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Frutos do mar: por que tanta gente tem alergia a eles?

 


Um vídeo em que uma mulher oferece escargot para o namorado alérgico a frutos do mar viralizou nas redes sociais. O caso, relatado por Dhaniela Marrero, chamou atenção porque muitas pessoas também não sabiam que, devido a ser tecnicamente um molusco, ele é considerado um marisco. O cenário representa a realidade vivida por muitas pessoas.

Mas, afinal, por que os frutos do mar são fonte de alergia para tantas pessoas? A resposta é simples, esse tipo de alimento se divide em dois grupos: os crustáceos (camarões, caranguejos, lagostas e outros animais de corpo segmentado) e os moluscos (lulas, polvos e ostras, por exemplo).

Cada grupo apresenta substâncias alergênicas, diferentes entre si, embora a mais frequente seja comum a ambos: a tropomiosina, uma proteína estável e resistente à temperatura (portanto, não desaparece no cozimento) e à digestão em meio ácido, presente nos músculos dessas criaturas, que pode causar reações alérgicas graves.

Essa proteína pode, inclusive, ser liberada no ambiente através do vapor, o que pode representar um risco aos alérgicos apenas ao entrar na cozinha. Outra curiosidade é que a tropomiosina também se apresenta como alérgeno em ácaros e baratas. Por isso, pessoas com rinite e asma podem ser mais propensas a manifestar alergias alimentares.

Outras substâncias alergênicas são a quinase, a arginina, a miosina, entre outras. Se a reação alérgica for somente a um desses elementos, é possível que a alergia seja restrita a um único fruto do mar, e não a todo o grupo. Nesses casos, é importante consultar um alergologista para saber quais os crustáceos e os moluscos seguros para consumo e quais não.

Entretanto, não é possível saber quais são as substâncias alergênicas em cada crustáceo e molusco. A reação à ingestão de camarão, por exemplo, pode ser causada devido ao metabissulfito de sódio. Embora não esteja presente diretamente no animal, o composto químico é utilizado muitas vezes como um esterilizante e antioxidante (substância que aumenta o tempo de prateleira de industrializados) — inclusive para conservar o crustáceo.

Sintomas e tratamento

A alergia alimentar pode vir acompanhada de diversos sintomas, geralmente depois da ingestão do alimento: vermelhidão, coceira e inchaço na pele, dor abdominal, vômito e diarreia, palidez, tontura, desmaio e lábios arroxeados, além de tosse, espirro, broncoespasmos, chiado e falta de ar. Em casos mais graves, a pressão arterial pode cair e levar a uma parada cardíaca, provocando choque anafilático.

Caso haja contato acidental de alérgicos com esses alimentos, o ideal é contornar a situação com medicamentos, como anti-histamínicos e corticoides. Porém, o mais eficiente pode ser também o mais difícil: excluí-los de sua alimentação.

Tipos de intoxicação

A intoxicação pode acontecer de três maneiras: por contaminação cruzada, alimentos ultraprocessados ou rotulagem. A primeira acontece quando a cozinha e seus utensílios estão “contaminados” com a substância causadora da alergia — geralmente acontece fora de casa. Por exemplo: a pessoa, alérgica a lula, vai a um restaurante e pede um alimento (uma salada, um macarrão) até então seguro. Porém, ele foi preparado no mesmo utensílio e recipiente que um outro pedido à base do molusco. Ou ainda, frutos do mar podem entrar na composição de algum prato e não serem percebidos, já que não fazem parte da lista de ingredientes. Por isso, o ideal é ficar alerta em estabelecimentos que possam oferecer riscos aos alérgicos.

O segundo são os alimentos ultraprocessados. Esses, como apontado acima, podem ser conservados com o composto metabissulfito de sódio, um alergênico. Nesses casos, é importante ficar atento a possíveis alimentos industrializados que utilizem o conservante.

Por último, a rotulagem. Esse meio casa bem com os alimentos ultraprocessados: ler os rótulos e prestar atenção às embalagens pode evitar uma reação alérgica. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informa que os produtos comercializados formulados com substâncias alergênicas (e seus derivados) devem veicular a advertência: “Alérgicos: contém derivados de (nome comum do alimento alergênico)” ou “Alérgicos: contém (nome comum do alimento alergênico) e derivados.”

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