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Tite: entenda a fibrilação atrial, causa de hospitalização do técnico do Flamengo após retorno da Bolívia


O técnico do Flamengo, Tite, de 63 anos, passou mal ao retornar para o Rio de Janeiro após um jogo na Bolívia e precisou ser internado no Hospital Copa Star, em Copacabana. Em nota, o Flamengo informou que foram detectadas “elevações da frequência cardíaca e arritmia causadas pela altitude”, mas que seu quadro é estável.

Ainda segundo o time, os exames confirmaram um caso de fibrilação atrial, mas que não aponta necessidade de cirurgia. O técnico segue hospitalizado para receber medicamentos.

A fibrilação atrial é o tipo mais comum de arritmia cardíaca, quadro que provoca irregularidades nos batimentos cardíacos, atingindo de 2% a 4% da população mundial.

Em pacientes de maior risco, como idosos, pode causar quadros graves, como um acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame, e insuficiência cardíaca, segundo informações do Hospital Nove de Julho.

Segundo informações da Rede D’Or, o diagnóstico afeta as câmaras superiores do coração, chamadas de átrios, que recebem o sangue do corpo pelas veias e o direciona para os ventrículos, que por sua vez o enviam de volta para o organismo.

A fibrilação atrial, no entanto, altera o ritmo de contração dos átrios, levando parte do sangue a não fluir corretamente pelo órgão e pelo corpo. Com isso, ele pode estagnar em alguns momentos e levar ao risco de se formar um coágulo. Esses coágulos podem viajar pela corrente sanguínea e obstruir uma artéria – o que quando ocorre no cérebro caracteriza o derrame.

— As arritmias que não causam morte súbita também podem trazer consequências graves. A fibrilação atrial, por exemplo, é a principal causa de AVC acima dos 60 anos de idade. Outras arritmias podem não matar, mas têm sintomas muito desagradáveis, principalmente quando o paciente tem pressão baixa, tonteira e desmaios — explicou o cardiologista especialista em arritmia e eletrofisiologia pela Cleveland Clinic, nos Estados Unidos Eduardo Saad, um dos maiores nomes do Brasil no tema, em entrevista recente ao GLOBO.

A doença é mais comum acima de 65 anos, mas outros fatores de risco são o paciente ter hipertensão arterial, histórico de infarto, hipertireoidismo, doenças preexistentes das válvulas do coração, diabetes, obesidade ou fazer consumo excessivo de álcool.

Segundo o Nove de Julho, o baixo nível de oxigênio no sangue também pode causar a fibrilação atrial. |E um dos fatores que levam à redução do oxigênio na corrente sanguínea é justamente a altitude, já que o ar fica menos denso em locais mais elevados pela redução da pressão atmosférica.

Em coletiva após a partida, Tite já tinha reclamado da altitude: — Estou eu aqui ofegante, talvez com a pulsação maior do que o normal (...) A altitude suga, drena e absorve. No fim do jogo, nosso time respirava, mas não dava. Não dava para recuperar — disse comentando a derrota do Flamengo para o time boliviano Bolívar.

A fibrilação atrial pode ser silenciosa, mas quando se manifesta provoca sintomas como tontura, cansaço, fraqueza, palpitações, desconforto no tórax e falta de ar. Em casos já graves, pode se manifestar pelo derrame.

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