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Câncer colorretal: entenda a doença que atinge o ex-astro de 'Dawson's Creek'

James Van Der Beek, que viveu o personagem Dawson Leery na série, falou sobre seu diagnóstico para a revista People. Ator é pai de seis filhos.


O protagonista da série "Dawson's Creek", o ator James Van Der Beek, de 47 anos, contou à Revista People no domingo (3) que foi diagnosticado com câncer colorretal.

"Tenho câncer colorretal. Tenho lidado com esse diagnóstico em particular e tomado medidas para resolvê-lo, com o apoio da minha incrível família", disse ele à publicação.

James também fez questão de tranquilizar os fãs e dizer que está otimista com seu tratamento. "Estou otimista, estou me sentindo bem", disse ele, que é pai de seis filhos, frutos de seu relacionamento com a mulher Kimberly Van Der Beek.

O que é câncer colorretal?

O gshow entrevistou o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia e membro do Conselho Consultivo da European School of Oncology, para entender melhor a doença que atinge o o ator.

De acordo com o especialista, o tratamento para esse tipo de câncer costuma ter bons resultados, principalmente com o diagnóstico precoce.

“É uma doença bem complexa, mas que atualmente já existem diretrizes importantes, e é uma doença que dá para tratar. Os resultados são bem bons”, diz.


Ele explica ainda que o câncer colorretal é uma “doença maligna do aparelho digestivo” que acomete o intestino grosso, nomeadamente o colo, podendo chegar ao reto.

“São dois tipos de câncer: o câncer de colo e o câncer de reto, que são do intestino grosso. Quando o tumor está acima, até 10 centímetros da margem anal, a gente costuma dizer que é um câncer de reto. Acima de 12 centímetros, seria um câncer de colo”, detalha o especialista.

Ou seja, o termo câncer colorretal é o agrupamento de dois tipos de neoplasia do intestino grosso:

“Trata-se do câncer de cólon e o tumor maligno de reto também.”

Principais fatores de risco para o câncer colorretal

Segundo Ramon Andrade de Mello, esse tipo de câncer costuma estar associado a alguns fatores de riscos: “Por exemplo, a obesidade, o consumo de alimentos processados, o estilo de vida sedentário”.

“Normalmente, a partir dos 50 anos as pessoas têm mais susceptibilidade de desenvolver esse tipo de neoplasia.”

A médica oncologista Renata D’Alpino, especialista em tumores gastrointestinais e neuroendócrinos da Oncoclínicas, ressalta que grande parte dos tumores de intestino aparecem a partir de pólipos, lesões benignas que crescem na parede interna do intestino, mas que se não identificadas preventivamente, podem evoluir e se tornarem malignas com o tempo.

“Após os 50 anos, a chance de apresentar pólipos aumenta, ficando entre 18% e 36%, o que consequentemente representa um aumento no risco de tumores malignos decorrentes da condição a partir dessa fase da vida e, por isso, ela foi estabelecida como critério para início do rastreio ativo”, afirma.

De acordo com a publicação Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil, o câncer de intestino é o segundo tipo mais incidente no Brasil, tanto entre os homens quanto em mulheres, atrás do câncer de próstata e de mama feminina, respectivamente.

Segundo o INCA, em cada ano do triênio 2023-2025 serão diagnosticados cerca de 46 mil casos novos de câncer colorretal, correspondendo a cerca de 10% do total de tumores diagnosticados no Brasil (excluindo-se o câncer de pele não melanoma).

Veja sintomas do câncer colorretal e como diagnosticá-lo precocemente

Renata D’Alpino diz que é muito comum o tumor ser descoberto tardiamente, quando os sintomas mais severos começam a aparecer. Dentre eles estão:

  • anemia;
  • constipação ou diarréia sem causas aparentes;
  • fraqueza;
  • gases;
  • cólicas abdominais;
  • emagrecimento.
O sangue nas fezes pode ser um indício, mas ela afirma que muitas vezes as pessoas creditam a causas convencionais, como hemorroidas, e postergam a realização de exames específicos.

“A prevenção primária está relacionada a mudanças nos hábitos alimentares e de vida, como investir alimentos com mais fibras e laticínios e evitando carnes vermelhas e processadas”, lista a especialista.

Ela afirma que essas mudanças de estilo de vida consistem ainda em combater a obesidade, praticar atividades físicas regularmente e evitar o tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas.

Para o rastreamento da doença, um dos principais métodos é o exame nas fezes, chamado de Pesquisa de Sangue Oculto nas fezes. “Esse exame é feito anualmente e, se ele der positivo ou não, há indicação de aprofundar a investigação com exames como retossigmoidoscopia e até mesmo a colonoscopia total”, explica Ramon.

Em alguns casos, principalmente quando há uma história familiar de doenças genéticas associadas às neoplasias do intestino, ele afirma que o paciente pode ter já indicação direta da colonoscopia sem precisar fazer o teste de sangue oculto nas fezes para o rastreio da doença.

Como o câncer colorretal envolve dois tipos de câncer, o oncologista destaca como costuma ser realizado o tratamento em cada caso específico.

“No câncer de reto, o tratamento envolve radioterapia, quimioterapia e também a cirurgia. Normalmente, a gente começa com quimioterapia e depois faz avaliação de resposta com exames de imagem”, explica.

Já na doença avançada e com metástase, o câncer de cólon e reto tem uma modalidade de tratamento muito semelhante, segundo o oncologista: “Normalmente o tratamento é por terapia sistêmica antineoplásica, que inclui a quimioterapia, terapias-alvo e também a imunoterapia em alguns casos selecionados.”

Tempo de tratamento do câncer colorretal e chances de cura

Ramon Andrade de Mello ressalta que o tratamento do câncer colorretal, na fase inicial, demora para completar todos os protocolos: “É uma combinação de protocolos, leva uma média de quatro a seis meses, mas na doença avançada, o tratamento pode chegar a mais de cinco anos, dependendo da taxa de sucesso de cada paciente.”

E para ânimo de muitos pacientes que precisam lidar com o longo período de tratamento, o oncologista afirma: “Pode, sim, dizer que a doença é curável, principalmente nos estados mais precoces. Na doença mais localizada, as chances de cura são bem maiores.”

No entanto, ele acrescenta que a doença em estágio avançado as chances de cura são menores. “E os tratamentos giram em torno da quimioterapia, terapia-alvo e imunoterapia”, reforça.

Fonte: Globo

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