Pular para o conteúdo principal

Novembro Azul: câncer de próstata costuma ser silencioso. Veja cuidados necessários para prevenção

O câncer de próstata nem sempre é diagnosticado de forma precoce


O câncer de próstata é normalmente silencioso e, por isso, nem sempre é diagnosticado de forma precoce. No ano que vem, a doença deverá atingir 71 mil homens no país, mais da metade deles moradores da Região Sudeste, que irá registrar 34.470 casos, segundo dados do Inca. Para que a descoberta do tumor – cuja prevenção é lembrada pela campanha Novembro Azul --, seja feita precocemente, elevando as chances de cura para 90%, é preciso tomar alguns cuidados, alerta o professor e coordenador de Urologia da Faculdade de Medicina da Unig, Sessin Akl Gajar.

O primeiro, diz, é adotar um estilo de vida saudável, já que obesidade, sedentarismo, tabagismo e consumo de bebidas alcóolicas são fatores de risco. Fazer exames regularmente e não se esquivar do toque retal também são medidas que podem ajudar na descoberta precoce da doença.

“O risco de desenvolver o câncer de próstata aumenta a partir dos 50 anos, mas também pode acometer homens com menos idade. Aqueles que têm histórico familiar devem começar o rastreio com 45 anos. Os homens negros também precisam ficar mais atentos, pois a doença é mais prevalente entre eles, que tendem também a desenvolver a doença de forma mais agressiva”, diz o professor da Unig.

Dois exames são os mais utilizados para rastreio do câncer de próstata, o toque retal e a medida, no sangue, de PSA, sigla para antígeno prostático específico. Quando aumentado, ele pode ser um indicativo da presença de tumor. Para confirmar a presença das células de câncer, os médicos normalmente pedem uma biópsia, procedimento invasivo que retira para análise minúsculas partes do órgão.

Outro recurso, diz Gajar, também tem sido cada vez mais usado para identificar o câncer de próstata: o exame de ressonância magnética, capaz de visualizar de forma mais detalhada a glândula.

“Menos invasiva e mais preciso, este exame é recomendado principalmente nos casos em que há suspeita da doença, mas a biópsia foi negativa”, diz o coordenador de urologia da Faculdade de Medicina da UNIG.

Tratamento

Feito o diagnóstico, o tratamento vai depender de alguns fatores, como agressividade do tumor, idade, estado geral do paciente, presença de comorbidades, entre outros. Gajar lembra também que homens com casos de câncer na família também pode fazer testes genéticos para saber a propensão para desenvolver a doença.

“Se um homem tem casos de câncer de mama, ovário ou de pâncreas na família, o médico pode solicitar um teste genético de BRCA1 e BRCA2 para saber se aquele paciente também tem a mutação genética e corre o risco de desenvolver a doença”, pontua.

Sintomas mais comuns

Os homens devem ficar atentos aos sinais mais comuns da doença. Na fase inicial, o câncer de próstata pode não apresentar sintomas. Quando eles surgem, os mais comuns são dificuldade de micção; demora em começar e terminar de urinar; sangue na urina; diminuição do jato; necessidade de ir mais vezes ao banheiro durante o dia ou à noite. Essas queixas também podem ocorrer devido a doenças benignas da próstata, como hiperplasia ou prostatite (inflamação) e, por isso, é sempre necessário procurar atendimento médico. Outros sintomas, como dor pélvica, dor óssea, anemia, perda de peso podem estar presentes nos casos mais avançados.

Tratamento

O envelhecimento da população tem provocado uma maior incidência de casos. Mas hoje estão disponíveis uma série de tratamentos que não existiam há alguns anos e que podem ser empregados isoladamente, ou combinados entre si, como cirurgia, radioterapia, bloqueio hormonal, quimioterapia, radiofármacos e drogas-alvo dirigidas.

Os tratamentos variam de paciente para paciente e há esperança mesmo em casos detectados tardiamente.

Fonte: Extra. Saúde. 


Comentários

Populares

UFF Responde: Sífilis

  Outubro é marcado pela campanha nacional Outubro Verde, que visa combater a sífilis e a sífilis congênita no território brasileiro. Segundo o Boletim Epidemiológico sobre a doença, divulgado pelo Ministério da Saúde, revelou que, entre 2021 e 2022, a taxa de detecção de casos de sífilis cresceu 23%, enquanto a detecção em gestantes aumentou 15%. O aumento dos casos gera preocupação entre os especialistas. Neste UFF Responde, convidamos a professora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense (ISC/UFF), Sandra Costa Fonseca, para esclarecer detalhes sobre a doença, meios de prevenção e de tratamento. O que é Sífilis? Como podemos identificar os sintomas? Sandra Costa Fonseca:   A sífilis é uma infecção sistêmica de evolução crônica, causada pela bactéria Treponema pallidum. A transmissão é predominantemente sexual e em gestantes pode ocorrer a transmissão vertical para o feto (sífilis congênita). Quando não tratada, progride ao longo dos anos por vários estágios

Você sabia?

 

25 de outubro - Dia do Dentista

Comemora-se o Dia do Dentista em 25 de outubro, porque nesta data, em 1884, foi assinado o decreto 9.311, que criou os primeiros cursos de graduação de odontologia do Brasil, no Rio de Janeiro e na Bahia. Uma portaria do Conselho Federal de Odontologia tornou a data oficial para a comemoração do Dia do Dentista Brasileiro . Parabéns a todos os dentistas e estudantes de odontologia da Universidade Federal Fluminense!

Irritação, euforia, agressividade e depressão podem ser sinais do distúrbio. Doença, que atinge 4% da população brasileira, não tem cura, mas tratamento pode controlá-la

Sintomas como euforia, fala rápida, irritação, agitação, insônia, agressividade, hostilidade e depressão podem ser sinais de vários transtornos que acometem o humor, seja para o polo depressivo, seja para o da euforia. Porém, quando os sintomas vêm alternados em uma mesma pessoa, pode ser um alerta para o transtorno bipolar, uma doença sem cura, mas com tratamento e controle. De acordo com a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB), o distúrbio atinge 4% da população. O censo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, informa que o Brasil tem uma população de 190.732.694 pessoas. A doença se manifesta em fases que alternam a hiperexcitabilidade e a agitação com profunda tristeza e depressão. A duração de cada fase varia de pessoa para pessoa, podendo durar horas, dias, meses e até anos. Um complicador para a pessoa portadora do transtorno surge quando as duas fases se misturam, o chamado estado misto.  “A pessoa pode est

Diabetes: terapia inovadora com a semaglutida, do Ozempic, elimina dependência de insulina em 86% dos pacientes

  Uma nova estratégia de tratamento para diabetes tipo 2 que consegue reduzir de maneira significativa ou até mesmo eliminar a necessidade de terapia com insulina foi apresentada no congresso de Gastroenterologia da Europa Unida (UEG Week), em Viena, na Áustria. Atualmente, a doença crônica afeta 422 milhões de pessoas. O novo procedimento conhecido como ReCET (Re-Celularização via Terapia de Eletroporação), o qual é combinado com a semaglutida, princípio ativo presente no Ozempic , teve como resultado o fim da terapia com insulina para 86% dos pacientes. Os pesquisadores realizaram o primeiro experimento em humanos com 14 participantes, que tinham idades entre 28 e 75 anos, com índices de massa corporal variando de 24 a 40 kg/m². Cada um deles passou pelo procedimento ReCET sob sedação profunda, um tratamento destinado a melhorar a sensibilidade do corpo à sua própria insulina. Em seguida, eles passaram por uma dieta líquida isocalórica durante duas semanas, após a qual a semaglutida