A campanha “Maio roxo” tem o objetivo de alertar e conscientizar a população sobre as doenças inflamatórias intestinais (DII), como a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. Elas são patologias sem uma causa definida, mas estudos indicam que elas podem estar relacionadas a fatores como consumo exagerado de comidas industrializadas e com alto índice de gordura, além do componente genético e imunológico.
— A doença de Crohn pode inflamar qualquer segmento, desde a boca, até o ânus (geralmente não acometendo tudo ao mesmo tempo). O local mais comum é o intestino grosso e a parte final do intestino delgado, chamado íleo terminal. Já a retocolite ulcerativa acomete apenas o reto e o intestino grosso — explica o Fabio Luiz Maximiano, gastroenterologista do Hospital América de Mauá.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), as DII atingem 13,25 brasileiros em cada 100 mil habitantes, sendo 53,83% de doença de Crohn e 46,16% de retocolite ulcerativa.
— As DII afetam principalmente jovens entre 20 e 40 anos. Quanto mais cedo forem diagnosticadas, maiores as chances de o paciente conseguir o controle da doença por meio do tratamento adequado e com menos impacto nas suas atividades diárias — afirma Sthela Murad Regadas, presidente da SBCP.
Várias opções de tratamento, mas sem cura
As doenças inflamatórias intestinais são diagnosticadas com base no histórico clínico do paciente, incluindo exames físicos e laboratoriais, como estudos de imagem endoscópica e radiológica.
Existem diversas opções de terapias e a escolha do tratamento indicado para cada paciente depende da gravidade e da localização da doença. Dentre as alternativas estão medicamentos específicos para inflamações intestinais, imunomoduladores, os antibióticos e os medicamentos biológicos. O tratamento controla as inflações, mas a cura ainda não foi descoberta.
— Esses medicamentos biológicos são mais inovadores e capazes de aliviar os sintomas da doença de maneira rápida e manter a resposta por um período de tempo prolongado, sendo hoje mais indicados em quadros moderados e graves das DII, embora já se discuta a adoção mais precoce pelos benefícios que proporcionam — diz a gastroenterologista Marta Machado, e presidente da Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e doença de Crohn (ABCD).
Sintomas das doenças inflamatórias intestinais
Sangue nas fezes
O paciente percebe presença de sangue nas fezes ao evacuar
Dor abdominal
É frequente sentir dores na região da barriga, muitas vezes em forma de cólica
Diarreia
A alteração no aparelho digestivo provoca diarreias
Perda de peso
Por conta das inflamações na parede digestiva, é mais difícil absorver os nutrientes dos alimentos e, somado às diarreias constantes, ocorre uma diminuição do peso
Feridas
Quem tem a doença de Crohn pode apresentar feridas na boca ou próximas ao ânus
Fonte: Jornal Extra
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