Alvo de preocupação entre as mulheres, que sonham em abolir imperfeições como a celulite nessa área do corpo, o bumbum é uma mania nacional. Só que pessoas que exercitam excessivamente os glúteos – com musculação, exercícios localizados, corrida ou bike – podem desenvolver a “síndrome do bumbum sarado” ou, como é cientificamente conhecida, a síndrome do piriforme.
Para entender a patologia é preciso conhecer a anatomia do piriforme, um músculo em forma de pera que faz parte de um conjunto de músculos localizados profundamente na região glútea. A função dele é fazer a rotação externa da coxa, além de auxiliar a abdução (abertura da coxa). Sua extensão vai da bacia até a cabeça do fêmur, por baixo desse músculo passa o nervo ciático.
De acordo com o ortopedista especialista em quadril, Ricon Jr., que é chefe do Grupo de Cirurgia do Quadril do Hospital Naval Marcílio Dias e chefe do Serviço de Cirurgia e Ortopedia do Hospital Municipal Barata Ribeiro, os primeiros sintomas da síndrome do piriforme são dores ou incômodo na virilha, nádega ou face lateral do quadril. E como a doença é pouco conhecida, muitas vezes é mal diagnosticada.
“Não faz dez anos que ela começou a ser estudada, e hoje é objeto de preocupação dos médicos por ser uma das principais causas de artrose do quadril em jovens”.
A busca pelo corpo perfeito tem deixado sequelas principalmente nas mulheres, que passam horas na academia ‘malhando o bumbum’, gerando a síndrome que era um problema pouco comum, e agora vem chamando a atenção dos médicos.
“Na ânsia de ganhar massa muscular ou melhorar a performance, as pessoas ultrapassam os próprios limites, o que tem causado uma maior incidência de lesões, principalmente em mulheres entre 20 e 50 anos que malham com muita intensidade os músculos das regiões das nádegas e coxas”, alerta Ricon Jr.
Tratamento
Na fase aguda, para aliviar os sintomas da “síndrome do bumbum sarado”, os especialistas costumam prescrever relaxante muscular, analgésico e anti-inflamatório.
Repouso ou diminuição da carga de exercícios também é necessário. Acupuntura e fisioterapia podem complementar o tratamento.
É essencial que se faça um trabalho de reequilíbrio muscular e alongamento. Em casos crônicos, pode-se usar até a toxina botulínica para bloquear o músculo e impedir a compressão do ciático.
A sobrecarga e suas consequências negativas
A sobrecarga de exercícios também pode causar problemas nas articulações provocando outra doença, a Síndrome do Impacto no Quadril. Esse distúrbio costuma aparecer em pessoas que praticam corrida, tênis, futebol e algumas lutas marciais. Apesar de parecer rara, essa síndrome já acometeu personalidades como Lady Gaga, Cauã Reymond, o tenista Guga e até Pelé.
Nestes casos o Dr. Ricon atesta que o melhor tratamento indicado para as patologias desta articulação é definido pelo médico em conjunto com o paciente.
“A melhor indicação terapêutica precisa respeitar o estágio de evolução da doença e aí avaliar quais as técnicas mais adequadas de tratamento disponíveis no momento”.
Por essa razão, realizar uma avaliação médica antes de começar ou retomar uma atividade física é fundamental. E mesmo depois de iniciada a atividade, é preciso estar atento aos sinais do corpo.
Fonte: O Fluminense
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