Pular para o conteúdo principal

SUS vai oferecer remédio a portador do HIV assim que for diagnosticado

Uma nova portaria do Ministério da Saúde determina que as pessoas com HIV poderão iniciar o tratamento com medicação antirretroviral assim que receberem o diagnóstico.
Atualmente, a indicação para início da terapia ocorre somente quando o paciente já apresenta sintomas da Aids – como, por exemplo, perda de peso, febre, diarreia e fadiga – ou quando o exame de contagem de linfócitos CD4 apresenta resultados alterados (abaixo de 500 células/mm³).
O objetivo da nova estratégia, anunciada pelo ministro Alexandre Padilha neste domingo (1º), Dia Mundial de Luta contra a Aids, é melhorar a qualidade de vida das pessoas que têm o vírus e diminuir a transmissão do HIV. Segundo o ministro, iniciar o tratamento assim que o paciente recebe o diagnóstico reduz em 96% a chance de ele transmitir o vírus para outras pessoas.A portaria deve ser publicada nesta segunda-feira no Diário Oficial.
De acordo com o ministério, apenas França e Estados Unidos já adotam essa abordagem para o tratamento de HIV. "O Brasil é o primeiro país em desenvolvimento", destaca o secretário de Atenção em Saúde, Jarbas Barbosa. "Essa medida pode ser um ponto de inflexão importante para mudar a história da transmissão da Aids", acrescenta. Ele aponta que os medicamentos são capazes de praticamente zerar a carga viral no sangue do paciente, o que reduz o risco de transmissão.
A expansão da oferta dos antirretrovirais no Sistema Único de Saúde (SUS) é acompanhada pelo aumento de sua produção nacional. Atualmente, o Brasil fabrica metade dos 20 medicamentos oferecidos pela rede pública, que incorporou, nos últimos dois anos, duas novas drogas – tipranavir e maraviroque.
Barbosa explica que, atualmente, o Brasil tem cerca de 300 mil pessoas em tratamento contra o HIV. Dados epidemiológicos de 2012 indicam que o país tem ao redor de 700 mil pessoas infectados pelo vírus. Somente no ano passado, 39 mil pessoas descobriram que estão contaminadas. Com a mudança no protocolo de tratamento, espera-se que outras 100 mil pessoas passem a tomar antirretrovirais.
Unidades móveis
Uma nova portaria do Ministério da Saúde determina que as pessoas com HIV poderão iniciar o tratamento antirretroviral assim que receberem o diagnóstico. (Foto: Janaína Carvalho / G1)Unidade móvel que fará testes rápidos de HIV em pessoas de grupos de risco (Foto: Janaína Carvalho / G1)
Estima-se ainda que 140 mil estão infectadas e não sabem que têm a doença. Por causa disso, a pasta lançou uma iniciativa para levar unidades móveis de testagem rápida a locais de concentração de grupos vulneráveis, como pontos de prostituição ou casas noturnas de público predominantemente gay, entre outros. A primeira região metropolitana a receber uma unidade é o Rio de Janeiro. O teste rápido indica se a pessoa está com vírus em apenas meia hora.
Prevenção
Além de lançar o novo protocolo de HIV, o governo também iniciará, no Rio Grande do Sul, um estudo inédito com a adoção da chamada Profilaxia Pré-Exposição (PREP) e expansão para a atenção básica a Profilaxia Pós Exposição (PEP). O teste será realizado como projeto-piloto por meio de um termo de cooperação técnica com a  Secretaria Estadual de Saúde gaúcha. A PREP é o uso diário de antirretrovirais em pessoas não infectadas, mas que estão sob risco elevado de infecção pelo HIV, com o objetivo de bloquear a contaminação pelo vírus.

Assim, será  introduzida nos Serviços de Assistência Especializada (SAE) e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do SUS a oferta de antirretrovirais para populações prioritárias, como homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, travestis, transexuais, pessoas que usam drogas, entre outras.
Já a PEP, que já existe nos SAE e será expandida para as UPAs, é uma medida de prevenção que consiste em dar medicamentos a um paciente até 72 horas após uma provável exposição ao vírus da Aids. Ela já é utilizada em casos de risco de contaminação por profissionais de saúde, na atividade laboral, devido a acidentes, e em casos de relações sexuais, para reduzir o risco de transmissão do HIV, quando ocorre falha nas outras medidas de prevenção.
Fonte: G1

Comentários

Populares

UFF Responde: Hanseníase

  A hanseníase carrega um histórico marcado por preconceito e exclusão. Por décadas, pacientes foram afastados do convívio social, confinados em colônias devido ao estigma em torno da doença. Hoje, embora os avanços no diagnóstico e no tratamento tenham transformado essa realidade, o combate ao preconceito ainda é um desafio. No Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase, neste ano celebrado em 26 de janeiro, a campanha do “Janeiro Roxo” reforça a importância da conscientização, do diagnóstico precoce e da adesão ao tratamento gratuito oferecido pelo SUS, que ajuda a desconstruir mitos e ampliar o acesso à saúde. Em 2023, de acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados 22.773 novos casos da doença no Brasil. Por isso, a Estratégia Nacional para Enfrentamento à Hanseníase, estabelecida para o período 2024-2030, trouxe metas importantes, como a capacitação de profissionais de saúde e a ampliação do exame de contatos, que visam à eliminação da hanseníase como problema de...

Morte de turista no Cristo Redentor: cardiologista explica como um desfibrilador poderia ter evitado a tragédia

  A morte do turista gaúcho Jorge Alex Duarte, de 54 anos, no Cristo Redentor, no último domingo, trouxe à tona a falta de estrutura para atendimentos de emergência em um dos principais cartões-postais do Brasil. Jorge sofreu um infarto fulminante logo após subir parte da escadaria do monumento, mas não havia socorristas nem um desfibrilador disponível no local. Para o cardiologista e professor do Curso de Medicina da Unig, Jorge Ferreira, o uso rápido do equipamento poderia ter feito toda a diferença no desfecho da tragédia. "O desfibrilador é o principal aparelho que precisa estar disponível em casos de parada cardíaca. Ele funciona como um relógio da sobrevida: a cada minuto sem atendimento, as chances de sobrevivência diminuem. Se o paciente tiver um ritmo chocável (quando é necessário um choque elétrico para voltar à normalidade), o desfibrilador pode aumentar significativamente as chances de salvá-lo", explica o médico, que também é coordenador do Laboratório de Habili...

Anvisa aprova 1ª insulina semanal do país para o tratamento de diabetes tipo 1 e 2

  A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta sexta-feira (7) a primeira insulina semanal do mundo para o tratamento de pacientes com diabetes tipo 1 e 2. O medicamento insulina basal icodeca é comercializado como Awiqli e produzido pela farmacêutica Novo Nordisk, a mesma que produz Ozempic. A aprovação foi baseada nos resultados de testes clínicos que mostraram que o fármaco é eficaz no controle dos níveis de glicose em pacientes com diabetes tipo 1, alcançando controle glicêmico comparável ao da insulina basal de aplicação diária. Os pacientes que utilizarama insulina basal icodeca mantiveram níveis adequados de glicemia ao longo da semana com uma única injeção. O medicamento também demonstrou segurança e controle glicêmico eficaz, comparável ao das insulinas basais diárias, em pacientes com diabetes tipo 2. A insulina icodeca permitiu um controle estável da glicemia ao longo da semana com uma única injeção semanal, sendo eficaz em pacientes com diferentes ...

Vacina brasileira contra dengue estará no SUS em 2026, diz governo

  O governo anunciou, nesta terça-feira, a incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS) da primeira vacina brasileira contra a dengue de dose única, produzida pelo Instituto Butantan. Isso vai valer a partir de 2026. O imunizante será destinado para toda a faixa etária de 2 a 59 anos e será produzido em larga escala, de acordo com o governo. O anúncio foi feito em cerimônia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Saúde, Nísia Trindade. Segundo o governo, a partir do próximo ano, serão ofertadas 60 milhões de doses anuais, com possibilidade de ampliação do quantitativo conforme a demanda e a capacidade produtiva. Fonte: Jornal Extra

Destaque UFF

  Mais um projeto da UFF que vem para somar na cidade de Niterói. Com foco no turismo responsável, o Observatório do Turismo de Niterói (ObservaTur Niterói) busca monitorar a atividade turística da região visando à geração de empregos, implementação de políticas públicas e outros investimentos no setor.  O projeto, elaborado pela nossa Universidade em parceria com a Prefeitura Municipal de Niterói e a Fundação Euclides da Cunha (FEC), envolve docentes e estudantes de graduação e pós.  Como destaca o reitor da UFF, professor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, a cidade sorriso tem um grande potencial turístico. ""A UFF está atuando junto ao município para cooperar neste processo de recuperação dos efeitos da pandemia, para que Niterói avance e se torne referência para todo o estado"". Leia a matéria completa do #DestaquesUFF  no link https://bit.ly/3FaRxBT