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Novo centro de alta tecnologia estuda genoma e células na Unicamp


A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) inaugurou, no início deste mês, um laboratório de alta tecnologia que integra de forma pioneira no país áreas de pesquisa de genoma e células humanas.
O Laboratório Central de Tecnologias de Alto Desempenho em Ciências da Vida (LaCTAD) faz parte da aposta da universidade em espaços muldisciplinares que ampliem os pontos de contato entre as diversas áreas do conhecimento.
Antes de ocupar um prédio de 1,2 mil metros quadrados, que custou R$ 4,5 milhões, o LaCTAD estava disperso entre os institutos de Química, Biologia e o Hemocentro da universidade.
Fragmentado assim, funcionava desde a segunda metade de 2012.
Com a unificação do laboratório, serão realizadas pesquisas sofisticadas sobre genes e células, só possíveis devido aos seus equipamentos de alta tecnologia.
“Hoje as ciências da vida exigem dados que esses equipamentos geram”, diz o Prof. Dr. Ronaldo Allesi Pilli, pró-reitor de pesquisa da Unicamp.
"Arcar com os custos (compra, operação, manutenção) dos aparelhos inviabilizaria qualquer pesquisa", afirma Pilli. Com resultados mais refinados, a Unicamp quer aumentar a visibilidade de seus trabalhos.
Genoma
Especializado em quatro áreas, o LaCTAD já recebeu cerca de cem cientistas de dentro e de fora da Unicamp. Os pesquisadores de genômica sequenciam o código genético para identificar padrões e possíveis anomalias. O código é uma espécie de “receita de bolo” do funcionamento do corpo de todo ser vivo.

Com isso, tentam descobrir por que ocorrem certos desvios dos genes, geralmente relacionados a alguma doença. Já a área de bioinformática reconstrói em computadores o genoma desmontado pelos cientistas.
Para se ter ideia do gigantismo da operação, em 11 dias, o analisador de genoma sequencia 600 trilhões de bases de DNA. Com isso, é possível sequenciar os códigos genéticos de 200 pessoas.
Para guardar tanta informação, o LaCTAD conta com um sistema de armazenamento (storage) próprio de 48 Terabytes.
Sem todo o aparato, o sequenciamento de um único genoma poderia demorar até um mês. “Esses equipamentos geram grande quantidades de dados e podem funcionar sete dias por semana”, afirmou ao G1 o pró-reitor de pesquisa da Unicamp.
As outras áreas são a proteômica, que estuda como os genes sintetizam as proteínas, e a de biologia celular, que analisa o comportamento das células.
Com isso, podem, por exemplo, verificar qual o efeito que determinado narcótico exerce sobre as funções celulares.
Mão de obra
Para custear os equipamentos, a Unicamp recebeu R$ 5 milhões da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Além dos sequenciadores e do storage, foram comprados aparelhos como um microscópio celular.

No momento a equipe conta com dez funcionários e, até o fim do ano, mais sete deverão ser contratados.
Além de todo trabalho de pesquisa, o LaCTAD também tem o objetivo de formar mão-de-obra técnica. Para isso, promove cursos de Bioinformática. Já foram seis turmas em que 280 pessoas já se formaram. A próxima edição do curso “Algoritmos e Técnicas Computacionais para Montagem e Análise de Genomas” ocorrerá em julho.
Fonte : G1


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