O leite humano é um alimento vivo, que funciona como uma vacina natural para o bebê, devido à grande quantidade de anticorpos que são transferidos de mãe para filho durante o ato da amamentação. Além de ter em sua composição propriedades nutricionais específicas para atender as necessidades do bebê, o leite materno atua no fortalecimento do sistema imunológico e é altamente eficaz na prevenção de doenças, como obesidade infantil e hipertensão.
Segundo o coordenador de maternidades da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Flávio Monteiro, as contra-indicações para a amamentação são raras, mesmo que as mães sejam portadoras de enfermidades ou façam uso de medicamentos.
- Um exemplo de contra-indicação é a contaminação da lactante pelo vírus HIV. Contudo, a maior dificuldade no aleitamento é provocada pela adoção de técnicas incorretas de alimentar o bebê -, destaca.
O trabalho de orientação quanto às técnicas de amamentação correta devem começar no período de pré-natal, para que os problemas recorrentes possam ser combatidos precocemente. A coordenadora do Banco de Leite Humano do HEAPN, Carla Rocha, que irá ministrar a palestra no evento, explica que alguns bebês não nascem sabendo mamar e que o aleitamento materno é uma decisão importante que a mãe precisa tomar, já que demanda paciência e disponibilidade de tempo.
- A amamentação traz incontáveis benefícios tanto para o bebê quanto para a mãe, atuando como uma poderosa ferramenta de prevenção ao câncer de mama. Além disso, o ato contribui para o estreitamento do vínculo afetivo entre mãe e filho -, resume.
O primeiro passo para a amamentação bem sucedida é a pega correta do seio, que evita rachaduras e permite melhor sucção. Carla explica que isso significa que o bebê deve estar posicionado de frente para o seio, com a barriga encostada na da mãe, e precisa estar com a boca bem aberta e, assim, abocanhar o máximo da aréola e não só o mamilo.
- Se começar a doer, é sinal de que o bebê não está corretamente posicionado. Ao contrário do que muita gente pensa, amamentação não dói -, alerta ela, que ensina que passar o próprio leite na aréola ao final da mamada é uma forma eficaz de se prevenir fissuras.
Há algum tempo, pregava-se que a mãe deveria amamentar o filho de três em três horas. Hoje, especialistas defendem uma maior flexibilidade dessa regra e acreditam que o seio pode ser oferecido com um intervalo menor de tempo ou sempre que o bebê solicitar – livre demanda. O parâmetro ideal para constatar se a criança está sendo adequadamente alimentada é o ganho de peso e a quantidade de fraldas sujas ao longo do dia – aproximadamente oito -, que demonstra se a criança está sendo corretamente hidratada.
- A composição do leite muda ao longo da mamada. Nos primeiros minutos, é mais rico em água e depois, no fim da mamada, passa a ter mais gordura. É por isso que o bebê precisa esvaziar uma mama antes de começar a outra -, ensina Carla.
Para finalizar, Flávio Monteiro explica que não existe leite fraco e que o aleitamento materno deve ser exclusivo até o sexto mês de vida da criança. Segundo ele, é importante estimular a produção extraindo o leite com frequência e evitando situações de estresse, que podem dificultar a ejeção.
- A circulação de adrenalina, hormônio liberado pelo organismo em momentos de estresse, pode neutralizar a produção da ocitocina, hormônio responsável pela ejeção do leite, e com isso causar o endurecimento da mama -, diz ele, que recomenda a adoção de hábitos como massagear os seios com frequência, manter uma alimentação balanceada e descansar nos períodos de sono do bebê como formas eficazes de prevenção.
Banco de Leite Humano no HEAPN – O Banco de Leite Humano do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes completa quatro anos em agosto deste ano como um importante aliado na recuperação de bebês prematuros internados na unidade.
- O propósito é fornecer alimentação de excelente padrão para os bebês internados na UTI, que apresentam seu sistema de defesa ainda imaturo, para auxiliar na recuperação – esclarece Carla.
A unidade coleta leite tanto de pacientes internadas quanto de doadoras externas, que devem apresentar boa saúde e ter leite suficiente para o próprio filho, para que possam doar o excesso. O leite é coletado no local e congelado imediatamente. No caso de doadoras externas, a unidade recolhe o alimento na casa da lactante às terças, quintas e sábados. Além disso, funcionários do local também ficam à disposição para orientar as mães e esclarecer dúvidas sobre amamentação. Mais informações podem ser obtidas através do SOS Amamentação, que funciona no número: 3675-0910.
Fonte : Portal da Saúde do RJ
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