Mulheres grávidas correm um risco 2,93 vezes maior de hospitalização e 5,4 vezes maior de desenvolver dengue grave em comparação com não-grávidas. A conclusão é de um estudo feito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
De acordo com os pesquisadores, mudanças anatômicas e fisiológicas desse período aumentam a vulnerabilidade à doença. Por exemplo, a gravidez causa diversas alterações cardiovasculares e dificulta o diagnóstico correto da dengue, assim como a avaliação da sua gravidade.
No estudo, a equipe analisou dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, coletados entre 2016 e 2019. Foram incluídos 27.695 casos de dengue confirmados em mulheres de 10 a 49 anos. Dessas, 949 estavam grávidas.
Os resultados, publicados recentemente no periódico científico BMC Infectious Diseases, mostraram que o risco de hospitalizações e de dengue grave se mostrou 2,93 e 5,4 vezes maior, respectivamente, em grávidas do que em não-grávidas. Das não-grávidas, 6,8% foram hospitalizadas, 1,8% teve dengue com sinais de alarme, de gravidade intermediária, e, 0,1%, dengue grave. O risco para gestantes permaneceu aumentado independentemente da idade da mulher.
De acordo com a médica Denise Siqueira de Carvalho, co-orientadora da pesquisa e docente do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da UFPR, em entrevista ao Ciência UFPR, faltam estudos para avaliar quais características tanto da condição da gestante quanto das características dos tipos virais teriam influência na maior gravidade da doença nesse grupo.
No entanto, ela alerta para a necessidade de alertar a população como um todo e principalmente as mulheres em idade reprodutiva que desejam engravidar sobre a prevenção da doença. O uso de repelentes, por exemplo, é considerado eficaz, desde que haja indicação de produtos adequados para gestantes, observando-se também o intervalo e local das aplicações. Outra estratégia é o uso de telas para evitar a entrada do mosquito no ambiente domiciliar.
Fonte: O Globo
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