Pular para o conteúdo principal

UFF participa de pesquisa multinacional sobre o uso de máscara na pandemia



Considerando a gravidade da pandemia de COVID-19 e suas implicações sanitárias, sociais e econômicas, tornou-se essencial a produção de pesquisas para compreender o impacto das estratégias adotadas e minimizar a disseminação da infecção. A fim de colaborar na construção desse conhecimento, a Universidade Federal Fluminense, através do Departamento de Enfermagem do polo de Rio das Ostras (REN/UFF), participa de um estudo multinacional sobre o uso de máscaras intitulado "Practice of face mask use among general public during the outbreak of COVID-19: A multi-country cross-sectional study" (Prática do uso de máscara facial entre o público em geral durante o surto de COVID-19: um estudo transversal multinacional). O estudo é desenvolvido e liderado pelo professor da Hong Kong Polytechnic University Simon Ching Lam.
A coordenadora do trabalho no Brasil, professora Fernanda Pereira Ávila (REN/UFF), explica que a parte brasileira da pesquisa é uma ramificação da investigação multinacional proposta pelo pesquisador chinês. “Trata-se de um estudo transversal que será realizado através da internet e visa levantar dados para investigar as necessidades e dificuldades no uso de máscara facial entre adultos durante a pandemia de COVID-19. Os coordenadores das diversas localidades organizarão a coleta de dados e cada país terá uma quantidade de questionários a serem respondidos. Assim que alcançarem essa meta, repassarão os dados ao professor da universidade chinesa para análise em âmbito mundial. Em paralelo, os grupos de pesquisadores das diferentes nações analisarão suas informações em seu contexto nacional”.
Nossa meta é conseguir dez mil questionários preenchidos.(...) É uma pesquisa inédita, nunca realizada nesta escala - Fernanda Ávila
O projeto conta com a participação de cientistas de outras universidades brasileiras; entre elas: a  Universidade Federal do Ceará, a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, a Universidade Federal da Paraíba, a Universidade Federal do Piauí, a Universidade Federal do Triângulo Mineiro, a Universidade Federal de Goiás e a Universidade Federal do Pará. O grupo de trabalho da UFF é formado por Fernanda Ávila, pelas também docentes Fernanda Garcia Bezerra Góes e Maithê de Carvalho e Lemos Goulart, assim como pela aluna do nono período Thamara Rodrigues Bazilio, todas do Departamento de Enfermagem do polo de Rio das Ostras (REN/UFF). Além do Brasil, a investigação inclui Hong Kong, China Continental e Macau, Reino Unido, Coreia do Sul, Filipinas, Turquia e Estados Unidos.
A pesquisa está sendo realizada em todas as regiões do Brasil através de um questionário online que requisita do participante, primeiramente, o preenchimento de informações gerais, como idade, sexo, escolaridade, estado civil, entre outras. Em seguida, são feitas perguntas relacionadas ao uso de máscara facial e depois sobre o que motiva cada pessoa a usar esse tipo de proteção. Por fim, o entrevistado narra como tem se sentido emocionalmente nas últimas duas semanas. “As indagações têm o objetivo de entender qual tipo de máscara as pessoas têm utilizado, como a utilizam, para qual finalidade e os fatores que interferem no uso, assim como o impacto psicológico dessa questão”, descreve Fernanda Ávila. Todos os cidadãos maiores de 18 anos podem participar sem serem identificados ou ter qualquer dado pessoal exposto.
As coletas tiveram início no dia 16 de março. Até agora, a participação dos cidadãos no sudeste e nordeste tem sido mais expressiva; porém, os pesquisadores esperam alcançar um número representativo também nas outras regiões do Brasil. “Nossa meta é alcançar dez mil questionários preenchidos. Na análise dos dados, vamos observar primeiro os resultados em nível nacional, depois por regiões e, finalmente, por estados. Uma parte dos dados coletados já foi repassada ao professor Simon para a análise mundial. Todos os países seguem com as coletas até que se chegue ao objetivo determinado para cada local. É uma pesquisa inédita, nunca realizada nesta escala”, relata a coordenadora.
A parceria entre a UFF e a Hong Kong Polytechnic University, que está se consolidando através deste trabalho, possibilitará uma maior produção de conhecimentos nesta temática. “Por se tratar de um estudo multinacional, o contato entre os pesquisadores dos países participantes abre portas para a construção de diretrizes internacionais na utilização de máscaras faciais. Além disso, a construção do trabalho em parceria com especialistas de diferentes universidades brasileiras favorece o aprofundamento da rede entre os grupos de pesquisa em atenção à saúde que existem no país, sobretudo nesse momento”, destaca Fernanda Ávila.
Para a estudante Thamara Bazilio, é uma honra colaborar na coleta de dados e divulgação desse projeto multinacional juntamente com a equipe de pesquisadoras da UFF. "A pandemia de COVID-19 está mudando hábitos no Brasil e no mundo, e o uso de máscara facial é parte importante dessa mudança. Nesse momento tão delicado, me sinto feliz em poder participar dessa pesquisa", explica.
Já a docente Fernanda Ávila destaca ser muito gratificante e enriquecedora a oportunidade de representar o Departamento de Enfermagem de Rio das Ostras da Universidade Federal Fluminense como coordenadora da pesquisa desse estudo no Brasil. Em sua opinião, esse trabalho conjunto não somente demonstra o fortalecimento da pesquisa colaborativa como aproxima os pesquisadores brasileiros da comunidade científica internacional. “Isso demonstra que a universidade pública cada vez mais se faz presente no combate à pandemia de COVID-19, com a produção de conhecimento de alto nível”, conclui.
 Serviço: Para responder o questionário da pesquisa clique aqui. O tempo de preenchimento é de aproximadamente dez minutos.
A

Comentários

Populares

Campanha Hanseníase 2018

Fonte: Portal da Saúde

UFF responde: Alzheimer

  Doença de causa desconhecida e incurável, o Alzheimer é a forma mais comum de demência e afeta, principalmente, idosos com mais de 65 anos. Identificada inicialmente pela perda de memória, pessoas acometidas pela doença têm, a partir do diagnóstico, uma sobrevida média que oscila entre 8 e 10 anos, segundo o  Ministério da Saúde  .  Em um  Relatório sobre Demência , a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que mais de 55 milhões de pessoas no mundo possuem algum tipo dessa doença, sendo mais de 60% dessas pessoas habitantes de países de baixa e média renda. A previsão é de que esse número ultrapasse mais de 130 milhões no ano de 2050. Outros dados apresentados na publicação indicam que a demência é a sétima maior causa de morte no mundo e que, em 2019, representou um custo global superior a 1 trilhão de dólares. Com o intuito de criar ações para o tratamento e a conscientização sobre a Doença de Alzheimer e de demências, em junho de 2024, foi instituída a...

Faculdade de Medicina da UFF celebra 100 anos com nova sede e programação especial

  A UFF celebrou, ontem (1), o centenário da Faculdade de Medicina. O evento, realizado no teatro da universidade, contou com a presença de autoridades acadêmicas e civis, docentes, servidores, estudantes e ex-alunos, reunindo gerações que marcaram a história da unidade. A programação contou com a conferência “ A Medicina nos últimos 100 anos ”, ministrada pela professora Eliete Bouskela, presidente da Academia Nacional de Medicina, além de homenagens a personalidades e ex-professores que contribuíram para a trajetória da unidade e da apresentação do Quarteto de Cordas. Na ocasião, foram entregues medalhas e troféus comemorativos, simbolizando o reconhecimento ao legado de excelência, ética e compromisso social da Faculdade de Medicina ao longo de um século. Quarteto de Cordas durante a solenidade do centenário da Faculdade de Medicina da UFF. Foto: Joaquim Guedes/SCS Com uma trajetória marcada pela excelência na formação de profissionais e pelo compromisso com a saúde pública, a u...

Vacina experimental pode trazer alívio para alergia a amendoim

Um estudo publicado no "Journal of Allergy and Clinical Immunology" nesta quarta-feira (11) demonstra como vacinas podem ser utilizadas com sucesso no tratamento de alergias. Uma boa parte das alergias ocorre quando o sistema imunológico percebe alguns alimentos como "invasores" a serem atacados. Como se o amendoim virasse um vírus, por exemplo. A partir dessa premissa, assim, cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, desenvolveram uma vacina capaz de fazer com que o sistema imune não reaja a substâncias presentes no amendoim como se elas fossem atacar o organismo. Em testes em camundongos, três doses mensais de uma vacina aplicada pelo nariz protegeram ratos de reações alérgicas. Ao todo, a vacina foi desenvolvida após quase duas décadas de estudo. Os ratos responderam às alergias a amendoim de forma similar aos humanos afetados, com sintomas que incluíam coceira na pele e dificuldade para respirar. O estudo avaliou a proteç...

Huap-UFF é o primeiro hospital de Niterói (RJ) a realizar criobiópsia de nódulo pulmonar por meio de ecobroncoscopia

  O Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (Huap-UFF), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realizou pela primeira vez um procedimento de criobiópsia de nódulo pulmonar guiado por ultrassonografia endobrônquica radial. O uso da técnica, que é um avanço no diagnóstico precoce do câncer de pulmão, torna o Huap a única instituição a oferecer esse tipo de exame pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na região metropolitana II do Rio de Janeiro. O procedimento, realizado no último dia 22 de agosto, é um marco na modernização do parque tecnológico do Serviço de Endoscopia Digestiva e Respiratória do Huap-UFF e  faz parte das ações do projeto “Integra – uma proposta de integração academia/serviço”,  aprovado pelo edital Nº 15/2023, da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, que garantiu o valor de R$4.438.000 (quatro milhões, quatrocentos e trinta e oito mil reais) para 24 m...