Pular para o conteúdo principal

'Miniórgãos' feitos com impressora 3D são usados para testar vacinas

Miniórgãos desenvolvidos a partir de uma impressora 3-D modificada estão sendo usados para testar novas vacinas em um laboratório nos Estados Unidos.
O processo replica as células humanas para imprimir estruturas que imitam as funções do coração, fígado, pulmão e vasos sanguíneos.
Os órgãos são então inseridos em um microchip e ligados a um substituto de sangue, permitindo aos cientistas monitorar de perto tratamentos específicos.
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos financiou o projeto com US$ 24 milhões (R$ 54 milhões).
A bioimpressão, uma forma de impressão 3-D que, de fato, cria tecido humano, não é nova. Nem a ideia de cultivar tecido humano 3-D em um microchip.
Mas os testes que estão sendo realizados no Wake Forest Institute for Regenerative Medicine, na Carolina do Norte, são os primeiros a combinar vários órgãos em um mesmo dispositivo, capaz de modelar a resposta às toxinas químicas ou a agentes biológicos.
Órgãos impressos
As impressoras 3-D modificadas, desenvolvidas em Wake Forest, imprimem células humanas em materiais a base de hidrogel, um tipo de gel que é capaz de reter grande quantidade de água.

Os órgãos desenvolvidos em laboratórios são então inseridos em um chip de cinco centímetros e unidos em uma espécie de sistema circulatório que usa um substituto de sangue semelhante ao usado cirurgias de emergência.
O substituto do sangue mantém as células vivas e pode ser usado para receber agentes químicos ou biológicos e a introduzir terapias potenciais no sistema.
Sensores que medem a temperatura real, os níveis de oxigênio, o pH e outros fatores passam informações sobre como os órgãos reagem e, principalmente, como eles interagem uns com os outros.
Anthony Atala, diretor do Wake Forest e coordenador da pesquisa, disse que a tecnologia poderia ser usada tanto para 'prever os efeitos dos agentes químicos e biológicos quanto testar a eficiência de tratamentos potenciais'.
'Na prática, estamos fazendo testes em tecido humano', afirmou ele. 'Funciona melhor do que os testes em animais', acrescentou.
Antiterrorismo
Uma equipe de especialistas dos Estados Unidos está envolvida em aprimorar a tecnologia.

O financiamento para o projeto veio da Agência de Redução de Ameaças da Defesa (DTRA, na sigla em inglês), uma divisão do governo americano que combate armas biológicas, químicas e nucleares.
Os testes que estão sendo realizados em Wake Forest 'reduziriam significativamente o tempo e o custo necessários para desenvolver respostas médicas a ataques bioterroristas', diz Clint Florence, chefe interino do setor de vacinas da DTRA.
Wake Forest informou que conseguiu testar antídotos para o gás sarin, recentemente usado contra civis na Síria, segundo a ONU.
Processo de impressão
Atala, cujo campo de atuação é a medicina regenerativa, afirmou que a tecnologia de bioimpressão foi usado inicialmente no Wake Forest para criar tecidos e órgãos para transplantes em pacientes.

A sua equipe conseguiu replicar órgãos achatados como pele, órgãos tubulares, tais como vasos sanguíneos, e até órgãos ocos não tubulares, como a bexiga e o estômago, que possuem estruturas e funções mais complexas.
Mas construir órgãos maiores como coração e fígado ainda representa um grande desafio.
São necessários 30 minutos para imprimir uma miniatura de um rim ou do coração do tamanho de um biscoito pequeno.
'Há tantas células por centímetro que fazer um órgão do zero é um processo bastante complexo', definiu Atala à BBC.
Mas a bioimpressão de órgão sólidos em tamanho real não está tão distante quanto se imagina. 'Estamos trabalhando nessa área agora', disse Atala.
Fonte: G1

Comentários

Populares

Campanha Hanseníase 2018

Fonte: Portal da Saúde

UFF responde: Alzheimer

  Doença de causa desconhecida e incurável, o Alzheimer é a forma mais comum de demência e afeta, principalmente, idosos com mais de 65 anos. Identificada inicialmente pela perda de memória, pessoas acometidas pela doença têm, a partir do diagnóstico, uma sobrevida média que oscila entre 8 e 10 anos, segundo o  Ministério da Saúde  .  Em um  Relatório sobre Demência , a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que mais de 55 milhões de pessoas no mundo possuem algum tipo dessa doença, sendo mais de 60% dessas pessoas habitantes de países de baixa e média renda. A previsão é de que esse número ultrapasse mais de 130 milhões no ano de 2050. Outros dados apresentados na publicação indicam que a demência é a sétima maior causa de morte no mundo e que, em 2019, representou um custo global superior a 1 trilhão de dólares. Com o intuito de criar ações para o tratamento e a conscientização sobre a Doença de Alzheimer e de demências, em junho de 2024, foi instituída a...

Faculdade de Medicina da UFF celebra 100 anos com nova sede e programação especial

  A UFF celebrou, ontem (1), o centenário da Faculdade de Medicina. O evento, realizado no teatro da universidade, contou com a presença de autoridades acadêmicas e civis, docentes, servidores, estudantes e ex-alunos, reunindo gerações que marcaram a história da unidade. A programação contou com a conferência “ A Medicina nos últimos 100 anos ”, ministrada pela professora Eliete Bouskela, presidente da Academia Nacional de Medicina, além de homenagens a personalidades e ex-professores que contribuíram para a trajetória da unidade e da apresentação do Quarteto de Cordas. Na ocasião, foram entregues medalhas e troféus comemorativos, simbolizando o reconhecimento ao legado de excelência, ética e compromisso social da Faculdade de Medicina ao longo de um século. Quarteto de Cordas durante a solenidade do centenário da Faculdade de Medicina da UFF. Foto: Joaquim Guedes/SCS Com uma trajetória marcada pela excelência na formação de profissionais e pelo compromisso com a saúde pública, a u...

Vacina experimental pode trazer alívio para alergia a amendoim

Um estudo publicado no "Journal of Allergy and Clinical Immunology" nesta quarta-feira (11) demonstra como vacinas podem ser utilizadas com sucesso no tratamento de alergias. Uma boa parte das alergias ocorre quando o sistema imunológico percebe alguns alimentos como "invasores" a serem atacados. Como se o amendoim virasse um vírus, por exemplo. A partir dessa premissa, assim, cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, desenvolveram uma vacina capaz de fazer com que o sistema imune não reaja a substâncias presentes no amendoim como se elas fossem atacar o organismo. Em testes em camundongos, três doses mensais de uma vacina aplicada pelo nariz protegeram ratos de reações alérgicas. Ao todo, a vacina foi desenvolvida após quase duas décadas de estudo. Os ratos responderam às alergias a amendoim de forma similar aos humanos afetados, com sintomas que incluíam coceira na pele e dificuldade para respirar. O estudo avaliou a proteç...

Huap-UFF é o primeiro hospital de Niterói (RJ) a realizar criobiópsia de nódulo pulmonar por meio de ecobroncoscopia

  O Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (Huap-UFF), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realizou pela primeira vez um procedimento de criobiópsia de nódulo pulmonar guiado por ultrassonografia endobrônquica radial. O uso da técnica, que é um avanço no diagnóstico precoce do câncer de pulmão, torna o Huap a única instituição a oferecer esse tipo de exame pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na região metropolitana II do Rio de Janeiro. O procedimento, realizado no último dia 22 de agosto, é um marco na modernização do parque tecnológico do Serviço de Endoscopia Digestiva e Respiratória do Huap-UFF e  faz parte das ações do projeto “Integra – uma proposta de integração academia/serviço”,  aprovado pelo edital Nº 15/2023, da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, que garantiu o valor de R$4.438.000 (quatro milhões, quatrocentos e trinta e oito mil reais) para 24 m...