Pular para o conteúdo principal

Um sorriso que ajuda a melhorar ou até mesmo curar


Pode parecer brincadeira, mas há pessoas que acreditam que uma boa gargalhada no momento de dificuldade pode melhorar qualquer situação. De certa forma, não deixa de ser verdade e fazer sentido: quando damos um sorriso, o cérebro é induzido a liberar mais endorfina, uma substância que regula a emoção e a dor, além de ser um potente anestésico natural.
O médico e autor do livro “A Terapia do Riso – A Cura pela alegria”, Eduardo Lambert, descreve a simplicidade do ato de sorrir como um aliado à convivência saudável e sem grandes preocupações.
“Quando sorrimos ou damos uma gargalhada, emitimos uma ordem ao cérebro para que ele aumente a produção de endorfina. O riso treme, vibra nosso corpo e nos relaxa dando uma sensação de bem-estar”, explica Lambert.
E se a vida não lhe der motivos para sorrir, o que fazer? Sorria assim mesmo! Em busca de sorrisos perdidos, grupos independentes se organizam para visitar hospitais e casas de apoio. Depois de uma conversa descontraída, as amigas de Rio Bonito, Vanessa Aguiar, que é instrutora de resgate, e Daiana Silva, técnica em enfermagem, tiveram a ideia de organizar visitas para levar um pouco de alegria aos hospitais.
“Nós conversávamos sobre a necessidade de criar um projeto social que usasse a figura do palhaço para inserir nos ambientes hospitalares a importância da humanização e o sorriso”, relembra Vanessa. “Em junho, o Resgate da Alegria completa um ano. Embora a gente tenha pouco tempo na estrada, já podemos ver o quanto é útil para as pessoas. Além de o palhaço ser usado por outros inúmeros projetos de sucesso e ser comprovado que ele ajuda na recuperação dos pacientes, usamos a figura do palhaço por nos permitir mexer com o lúdico seja qual for o público”, completa.
O Resgate da Alegria tem uma equipe de oito voluntários que se divide em contadores de histórias e músicos. Todos vestidos de palhaço, que no dia a dia são estudantes, enfermeiros, psicopedagogos e bombeiros.
“O palhaço instaura um novo espaço onde vale cantar, dançar, falar bobagens e rir de si mesmo. Nosso objetivo é tirar, por alguns minutos, o paciente do seu estado de ‘paciente’, dando a ele a oportunidade de viajar para um lugar novo, onde tudo é possível”, se entusiasma Vanessa Aguiar, que quando está “em ação” recebe o nome de Doutora Jujuba Maluca.
O grupo faz visitas ao Hospital da Criança, em Cabo Frio, Hospital Roberto Chabo, de Araruama, e na Casa São Vicente de Paulo, em Rio Bonito. “Temos uma lista imensa de pedidos para visitas em outros hospitais e casas de apoio. Infelizmente, não temos condições de arcar com a responsabilidade destas visitas, além de não termos apoio. Somos um grupo pequeno, com muita vontade de ajudar, porém, precisamos de ajuda para manter o projeto”, diz Vanessa.
Pioneiro neste tipo de iniciativa, o Doutores da Alegria é uma organização não governamental que tem como missão promover a experiência da alegria na diversidade. Desde 1991, atua junto a crianças hospitalizadas, seus pais e profissionais de saúde. Ao longo de quase 21 anos de trajetória, já realizou mais de 890 mil visitas. Com um elenco de cerca de 45 palhaços profissionais, que atuam em hospitais públicos de São Paulo, Recife e Belo Horizonte, a organização também desenvolve, desde 2009, um programa para o fomento de plateias hospitalares no Rio de Janeiro. Com ele, já levou 168 apresentações artísticas a oito hospitais da rede pública carioca, contemplando mais de 20 mil pessoas.
“O diferencial do Plateias Hospitalares é abrir um novo espaço para difusão da cultura, preparar artistas de outras linguagens que nunca tiveram contato com o ambiente hospitalar e buscar sempre a excelência artística. Os Doutores da Alegria, neste projeto, entram na maioridade seguindo a sua vocação formadora, além de ampliar a missão da organização, passando a atender também pacientes adultos e idosos”, comenta Fernando Escrich, coordenador artístico do projeto.
A equipe de coordenação dos Doutores da Alegria faz uma seleção dos grupos  interessados em participar do projeto e os escolhidos adaptam seus trabalhos. Entre os que se apresentam nos hospitais públicos do Rio estão o Bando de Palhaços, Os Tapetes Contadores de Histórias, Cia da Personna, Grupo Milongas, Cia Sacatatruca, O Pequeno Teatro de Companhia Flor no Peito e Circo Dux.
“Sentimos cada vez mais a mobilização das equipes dos hospitais para nos receber, mesmo a apresentação sendo mensal, o seu impacto continua reverberando até a nossa volta. Pelos comentários dos profissionais de saúde, podemos perceber o entusiasmo, a curiosidade e o interesse pela arte. Muitos comentam e elogiam. E o mais importante é observar que as apresentações proporcionam brincadeiras e descontração nas relações dos profissionais com seus pacientes e entre eles também”, afirma Elisa Taemi, produtora executiva do projeto.

Fonte: O Fluminense

Comentários

Populares

Campanha Hanseníase 2018

Fonte: Portal da Saúde

UFF responde: Alzheimer

  Doença de causa desconhecida e incurável, o Alzheimer é a forma mais comum de demência e afeta, principalmente, idosos com mais de 65 anos. Identificada inicialmente pela perda de memória, pessoas acometidas pela doença têm, a partir do diagnóstico, uma sobrevida média que oscila entre 8 e 10 anos, segundo o  Ministério da Saúde  .  Em um  Relatório sobre Demência , a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que mais de 55 milhões de pessoas no mundo possuem algum tipo dessa doença, sendo mais de 60% dessas pessoas habitantes de países de baixa e média renda. A previsão é de que esse número ultrapasse mais de 130 milhões no ano de 2050. Outros dados apresentados na publicação indicam que a demência é a sétima maior causa de morte no mundo e que, em 2019, representou um custo global superior a 1 trilhão de dólares. Com o intuito de criar ações para o tratamento e a conscientização sobre a Doença de Alzheimer e de demências, em junho de 2024, foi instituída a...

Faculdade de Medicina da UFF celebra 100 anos com nova sede e programação especial

  A UFF celebrou, ontem (1), o centenário da Faculdade de Medicina. O evento, realizado no teatro da universidade, contou com a presença de autoridades acadêmicas e civis, docentes, servidores, estudantes e ex-alunos, reunindo gerações que marcaram a história da unidade. A programação contou com a conferência “ A Medicina nos últimos 100 anos ”, ministrada pela professora Eliete Bouskela, presidente da Academia Nacional de Medicina, além de homenagens a personalidades e ex-professores que contribuíram para a trajetória da unidade e da apresentação do Quarteto de Cordas. Na ocasião, foram entregues medalhas e troféus comemorativos, simbolizando o reconhecimento ao legado de excelência, ética e compromisso social da Faculdade de Medicina ao longo de um século. Quarteto de Cordas durante a solenidade do centenário da Faculdade de Medicina da UFF. Foto: Joaquim Guedes/SCS Com uma trajetória marcada pela excelência na formação de profissionais e pelo compromisso com a saúde pública, a u...

Vacina experimental pode trazer alívio para alergia a amendoim

Um estudo publicado no "Journal of Allergy and Clinical Immunology" nesta quarta-feira (11) demonstra como vacinas podem ser utilizadas com sucesso no tratamento de alergias. Uma boa parte das alergias ocorre quando o sistema imunológico percebe alguns alimentos como "invasores" a serem atacados. Como se o amendoim virasse um vírus, por exemplo. A partir dessa premissa, assim, cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, desenvolveram uma vacina capaz de fazer com que o sistema imune não reaja a substâncias presentes no amendoim como se elas fossem atacar o organismo. Em testes em camundongos, três doses mensais de uma vacina aplicada pelo nariz protegeram ratos de reações alérgicas. Ao todo, a vacina foi desenvolvida após quase duas décadas de estudo. Os ratos responderam às alergias a amendoim de forma similar aos humanos afetados, com sintomas que incluíam coceira na pele e dificuldade para respirar. O estudo avaliou a proteç...

Huap-UFF é o primeiro hospital de Niterói (RJ) a realizar criobiópsia de nódulo pulmonar por meio de ecobroncoscopia

  O Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (Huap-UFF), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realizou pela primeira vez um procedimento de criobiópsia de nódulo pulmonar guiado por ultrassonografia endobrônquica radial. O uso da técnica, que é um avanço no diagnóstico precoce do câncer de pulmão, torna o Huap a única instituição a oferecer esse tipo de exame pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na região metropolitana II do Rio de Janeiro. O procedimento, realizado no último dia 22 de agosto, é um marco na modernização do parque tecnológico do Serviço de Endoscopia Digestiva e Respiratória do Huap-UFF e  faz parte das ações do projeto “Integra – uma proposta de integração academia/serviço”,  aprovado pelo edital Nº 15/2023, da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, que garantiu o valor de R$4.438.000 (quatro milhões, quatrocentos e trinta e oito mil reais) para 24 m...