O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira duas mudanças nas regras para doação de sangue no país. Ampliou de 67 para 69 anos a idade máxima do doador, o que, segundo o ministério, vai aumentar em 2 milhões o número de pessoas que podem doar sangue. O ministério também tornou obrigatória a realização do teste de ácido nucleico, o NAT, em todas as bolsas de sangue do país para a detecção da hepatite C e do vírus HIV.
O NAT já é realizado nos hemocentros públicos e, com a medida, se torna obrigatório também nos privados. Os hemocentros do país terão 90 dias para se adequar às novas regras. Hoje, 75% da coleta de sangue no Brasil é feita na rede pública e 25% na rede privada. O teste ficará disponível de forma gratuita para os laboratórios privados. Parte deles já vinha importando o exame para aplicá-lo no Brasil.
- É mais barato para o ministério disponibilizar o teste do que arcar com os custos da doença - afirmou o ministro a Saúde, Alexandre Padilha.
No Brasil, o NAT é produzido pelo laboratório público Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e detecta o HIV e hepatite C mais cedo do que um outro teste, o Elisa. Mesmo com a obrigatoriedade do NAT, o Elisa continuará tendo que ser feito por todos os laboratórios.
Atualmente, são coletadas no Brasil 3,6 milhões de bolsas por ano, o equivalente a 1,8% da população do país. Segundo o Ministério da Saúde, o número está dentro dos parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS), mas o objetivo é elevar o índice para 3%, o correspondente a 6 milhões de bolsas. Em 2012, o ministério já havia reduzido a idade mínima para doação de 18 para 16 anos, desde que com autorização do responsável. Isso aumentou em 6,7 milhões o número potencial de doadores.
O NAT é um exame mais preciso que o Elisa para a identificação das doenças, o que diminui a chamada "janela imunológica" do HIV de 22 para dez dias, e da hepatite C de 35 para 12 dias. Ou seja, depois que a pessoa é infectada, o NAT consegue detectar as doenças em dez e 12 dias respectivamente.
- Todos eles (os exames) são absolutamente confiáveis. O NAT ajuda a reduzir a janela imunológica. Descobre mais precocemente se a pessoa está infectada por aquele vírus - disse Padilha.
Segundo o ministro, o desenvolvimento do NAT pelo laboratório Bio-Manguinhos representou uma economia anual de R$ 100 milhões aos cofres públicos. De acordo com ele, o laboratório está desenvolvendo o teste para detecção também de hepatite B e dengue. No caso da hepatite B, a previsão é que o exame esteja disponível já em 2014. Para a dengue, os testes devem se estender até o final do ano que vem.
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