Pular para o conteúdo principal

Pesquisa da USP busca medicamento para inibir vírus da zika no organismo

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), campus de São Carlos, desenvolvem um medicamento para impedir a multiplicação do vírus da zika no organismo. A equipe já conseguiu identificar a estrutura da principal proteína do vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, e agora estuda quais moléculas são capazes de torná-lo inativo. Na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), pesquisadores utilizam uma substância presente no açafrão para matar as larvas.

No ano passado, o Aedes aegypti fez várias vítimas na região. Araras enfrentou uma epidemia de dengue, com 412 casos, e três ocorrências de chikungunya. Em Rio Claro, foram 91 casos de dengue e 10 de chikungunya. São Carlos registrou 458 casos de dengue e Araraquara teve 1.827 ocorrências da doença. Quatro pessoas tiveram chikungunya e 145 foram vítimas do zika.
Avanços
O trabalho da equipe do Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar) da USP ainda está em fase inicial, mas já representa um avanço.

“Agora partimos para a etapa que vai ser muito longa, de encontrar moléculas que possam se encaixar nessa proteína para eventualmente bloquear o seu funcionamento. Há uma preocupação enorme em relação a essa doença, especialmente pelos seus inesperados e hoje devastadores impactos neurológicos”, disse o professor Glaucius Oliva, coordenador do CIBFar.

Análises
Partindo das informações do genoma do vírus, os pesquisadores utilizaram técnicas de modelagem digital para fazer previsões sobre a estrutura das proteínas que compõem o patógeno. A partir dos dez genes, eles chegaram a 16 construções, incluindo proteínas completas e domínios que podem ser alvos para inativação.

A etapa seguinte do projeto envolveu técnicas de engenharia genética: os genes do zika foram clonados e inseridos em bactérias, uma técnica frequentemente utilizada em pesquisas. Dessa forma, as bactérias passaram a produzir proteínas virais, que podem, então, ser purificadas e analisadas.
Em uma etapa da pesquisa concluída há poucas semanas, os cientistas conseguiram avaliar com precisão a estrutura de uma proteína essencial para a multiplicação do vírus zika, chamada de RNA polimerase. Presente no processo de replicação viral, essa enzima é responsável por produzir as cópias do material genético do patógeno.
Entre outras características, o estudo revelou que o formato da RNA polimerase do zika é bastante diferente do formato da RNA polimerase do vírus da dengue, o que torna necessário um antiviral específico.
Curcumina
O tempero que dá cor e sabor a muitos pratos pode ser o ingrediente que faltava no combate à dengue. Pesquisadores da USP em parceria com a UFSCar descobriram que a curcumina, uma substância presente no açafrão e que dá o tom laranja ao pó, pode matar as larvas do Aedes aegypti.

Segundo o professor Vanderlei Bagnato, do Instituto de Física (IFSC), quando a larva ingere a substância e é exposta a qualquer tipo de luz, inclusive a solar, ocorre uma reação que leva à destruição de seu intestino e à morte. Tudo isso de forma simples.

Basta colocar o pó em locais onde o mosquito da dengue costuma se reproduzir, como pratos e vasos de plantas. A larva ingere a substância e morre pouco depois, mesmo quando a área não está plenamente iluminada.
"Ela mata em duas horas as larvas que estavam diretamente expostas ao sol e leva um período um pouquinho mais longo, de 24 horas, para as larvas que estavam em locais sombreados", explicou a pesquisadora Larissa Souza. Além de ser eficaz, a substância não agride o meio ambiente.

“Vale lembrar que não é o açafrão da culinária que pode jogar nos criadouros, é uma molécula sintetizada pelo laboratório da UFSCar”, completou.

Método
Quando entra em contato com a luz, combate as larvas e se dissolve. Em testes no laboratório, bastaram alguns minutos para o líquido alaranjado voltar a ficar quase transparente. "Se você colocar a curcumina na água de um vaso e o seu cachorrinho, por um acaso, for lá e tomar essa água, nada vai acontecer", afirmou Bagnato.

Os estudos com a curcumina ainda estão em fase de testes. O objetivo é usar essa substância em qualquer criadouro, sem prejudicar o meio ambiente. Por enquanto, a melhor forma de evitar as doenças ainda é deixar o quintal limpo, sem água parada. “Nós estamos produzindo técnicas que vêm adicionar para termos maior eficiência na eliminação do mosquito, mas não devemos deixar nada de lado. Tudo aquilo que é recomendado fazer tem que ser feito”, declarou Bagnato.
Fonte: G1

Comentários

Populares

UFF Responder: Dengue

 🦟 A elevação do número de casos de dengue no Brasil tem sido motivo de preocupação no âmbito da saúde pública. Entretanto, com a campanha de vacinação, a esperança é que a população esteja imunizada e que a mortalidade caia.  🤔 Para esclarecer as principais dúvidas acerca da dengue, conversamos com a professora Cláudia Lamarca Vitral, do Departamento de Microbiologia e Parasitologia da UFF. 💬 A docente aborda temas como as razões para o aumento dos casos, as diferenças entre os sorotipos do vírus, sintomas, infecções simultâneas e as principais medidas no combate à proliferação da doença. Além disso, também elucida questões sobre a tão esperada vacina. Leia a matéria completa pelo link: https://bit.ly/3SuOZXV #UFFResponde

Janeiro Branco

 Saúde mental em foco aqui na Universidade com o Janeiro Branco. 💙 O movimento criado propositalmente no primeiro mês do ano amplia a perspectiva de discussão sobre saúde mental e reforça a necessidade de ações de prevenção, que estimulem a qualidade de vida de todos.  Aqui na UFF, diferentes ações institucionais corroboram com esse propósito. Confira: ▶ Projeto Gato em teto de zinco quente: voltado para as grandes dificuldades psíquicas apresentadas por estudantes e egressos da UFF, e, também, pelas crianças e jovens do COLUNI. Para marcação, ligar: 2629-2664 ou 998117129. Mais informações: subjetividadefeuff@gmail.com ▶ Projeto Saúde e Bem estar da UFF: disponibiliza escuta psicológica para servidores e estudantes. Saiba mais em (21) 96743-8502 ou sabegra.uff@gmail.com. Siga o perfil @sabegra.uff ▶ SPA da Escola de Psicologia: disponibiliza vagas para atendimento psicoterápico à comunidade de Niterói. Oferece também espaços de cuidado grupal com a Oficina Vivências Negras, somen

Normas Vancouver curiosidades

Normas Vancouver: dia de um manual muito explicativo Como referenciar e citar seguindo o estilo Vancouver. Elaborado pela professora Jeorgina Getil( Fiocruz), o manual é muito explicativo e vai te ajudar nos trabalhos acadêmicos. Este guia baseia-se nas recomendações das “Normas de Vancouver” - Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals, organizadas pelo International Committee of Medical Journal Editors Vancouver Group (www.icmje.org), documento adotado pela grande maioria das revistas científicas nacionais e internacionais da área. ( GENTIL, 208) Fonte: http://www.fiocruz.br/bibsmc/media/comoreferenciarecitarsegundooEstiloVancouver_2008.pdf

Campanha Hanseníase 2018

Fonte: Portal da Saúde

Getulinho reabre a pediatria

Sem emergência há 1 ano e 2 meses e após o fim da UTI pediátrica por determinação da Vigilância Sanitária Estadual em dezembro, o Hospital Municipal Getúlio Vargas Filho, o Getulinho, no Fonseca, Niterói, retomou  nesta quinta-feira os atendimentos à população, só que no estacionamento. O hospital de campanha montado, com capacidade para atender 300 crianças por dia, foi alívio para a população e deverá durar o tempo das obras de reforma da unidade. “Esperamos atender 150 por dia na primeira semana”, declarou o coordenador-geral da Força Estadual de Saúde, Manoel Moreira. Foram disponibilizados também ambulância e CTI. Ao assumir, o prefeito Rodrigo Neves decretou situação de emergência no atendimento de urgência pediátrica no município e assinou termo de compromisso para a instalação do hospital de campanha com a Força Estadual. Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia   Nesta quinta-feira, a auxiliar de serviç