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Mundo tem 34 milhões de pessoas contaminadas pelo HIV

Antirretroviral Truvada não cura, mas ajuda na prevenção do vírus. Profissionais falam das consequências e das incertezas do remédio aprovado pela agência americana

No início desta semana, correu o mundo a notícia de que a FDA - agência americana que regulamenta remédios e alimentos - aprovou a indicação do antirretroviral Truvada como forma de prevenir a infecção pelo HIV. O assunto ganhou mais força com a divulgação do relatório do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) indicando que 34,2 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo. Mas junto com a informação veio a preocupação de alguns infectologistas e pesquisadores, sobre como essa questão está sendo tratada. 

Paulo Furtado, infectologista do Hospital Niterói D’Or alerta: “É preciso deixar claro que não há cura, ainda, para a infecção pelo HIV e sim tratamento, o que tem permitido melhor qualidade de vida para o paciente”.

Ainda de acordo com o médico, a utilização de medicamentos na profilaxia pré-exposição - método de prevenção antes de uma possível exposição ao HIV - já existe em vários estudos em ambiente de pesquisa a partir de ensaios clínicos controlados mostrando-se eficaz. 

“No entanto, permanecem incertezas quanto a sua utilização na ‘vida real’ para fins de recomendação à população por questões de efeitos adversos, aderência do paciente e a crença de que não é necessário o uso de preservativo, causando assim o consequente aumento do risco de infecção pelo HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis (DST) como Sífilis e Hepatite B”, explica.

Furtado alerta que o tema começou a ser discutido no ano passado. 

“Os debates, sobre o uso do medicamento no Brasil, já estão sendo realizados no Ministério da Saúde desde 2011 em conjunto com a OMS (Organização Mundial da Saúde) e demais instâncias, a fim de análise minuciosa de prós e contras e em que circunstâncias o medicamento pode ser usado”.

Na opinião do biólogo Ritson Ecard, a população precisa ser melhor informada sobre a verdadeira utilidade do uso do medicamento. 

“O que é preciso deixar claro para a população é que a divulgação de medicamentos como o Truvada não substitui o tradicional método contraceptivo, que é o uso do preservativo”, opina Ritson.

Ainda de acordo com o professor esse assunto precisa ganhar as salas de aulas. 

“Este é um tema de extrema importância para toda a população. Nós, professores, temos que levar ao conhecimento dos nossos alunos informações sobre este assunto. Este trabalho educacional ajuda muito na divulgação e na prevenção contra a infecção pelo HIV”, argumenta.

Medicamento

O Truvada é uma combinação de dois medicamentos específicos para tratamento de infecção pelo HIV, a emtricitabina e o tenofovir, já conhecidos há alguns anos.

“O registro deste medicamento no FDA tem por finalidade apenas a sua comercialização nos EUA. O tenofovir já existe no Brasil desde 2003 e faz parte de esquemas de tratamento para HIV. A emtricitabina não existe no Brasil ainda. O uso deste e outros medicamentos antirretrovirais busca três funções: tratamento de infectados que necessitem de terapia específica, profilaxia pós-exposição sexual em situações pontuais e já determinadas pelo Ministério da Saúde e na profilaxia pré-exposição em casais sorodiscordantes, isto é, quando um deles não é portador do HIV”, explica Paulo Furtado.

Fonte : O Fluminense

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