Pular para o conteúdo principal

Mpox - Conheça a doença

 A mpox é uma doença causada pelo mpox vírus (MPXV), do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. Trata-se de uma doença zoonótica viral, em que sua transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com:

  • Pessoa infectada pelo mpox vírus
  • Materiais contaminados com o vírus
  • Animais silvestres (roedores) infectados

Sinais e Sintomas

  • Erupções cutâneas ou lesões de pele
  • Linfonodos inchados (ínguas)
  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Dores no corpo
  • Calafrio
  • Fraqueza

O intervalo de tempo entre o primeiro contato com o vírus até o início dos sinais e sintomas da mpox (período de incubação) é tipicamente de 3 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias. Após a manifestação de sintomas como erupções na pele, o período em que as crostas desaparecem, a pessoa doente deixa de transmitir o vírus a outras pessoas. As erupções na pele geralmente começam dentro de um a três dias após o início da febre, mas às vezes, podem aparecer antes da febre.

As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas, que secam e caem. O número de lesões em uma pessoa pode variar de algumas a milhares de lesões. As erupções tendem a se concentrar no rosto, na palma das mãos e planta dos pés, mas podem ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive na boca, olhos, órgãos genitais e no ânus.

- Se você achar que tem sintomas compatíveis de mpox, procure uma unidade de saúde para avaliação e informe se você teve contato próximo com alguém com suspeita ou confirmação da doença. Se possível, isole-se e evite contato próximo com outras pessoas. Higienize as mãos regularmente e siga as orientações para proteger outras pessoas da infecção.

Diagnóstico

O diagnóstico da mpox é realizado de forma laboratorial, por teste molecular ou sequenciamento genético. O teste para diagnóstico laboratorial será realizado em todos os pacientes com suspeita da doença. A amostra a ser analisada será coletada, preferencialmente, da secreção das lesões. Quando as lesões já estão secas, o material encaminhado são as crostas das lesões. As amostras estão sendo direcionadas para os laboratórios de referência no Brasil. 

Diagnóstico complementar

O diagnóstico complementar deve ser realizado considerando as seguintes doenças: varicela zoster, herpes zoster, herpes simples, infecções bacterianas da pele, infecção gonocócica disseminada, sífilis primária ou secundária, cancróide, linfogranuloma venéreo, granuloma inguinal, molusco contagioso, reação alérgica e quaisquer outras causas de erupção cutânea papular ou vesicular. Há relatos esporádicos de pacientes coinfectados com o MPXV e outros agentes infecciosos, portanto, pacientes com erupção cutânea característica devem ser investigados mesmo quando outros testes sejam positivos.

Notificação: Portaria GM/MS nº 3328, de 22 de agosto de 2022 estabelece a obrigatoriedade de notificação imediata, em até 24 horas dos casos da doença mpox. A notificação pode ser realizada pelos profissionais de saúde de serviços públicos ou privados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação - e-SUS Sinan.

Transmissão

A principal forma de transmissão da mpox ocorre por meio do contato direto pessoa a pessoa (pele, secreções) e exposição próxima e prolongada com gotículas e outras secreções respiratórias. Ocorre, principalmente, por meio do contato direto pessoa a pessoa com as erupções e lesões na pele, fluidos corporais (tais como pus, sangue das lesões) de uma pessoa infectada. Úlceras, lesões ou feridas na boca também podem ser infectantes, o que significa que o vírus pode ser transmitido por meio da saliva.

A infecção também pode ocorrer no contato com objetos recentemente contaminados, como roupas, toalhas, roupas de cama, ou objetos como utensílios e pratos, que foram contaminados com o vírus pelo contato com uma pessoa doente. Já a transmissão por meio de gotículas, normalmente, requer contato próximo prolongado entre o paciente infectado e outras pessoas, o que torna trabalhadores da saúde, familiares e parceiros íntimos, pessoas com maior risco de infecção.

Uma pessoa pode transmitir a doença desde o momento em que os sintomas começam até a erupção ter cicatrizado completamente e uma nova camada de pele se formar.

- A doença geralmente evolui para quadros leves e moderados e pode durar de 2 a 4 semanas.

Prevenção

A principal forma de proteção contra a mpox é a prevenção. Assim, aconselha-se a evitar o contato direto com pessoas com suspeita ou confirmação da doença. E no caso da necessidade de contato (por exemplo: cuidadores, profissionais da saúde, familiares próximos e parceiros, etc.) utilizar luvas, máscaras, avental e óculos de proteção. Pessoas com suspeita ou confirmação da doença devem cumprir isolamento imediato, não compartilhar objetos e material de uso pessoal, tais como toalhas, roupas, lençóis, escovas de dente, talheres, até o término do período de transmissão.

Lave regularmente as mãos com água e sabão ou utilize álcool em gel, principalmente após o contato com a pessoa infectada, suas roupas, lençóis, toalhas e outros itens ou superfícies que possam ter entrado em contato com as erupções e lesões da pele ou secreções respiratórias (por exemplo, utensílios, pratos). Lave as roupas de cama, roupas, toalhas, lençóis, talheres e objetos pessoais da pessoa com água morna e detergente. Limpe e desinfete todas as superfícies contaminadas e descartar os resíduos contaminados (por exemplo, curativos) de forma adequada.

Todas as pessoas com sintomas compatíveis de mpox devem procurar uma unidade básica de saúde imediatamente e adotar as medidas de prevenção.

Tratamento

Atualmente, o tratamento dos casos de mpox tem se sustentado em medidas de suporte clínico com o objetivo de aliviar sintomas; prevenir e tratar complicações e evitar sequelas. A maioria dos casos apresenta sinais e sintomas leves e moderados. Até o momento, não se dispõe de medicamento aprovado especificamente para mpox.

Vacinação

A estratégia de vacinação prioriza a proteção das pessoas com maior risco de evolução para as formas graves da doença. Essa definição foi feita em conjunto com representantes dos conselhos municipais e estaduais, diante da avaliação técnica e científica de especialistas.

Vacinação Pré-exposição:

Pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA): homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais; com idade igual ou superior a 18 anos; e com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses.

Profissionais de laboratório que trabalham diretamente com Orthopoxvírus em laboratórios com nível de biossegurança 2 (NB-2), de 18 a 49 anos de idade.

Pós-exposição:

Pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas, prováveis ou confirmadas para mpox, cuja exposição seja classificada como de alto ou médio risco, conforme recomendações da OMS, mediante avaliação da vigilância local.

Fonte: Ministério da Saúde

Comentários

Populares

UFF Responde: Sífilis

  Outubro é marcado pela campanha nacional Outubro Verde, que visa combater a sífilis e a sífilis congênita no território brasileiro. Segundo o Boletim Epidemiológico sobre a doença, divulgado pelo Ministério da Saúde, revelou que, entre 2021 e 2022, a taxa de detecção de casos de sífilis cresceu 23%, enquanto a detecção em gestantes aumentou 15%. O aumento dos casos gera preocupação entre os especialistas. Neste UFF Responde, convidamos a professora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense (ISC/UFF), Sandra Costa Fonseca, para esclarecer detalhes sobre a doença, meios de prevenção e de tratamento. O que é Sífilis? Como podemos identificar os sintomas? Sandra Costa Fonseca:   A sífilis é uma infecção sistêmica de evolução crônica, causada pela bactéria Treponema pallidum. A transmissão é predominantemente sexual e em gestantes pode ocorrer a transmissão vertical para o feto (sífilis congênita). Quando não tratada, progride ao longo dos anos por vários estágios

Você sabia?

 

25 de outubro - Dia do Dentista

Comemora-se o Dia do Dentista em 25 de outubro, porque nesta data, em 1884, foi assinado o decreto 9.311, que criou os primeiros cursos de graduação de odontologia do Brasil, no Rio de Janeiro e na Bahia. Uma portaria do Conselho Federal de Odontologia tornou a data oficial para a comemoração do Dia do Dentista Brasileiro . Parabéns a todos os dentistas e estudantes de odontologia da Universidade Federal Fluminense!

Irritação, euforia, agressividade e depressão podem ser sinais do distúrbio. Doença, que atinge 4% da população brasileira, não tem cura, mas tratamento pode controlá-la

Sintomas como euforia, fala rápida, irritação, agitação, insônia, agressividade, hostilidade e depressão podem ser sinais de vários transtornos que acometem o humor, seja para o polo depressivo, seja para o da euforia. Porém, quando os sintomas vêm alternados em uma mesma pessoa, pode ser um alerta para o transtorno bipolar, uma doença sem cura, mas com tratamento e controle. De acordo com a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB), o distúrbio atinge 4% da população. O censo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, informa que o Brasil tem uma população de 190.732.694 pessoas. A doença se manifesta em fases que alternam a hiperexcitabilidade e a agitação com profunda tristeza e depressão. A duração de cada fase varia de pessoa para pessoa, podendo durar horas, dias, meses e até anos. Um complicador para a pessoa portadora do transtorno surge quando as duas fases se misturam, o chamado estado misto.  “A pessoa pode est

Diabetes: terapia inovadora com a semaglutida, do Ozempic, elimina dependência de insulina em 86% dos pacientes

  Uma nova estratégia de tratamento para diabetes tipo 2 que consegue reduzir de maneira significativa ou até mesmo eliminar a necessidade de terapia com insulina foi apresentada no congresso de Gastroenterologia da Europa Unida (UEG Week), em Viena, na Áustria. Atualmente, a doença crônica afeta 422 milhões de pessoas. O novo procedimento conhecido como ReCET (Re-Celularização via Terapia de Eletroporação), o qual é combinado com a semaglutida, princípio ativo presente no Ozempic , teve como resultado o fim da terapia com insulina para 86% dos pacientes. Os pesquisadores realizaram o primeiro experimento em humanos com 14 participantes, que tinham idades entre 28 e 75 anos, com índices de massa corporal variando de 24 a 40 kg/m². Cada um deles passou pelo procedimento ReCET sob sedação profunda, um tratamento destinado a melhorar a sensibilidade do corpo à sua própria insulina. Em seguida, eles passaram por uma dieta líquida isocalórica durante duas semanas, após a qual a semaglutida