Técnica utilizada no Huap remove tumor cerebral em paciente acordado

A remoção de um tumor cerebral pode ocasionar algumas lesões que podem comprometer áreas onde o tecido cerebral desempenha função. Com o objetivo de proporcionar uma maior segurança ao paciente o Serviço de Neurocirurgia do Huap realizou dois procedimentos cirúrgicos para retirada de tumor cerebral com pacientes acordados. O método trazido do Canadá é conhecido como “craniotomia acordado” e  facilita a retirada de tumores nas áreas sensorias, motora e da fala.

Durante o procedimento o paciente é sedado e recebe anestesia local, com a utilização de um equipamento que através de estímulos elétricos faz um mapeamento cerebral para demonstrar que as funções neurológicas fundamentais não estão sendo comprometidas. Esta técnica permite que o paciente interaja com a equipe durante todo o procedimento, respondendo a testes aplicados durante a cirurgia. Além disso, o período de internação do paciente é bem menor comparado ao método convencional, onde seria necessário ficar internado de 4 a 5 dias. Com o paciente acordado, não há necessidade de internação de CTI, podendo ter alta 24 horas depois e retornando somente 7 dias após para a retirada dos pontos. Outro fator importante é que esta cirurgia evita infecções hospitalares e complicações clínicas  relacionadas à trombose ou úlcera de pressão.

De acordo, com o neurocirurgião do Huap Rafael Leal é de total importância que antes dacirurgia o paciente seja informado sobre todo o procedimento, pois a sua motivação e cooperação é fundamental para uma cirurgia bem sucedida.  As duas cirurgias foram realizadas no mês de agosto, onde o primeiro paciente com 38 anos de idade, tinha um tumor próximo a região giro pre-central, responsável pela força na metade contra-lateral do corpo e já o segundo paciente de 59 anos apresentava o tumor próximo a função cerebral da fala .

Ainda, de acordo com o neurocirurgião não há contraindicação absoluta para a realização deste método em crianças, no entanto uma entrevista detalhada deve ser feita na tentativa de detectar indivíduos que não irão cooperar.

A utilização desta técnica não é indicada no caso de recusa do paciente, sequela neurológica completa na região em questão (por exemplo, tumor próxima a área da força num paciente já com paralisia ), ou pacientes com algum retardo mental, em alguns casos.

A maior causa de conversão para o método convencional é um quadro de crise convulsiva que não melhora com as medidas clinicas. Nestes casos todo o aparato para a conversão para a anestesia geral esta preparado.

Para o chefe de Serviço da Neurocirurgia do Huap Jose Alberto Landeiro, a participação dos anestesiologistas foi fundamental, pois são responsáveis por monitorizar com sedação e analgésicos todo o procedimento, porém mantendo o paciente lúcido. Além disso, a integração com o corpo de enfermagem foi de extrema importância para o êxito do procedimento.

Fonte : Huap notícias