Um estudo conduzido por 12 médicos indica que a chamada "doença da urina preta" pode se tratar, na verdade, da síndrome de Haff. A pesquisa, liderada por especialistas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), analisou amostras de fezes, sangue e urina de 15 pacientes internados com a doença em dois hospitais da rede particular de Salvador.
A síndrome de Haff é caracterizada por um quadro agudo de dores musculares associado a aumento significativo das enzimas musculares, muitas vezes após a ingestão de peixe. No caso desse estudo, os pacientes reportaram ingestão de peixes como olho de boi e badejo, além de pratos típicos da Bahia.
Mais de 50 pessoas apresentaram os sintomas dessa enfermidade entre dezembro e janeiro na Bahia. Também foram registrados três casos no Ceará.
— Não encontramos nas amostras nenhum vírus ou bactéria que explicasse a doença, mas encontramos a ingestão de peixe, e esse quadro é causado por espécies que se alimentam de algas marinhas que geram uma toxina — explicou o pesquisador Antônio Carlos Bandeira, um dos médicos responsáveis pelo estudo.
Apesar de ter afastado a hipótese de um novo vírus ou bactéria, o estudo não determina a toxina que causa a doença. Segundo Bandeira, um surto já havia sido identificado em Manaus, mas nunca houve documentação no litoral do país.
Em nota, a Secretária do Estado da Bahia (Sesab) disse que até o momento não se pode fazer uma associação direta do consumo de peixes e a doença. O resultado de análises enviadas pela pasta para testes nos Estados Unidos não constatou a presença de toxinas relacionadas às espécies de peixes envolvidas nos casos investigados pela secretaria.
Veja abaixo a íntegra da nota enviada pela Sesab:
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informa que até o momento, não se pode fazer uma associação direta do consumo de peixes e com a causa da mialgia, pois após resultado das análises realizadas nos Estados Unidos, constatou-se ausência de biotoxina marinha (ciguatoxina) associada às espécies de peixes envolvidas: Seriola rivoliana (conhecido como Arabaiana ou Remeiro) e Carangoides bartholomaei ( conhecido por Garajuba). O que ficou evidenciado nas análises é a infecção por enterovirus em alguns casos notificados.
Fonte: Jornal Extra
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