Especialistas do mercado dizem ser ampla a área de atuação de um médico, que necessita em média de 10 anos de estudo entre graduação e residência
Um leque de oportunidades. Assim avaliam os especialistas da área médica em relação à profissão que necessita em média de 10 anos de estudo entre graduação e residência. Entre as áreas mais procuradas na medicina estão as especialidades que não requerem a complexidade do ambiente hospitalar. Entre elas: a dermatologia, a oftalmologia e a endocrinologia.
“Podemos incluir também especializações voltadas para a cardiologia com a geriatria”, frisa o chefe da emergência adulto do Hospital Icaraí, Leandro Crespo. Dados do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), mostram que são cerca de 55 mil profissionais registrados no conselho.
No que tange as mais carentes, Crespo destaca o médico pediatra e os especialistas em cirurgia torácica, cardíaca e neurocirurgia. “Essas áreas estão com o mercado de trabalho em carência de profissionais devido ao tempo para se especializarem e carência de vagas de residências para formarem esses profissionais”, explica Leandro o chefe da emergência adulto do Hospital Icaraí, que foi inaugurada há um ano e tem um staff de cerca de 150 médicos.
Segundo a presidente do Cremerj, Márcia Rosa de Araujo, a maior carência está no interior dos estados. “No Brasil há hoje cerca de 1,9 médico por mil habitantes, de acordo com o Conselho Federal de Medicina. Não há uma insuficiência de profissionais, há uma concentração nas grandes metrópoles. É necessária a criação de carreiras de Estado que estimulem o médico a se interiorizar, como ocorre com promotores e juízes”, analisa a presidente do Cremerj.
Ilza Boeira Fellows, diretora geral do Hospital de Clínicas Niterói (HCN), que dispõem de 750 médicos em seu quadro diz que com o aumento da população e da expectativa de vida, a demanda por profissionais especializados no cuidado com os idosos tende a aumentar. “Bem como os novos serviços relacionados ao rejuvenescimento na área de estética e células tronco”, destaca a diretora do HCN.
Censo – Dilson Reis, diretor de mercado da Unimed Leste Fluminense informa que o último Censo realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em 2011, um quarto dos médicos especializados no Brasil são pediatras ou ginecologistas e obstetras. “Ao mesmo tempo em que as especialidades médicas básicas como pediatria, ginecologia e clínica geral são as que apresentam um maior número de especialistas, conforme essa pesquisa, elas estão cada vez sendo menos procuradas por jovens nas residências, o que faz pensar no futuro da medicina do Brasil”, observa Reis informando ainda que as áreas ligadas à estética, como dermatologia e endocrinologia, são as que estão em alta.
Segundo Jorge Darze, presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmedrj), a qualidade do ensino nas universidades particulares está muito aquém do esperado. “Somente as cinco universidades públicas atingem a nota cinco, nível máximo de avaliação junto ao Ministério da Educação (MEC). Já as particulares, nenhuma tira nota acima de três. Em sua maioria estão sempre abaixo da média”, avalia Darze informando que ao todo são 18 escolas de nível superior no Estado do Rio.
Vocação – Felipe Ribeiro Henriques, de 33 anos, é médico intensivista e clínico geral do HCN, há nove anos. Ele diz que buscou a profissão por pura vocação. “Sempre quis ser médico. Nunca na minha vida manifestei vontade de abraçar outra profissão”, afirma.
Benefício social
Trabalhar com pacientes críticos no ambiente de terapia intensiva faz parte do dia a dia, há 14 anos, de Bruno Costa do Nascimento, de 36 anos, coordenador da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Icaraí. Ele afirma que optou pela medicina inicialmente por uma questão social, pois seria mais útil na sociedade. “Depois, notei que a profissão me daria um amplo leque de oportunidades”, avalia. Também médico cardiologista do Hospital Servidores de Estado, Nascimento ainda atende a clientes particulares em seu consultório.
“Perceber o impacto que minha ação como médico gera na vida das pessoas e a gratidão dos pacientes e dos familiares são as principais questões positivas da área. Porém, o peso das horas de dedicação e a pressão que sofremos diariamente, são alguns dos reveses que precisamos ultrapassar”, revela. A dermatologista Alicia Natário, de 33, do Instituto de Depilação Pello Menos, também avalia que é um ofício que requer muito trabalho, dedicação e atualização constante. “Assim como em qualquer outra área da medicina”, diz.
Fonte : O Fluminense
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