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Cobertura vacinal contra a pólio cai em 2020 no Brasil, e médicos temem volta da doença


Eliana pegou a doença porque não foi vacinada na infância
Com a maior parte das vacinações abaixo da meta em 2020, um caso tem chamado a atenção de especialistas: a imunização contra a poliomielite. No Brasil, 4,3 milhões de crianças ainda não haviam sido vacinadas contra a paralisia infantil em outubro. Segundo o Ministério da Saúde, no total, 11,2 milhões de crianças, com idades de 1 a 5 anos, precisam tomar o reforço.

A vacinação para a pólio, vem caindo nos últimos anos, mas a pandemia agravou o cenário. Em 2015, a cobertura vacinal chegou a 98,2%. Em 2018, foi para 89,5%. No ano passado, caiu ainda mais, para 83,7%. Até o dia 17 deste mês, a cobertura de 2020 estava em apenas 61,3%. Os dados, encaminhados pelas Secretarias Estaduais de Saúde, são preliminares e estão sujeitos a alterações.

Segundo o ministério, o maior percentual de cobertura vacinal foi registrado no Amapá (94,7%). O menor foi no Acre (31,1%). No Rio, o índice está em apenas 41,4% e em São Paulo, 53,1%.

Eliana Gonçalves tem 48 anos e contraiu a polio em 1975, quando tinha 3 anos. Moradora de São Paulo, ela não tomou todas as doses da vacina por desinformação da família. Ela diz que passou uma semana em coma e sobreviveu, mas com sequelas para a vida toda. A doença afetou seus membros inferiores e. Por isso, ela necessita de cadeira de rodas. Também afetou seu aparelho respiratório e, desde os 14 anos, tem uma traqueostomia e precisa de um aparelho ventilador.

— A vida é difícil para todo mundo, mas para quem tem uma doença é muito mais. Na infância, eu só pude assistir às outras crianças brincarem e jogarem bola. Quando fazia faculdade, precisava que as pessoas me pegassem no colo para entrar no ônibus. Hoje, a bateria do meu aparelho só dura quatro horas, não posso fazer um passeio e ficar longe de uma tomada mais tempo que isso — conta Eliane, que pede que os pais não deixem de vacinar seus filhos:

— A pólio não é uma doença como a gripe, deixa sequelas para a vida toda. São só umas gotas, não tem desculpa.

A vacinação contra poliomielite, famosa pelo personagem Zé Gotinha, deve ser feita aos 2, 4 e 6 meses, com reforço aos 15 meses e aos 4 anos. Só com todas as cinco vacinas a criança está protegida.

Casos de sarampo servem de alerta

Até o momento, nenhuma campanha de vacinação, para diversas doenças, alcançou a meta no Brasil, muito em função do medo das famílias. É o alerta que faz Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria.

— A baixa cobertura já vinha se agravando nos últimos anos e, em 2020, a pandemia exacerbou o problema — afirma o especialista.

Embora o Brasil esteja livre da poliomielite desde 1990, especialistas se dizem preocupados que aconteça algo semelhante ao que houve com o sarampo, que foi considerado erradicado do país pela Organização Mundial de Saúde em 2016, mas voltou dois anos depois, quando o vírus entrou no país e encontrou uma parte da população não vacinada, ocasionando surtos. Em 2019, 18 mil pessoas contraíram a doença.

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