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Dormir bem é fundamental para preservar a memória


Revisão de duas décadas de estudos mostra como a privação de sono afeta o cérebro
São muitos os estudos que demonstram a importância de dormir bem para a saúde. Agora, um trabalho desenvolvido por cientistas da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, afirma que manter um sono relaxante ajuda na preservação da memória. A pesquisa sustenta que as lembranças se consolidam durante o descanso à noite e que, embora não se saiba exatamente como isso acontece, é fundamental passar por todas as fases do sono para esse processo de fixação, conforme reportagem publicada na Agência Einstein.

Até recentemente, os cientistas acreditavam que diferentes tipos de memória eram gravados separadamente e em fases distintas do sono. Agora, após a publicação de novos estudos, a ciência passou a saber que é um processo que ocorre em sequência e enquanto dormimos à noite.

O ser humano passa por basicamente dois grandes estágios de sono: o chamado não-REM (Movimento Não Rápido dos Olhos, na tradução do inglês), que é subdivido em três fases, sendo a terceira a mais profunda e caracterizada por ondas lentas no cérebro; e o REM (Movimento Rápido dos Olhos) em que há uma intensa atividade na massa cinzenta. As fases se alternam em um ciclo que se repete por cerca de cinco vezes a cada noite.

Durante esse terceiro estágio mais profundo, as experiências que foram vividas pelo indivíduo durante o dia vão para o hipocampo, um órgão localizado no centro do cérebro. Trata-se de uma região mais ligada às emoções. É com a ajuda delas que se decide o que é importante fixar.

— Por isso, também dormimos para esquecer tudo que não precisamos reter — diz Maíra Honorato, médica especialista em sono do Hospital Israelita Albert Einstein.

Depois, durante o sono REM, as informações são enviadas ao neocórtex, uma fina cobertura que recobre a zona externa do cérebro, responsável por processos cognitivos mais sofisticados, como a linguagem.

Com a ajuda de um modelo baseado em algoritmos, os cientistas americanos simularam a forma como o cérebro revisita os dados mais recentes na fase de ondas lentas do sono e, depois, como acessa as informações mais antigas no sono REM. É nessa sucessão de ciclos que o hipocampo vai ensinando ao neocórtex aquilo que foi aprendido, criando memórias duradouras.

— O artigo confirma o que os estudos já vêm apontando: para consolidar a memória, é preciso passar por todas as fases do sono — enfatiza a especialista.

A formação de memórias não é só essencial para lembrar do que é vivido por cada indivíduo, mas também para o aprendizado e para o desenvolvimento de novas habilidades — desde tocar um instrumento até aprender uma nova língua.

Além disso, os especialistas explicam que não adianta recuperar as horas perdidas no fim de semana ou nas férias. É um processo que precisa ser diário. Daí a importância de seguir bons hábitos ao se deitar, com horários regulares para ir para a cama e ficar longe das telas antes de dormir.

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