Doença, comum no frio, é a quarta causa de
hospitalização no País e atinge 10 % da população brasileira, sendo responsável
por 180 mil internações no SUS só no ano passado
O Dia Nacional de Controle da Asma foi comemorado na última quinta-feira
(21). A doença é a quarta causa de hospitalização no País e a terceira em gastos
do Sistema Único de Saúde (SUS), segundo dados do Ministério da Saúde, a asma
acomete 10% da população brasileira, sendo responsável por cerca de 180 mil
internações no SUS, somente em 2011. A doença crônica que ataca as vias
respiratórias, dificultando a respiração e podendo levar à morte, se manifesta
principalmente no inverno. Apesar de não ter cura, o mal tem tratamento. As
crises também podem ser evitadas, com alguns cuidados.
A professora Josete Luzia Leite, de 78 anos, foi diagnosticada com asma ainda
na infância. Os sintomas nunca mais apareceram, mas, 76 anos depois, ela teve
uma crise e acabou sendo internada. Hoje, além de fazer o acompanhamento com um
pneumologista, ela controla a doença com remédios, fisioterapia respiratória e
nebulização, em caso de crise. Mesmo assim, no inverno, o risco fica mais
eminente.
“Minha garganta fica seca e, às vezes, tenho alguma dificuldade para respirar
quando está frio, então tenho que fazer a nebulização”, conta a professora.
Felipe Guimarães, pneumologista do Hospital Balbino, explica que pessoas
asmáticas têm propensão em desenvolver a crise nesta época do ano devido ao
clima seco, a preferência das pessoas em realizar programas em ambientes
fechados e as infecções virais respiratórias serem mais comuns no inverno. Mas o
médico assegura.
“Já podemos estabilizar completamente o paciente e controlar as crises para
que ele viva normalmente, sem incômodos.”
Algumas formas de evitar a doença
- Procure usar roupas de cama antialérgicas
Para muitos, o frio pede um cobertor, mas os asmáticos devem ter um cuidado
especial. “Deve-se lavar sempre as roupas de cama, expor elas ao sol e, de
preferência, optar pelo material antialérgico. Como os cobertores ficam
guardados muito tempo durante as outras estações, há um grande acúmulo de mofo,
poeira e ácaros, o que é um ‘pesadelo’ para os asmáticos”, explica Felipe
Guimaraes.
- Vacine-se
As vacinas de gripe e pneumonia são recomendadas em alguns casos para os
asmáticos crônicos, tendo em vista que sofrem um alto risco de desenvolver
complicações pós-infecção gripal.
“Gripes fortes normalmente são sucedidas por crises respiratórias nessas
pessoas. É muito importante procurar os postos de saúde para imunização sempre
após orientação médica”, aconselha Leonardo Palermo.
- Beba líquidos
No inverno não é só a temperatura que cai. O ar fica mais seco. Essa falta de
umidade é um ‘gatilho’ para ativar reações alérgicas, que podem ser minimizadas
com a ingestão de água.
“É importante beber bastante líquido, pois a baixa umidade do ar também
propicia as descompensações respiratórias. Além disso, a hidratação adequada
ajuda a fluidificar a secreção respiratória”, aconselha Felipe Guimarães.
- Cuidado com o choque térmico
Ao sair da temperatura confortável da casa, deve-se ter um cuidado com o
choque térmico, já que o sistema imunológico pode responder exageradamente a
esse estímulo, provocando reações nas vias respiratórias.
“Em caso de temperaturas muito baixas, o cachecol, casacos e gorros são uma
ótima opção, se bem lavados, claro”, orienta Felipe Guimaraes.
- Cuidados com o banho quente
No frio, as pessoas costumam tomar banhos mais quentes para se manterem
aquecidas. A água quente deixa a pele mais ressecada e é inevitável que ocorra
um choque térmico ao sair do banheiro. Para os asmáticos, aconselha-se a tomar
um banho morno.
- Em caso de crise, procurar um médico
O médico é a única que pessoa que poderá avaliar, com precisão, em que nível
de crise uma pessoa asmática se encontra. É bastante importante consultá-lo para
que o controle, através dos medicamentos, seja realizado. Segundo o
pneumologista, a asma pode ser enquadrada em quatro estágios.
“O primeiro é o nível intermitente, quando há sintomas ocasionais; o segundo
é o persistente leve, quando já há aparições semanais de sintomas e uso moderado
de remédios; posteriormente, vem o nível persistente moderado, em que os
sintomas são quase que diários e o uso de remédios mais frequente; e por último,
o nível persistente grave, quando os sintomas já começam a impossibilitar o
paciente de realizar suas tarefas diárias”, explica Palermo.
]Fonte : O Fluminense
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