Pular para o conteúdo principal

Entenda a doença degenerativa de Machado-Joseph, que afetava ator Guilherme Karam

Vítima da doença degenerativa Machado-Joseph, o ator Guilherme Karam morreu nesta quinta-feira, aos 58 anos. Ainda não foi divulgada a causa de sua morte — uma vez que a doença, em si, não mata, mas causa graves consequências no organismo, como pneumonia e imunidade baixa. Hereditária e autossômica dominante (que atinge cromossomos que não estão ligados ao sexo), a doença não tem cura.

— Ela atinge áreas do sistema nervoso responsáveis pelo movimento, coordenação, habilidade de engolir, visão e fala — explica Vanessa Müller, diretora médica da clínica VTM Neurodiagnóstico — A sobrevida do paciente varia de acordo com a gravidade, mas a média é de cerca de 25 anos.

A chance da doença passar de pai para filho é de 50%, explica a médica. Na família de Guilherme, a mãe e dois irmãos morreram em decorrência do problema, e uma irmã também foi atingida.

— O diagnóstico é feito através de teste genético, que identifica se há alteração no cromossomo 14 — diz o neurologista Carlos Alejandro, da clínica médica Dr. Emerson — Também há o diagnóstico clínico. O problema é que, algumas vezes, a doença é confundida com Parkinson.

No Brasil, é considerada rara, que atinge 1 a cada 100 mil habitantes. Nos Açores, em Portugal, porém, a incidência é de 1 a cada 140 pessoas. Descendentes dessa região têm mais chance de manifestá-la.

Tratamento é multidisciplinar e paliativo

Embora sem cura, existem tratamentos paliativos para os sintomas da doença.

— O paciente precisa de tratamento multidisciplinar: fonoaudióloga para melhorar a articulação da voz e a capacidade de engolir, fisioterapia para a coordenação motora, geneticista para o aconselhamento genético e neurologista para diagnosticar o tipo da doença — diz Vanessa — Há medicamentos que diminuem a rigidez dos músculos e a sensação de formigamento, além de óculos que melhoram a capacidade visual.

Um acompanhamento psicoterápico também é essencial, uma vez que a doença pode causar depressão.

— Ela não atinge a parte intelectual, então o paciente percebe o que está acontecendo, vê que não pode fazer o que fazia antes e se deprime — explica Carlos Alejandro.



Comentários

Populares

UFF Responde: Hanseníase

  A hanseníase carrega um histórico marcado por preconceito e exclusão. Por décadas, pacientes foram afastados do convívio social, confinados em colônias devido ao estigma em torno da doença. Hoje, embora os avanços no diagnóstico e no tratamento tenham transformado essa realidade, o combate ao preconceito ainda é um desafio. No Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase, neste ano celebrado em 26 de janeiro, a campanha do “Janeiro Roxo” reforça a importância da conscientização, do diagnóstico precoce e da adesão ao tratamento gratuito oferecido pelo SUS, que ajuda a desconstruir mitos e ampliar o acesso à saúde. Em 2023, de acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados 22.773 novos casos da doença no Brasil. Por isso, a Estratégia Nacional para Enfrentamento à Hanseníase, estabelecida para o período 2024-2030, trouxe metas importantes, como a capacitação de profissionais de saúde e a ampliação do exame de contatos, que visam à eliminação da hanseníase como problema de...

Morte de turista no Cristo Redentor: cardiologista explica como um desfibrilador poderia ter evitado a tragédia

  A morte do turista gaúcho Jorge Alex Duarte, de 54 anos, no Cristo Redentor, no último domingo, trouxe à tona a falta de estrutura para atendimentos de emergência em um dos principais cartões-postais do Brasil. Jorge sofreu um infarto fulminante logo após subir parte da escadaria do monumento, mas não havia socorristas nem um desfibrilador disponível no local. Para o cardiologista e professor do Curso de Medicina da Unig, Jorge Ferreira, o uso rápido do equipamento poderia ter feito toda a diferença no desfecho da tragédia. "O desfibrilador é o principal aparelho que precisa estar disponível em casos de parada cardíaca. Ele funciona como um relógio da sobrevida: a cada minuto sem atendimento, as chances de sobrevivência diminuem. Se o paciente tiver um ritmo chocável (quando é necessário um choque elétrico para voltar à normalidade), o desfibrilador pode aumentar significativamente as chances de salvá-lo", explica o médico, que também é coordenador do Laboratório de Habili...

NBR 6028:2021 atualizada

 

Risco de trombose

 

Getulinho reabre a pediatria

Sem emergência há 1 ano e 2 meses e após o fim da UTI pediátrica por determinação da Vigilância Sanitária Estadual em dezembro, o Hospital Municipal Getúlio Vargas Filho, o Getulinho, no Fonseca, Niterói, retomou  nesta quinta-feira os atendimentos à população, só que no estacionamento. O hospital de campanha montado, com capacidade para atender 300 crianças por dia, foi alívio para a população e deverá durar o tempo das obras de reforma da unidade. “Esperamos atender 150 por dia na primeira semana”, declarou o coordenador-geral da Força Estadual de Saúde, Manoel Moreira. Foram disponibilizados também ambulância e CTI. Ao assumir, o prefeito Rodrigo Neves decretou situação de emergência no atendimento de urgência pediátrica no município e assinou termo de compromisso para a instalação do hospital de campanha com a Força Estadual. Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia   Nesta quinta-feira, a auxiliar ...