"Linha surgida nos anos 1990 defende que o ato de narrar histórias de doenças força os médicos a ouvir atentamente e a compreender o paciente para além do atendimento
Uma avaliação realizada pelo Ministério da Saúde em 2001 mostrou que as pessoas que recorrem ao sistema público de saúde no Brasil estão mais preocupadas com a capacidade do médico de compreendê-las e com a maneira como serão atendidas do que com a falta de médicos, de espaço físico nos hospitais e de remédios.
“Na verdade, o que o paciente quer é ser cuidado por alguém que, além de competência técnica, saiba entendê-lo como um ser humano com sentimentos, que busca uma explicação para sua enfermidade e que anseia por respeito e amparo em seu sofrimento”, escreveram Maria Auxiliadora de Benedetto e Dante Gallian, do Centro de História e Filosofia das Ciências da Saúde da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), em um estudo sobre a desumanização da saúde.
Segundo eles, o modelo de medicina com ênfase na tecnologia e no progresso científico não “contempla as dimensões sutis do ser humano”.
Em resposta a esse modelo, e para tentar diminuir os efeitos desse processo de desumanização expresso em filas, tratamentos desrespeitosos e insensibilidade dos funcionários em relação ao sofrimento das pessoas, algumas iniciativas foram postas em prática nos últimos anos, como o Programa Saúde da Família, considerado desde 1999 pelo governo federal como uma estratégia estruturante dos sistemas municipais de saúde, e a Política Nacional de Humanização da Saúde, de 2003.
Uma corrente de médicos defende ainda que alguns modelos precisam ser incorporados ao ensino para ajudar a melhorar a formação humanística dos profissionais. Um deles é a chamada medicina narrativa."
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