com esta técnica, em caso de rompimento, o conteúdo da prótese passou a não correr o risco de se espalhar pelo corpo. Esta é a tecnologia usada até hoje, mas sempre em aperfeiçoamento.
“Realizei minha primeira troca só há três anos, por conta de um encapsulamento. A mama ficou dura. Aproveitei para colocar mais 65 mililitros. O material das duas próteses é bem diferente e os exames para checar as condições também mudaram muito com o tempo”, declara.
Mudanças significativas
As mudanças mais significativas foram nas décadas de 1980 e 1990. No início, a prótese era feita com uma composição química mais agressiva e consistência mais líquida. A capa de cobertura era frágil, lisa e com grandes chances de rompimento. Mas as críticas não demoraram a aparecer e, durante muitos anos, o silicone para aumento de seios foi considerado causa de muitos problemas de saúde.
“Com o tempo, a capa passou a ter mais camadas e ganhou ranhuras, deixando de ser lisa. O fato de ser lisa gerava uma série de complicações no procedimento, como a possibilidade de colocar a prótese somente por trás do músculo”, conta o cirurgião plástico e membro da ASPC Luiz Victor Carneiro Jr.
De volta ao mercado
Se apenas em 2006 o governo americano voltou a autorizar a comercialização de próteses, em março de 2012 foi a vez do Brasil ter problemas com processos. Depois de alguns exemplares estourados, marcas brasileiras e importadas terão que possuir um novo selo do Inmetro e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No começo de julho, três meses depois da determinação da agência, a assessoria de imprensa da SBCP divulgou uma nota certificando a primeira empresa a voltar a ser comercializada no País, a curitibana Lifesil. As outras ainda precisam da aprovação para voltarem a ser vendidas oficialmente.
Fonte : O Fluminense
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