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Estudo realizado em duas cidades do país mostra que apenas 5% das crianças foram ao dentista antes dos dois anos


Entenda a importância dos cuidados com a saúde bucal na infância
Apenas 5% das crianças das cidades de Ribeirão Preto (SP) e São Luís (MA) tiveram a primeira consulta odontológica antes dos dois anos, de acordo com um levantamento realizado em 2004 e 2005. A informação é de um estudo da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), publicado na “Brazilian Journal of Medical and Biological Research” nesta sexta-feira (27).

Além disso, até os sete anos, 35% das crianças ainda não tinha passado por nenhuma consulta odontológica. O estudo foi realizado com 1463 crianças e divulgado pela Agência Bori. Os dados geram um alerta, pois a recomendação dos especialistas é que a primeira ida ao dentista ocorra no momento de erupção do primeiro dente, o que costuma ocorrer entre os 4 e 10 meses de vida.

— A consulta deve ser feita nos primeiros anos de vida, o mais cedo possível. O ideal é que durante o pré-natal a mãe já seja monitorada e receba instruções de como cuidar da saúde bucal do bebê, além de fazer o acompanhamento ao longo da vida — explica a dentista e epidemiologista Maria da Conceição Pereira Saraiva, autora do estudo e professora da USP.

O trabalho também mostrou que as crianças que não foram ao dentista antes dos sete anos de idade tinham 14% e 21% a mais de chances de terem uma saúde bucal ruim, respectivamente para São Luís e Ribeirão Preto. Saraiva destaca que a primeira consulta é importante para ensinar os cuidados necessários e também para descobrir se já existe alguma alteração ou índice de cárie.

— Tem criança que antes de um ano de idade já tem o dente cariado. Fazendo o diagnóstico o quanto antes tem possibilidade de restaurar o dente, para não agravar. E também verificar fatores de risco, ver se tem como mudar algum comportamento, a higiene bucal, a alimentação — explica, e destaca: — É importante tentar não dar açúcar para a criança, a orientação da OMS é evitar a introdução até os dois anos.

Fatores socioeconômicos

Os pesquisadores também investigaram a associação de fatores socioeconômicos e comportamentais com o atraso da primeira consulta odontológica. Foi observado que, em geral, as crianças com mães de menor escolaridade tinham menos acesso ao dentista. No entanto, o atraso na primeira consulta também foi relatado por mães com níveis de escolaridade mais altos.

A pesquisadora afirma que de acordo com estudos mais recentes do qual está participando, mas cuja análise ainda não foi finalizada, parece haver uma melhora no acesso ao atendimento de saúde bucal, principalmente entre a população mais pobre.

— É preciso focar as medidas preventivas educacionais na faixa que tem mais dificuldade de ter acesso ao dentista e à informação — afirma Saraiva, e completa: — Isso já foi incorporado com as políticas de saúde bucal nos últimos anos e é preciso continuar com elas mais fortemente, investindo recursos para isso.

Dentes limpos desde cedo

A especialista em ortodontia Leila Helou explica que os cuidados com a higiene bucal devem começar desde cedo. Nas consultas, o odontopediatra vai orientar os pais a fazer a limpeza bucal da criança primeiro com o uso da gaze, e depois com a escova de dentes, a forma correta de usar o fio dental e qual quantidade de pasta de dente com flúor deve ser usada.

— Para a criança que sabe cuspir recomendamos a quantidade de pasta de dente do tamanho de uma lentilha. Crianças que ainda não cospem pedimos para colocar a quantidade equivalente a um grão de arroz, que é o suficiente — afirma Helou, e acrescenta: — Até por volta dos oito anos de idade os pais devem coordenar a escovação. Depois a criança pode fazer sozinha, mas com orientação.
Os problemas de saúde bucal na infância podem trazer diversos prejuízos. Conheça alguns:

Sofrimento - Se a criança tiver algum problema que não for restaurado, como uma cárie, ela pode passar por uma dor muito grande.

Problemas para os dentes permanentes - Se ela perde um dente de leite por cárie, por exemplo, pode atrapalhar o nascimento dos dentes permanentes, que não vão ter espaço, podendo gerar má oclusão (dentes desalinhados e problema no encaixe das arcadas dentárias).

Mais risco de cárie - Quando a criança teve cárie nos dentes de leite, a tendência de ter cárie na dentição permanente é maior.

Impactos na escola - Muitas crianças têm problemas de respiração, apneia e bruxismo, por exemplo, que poderiam ser resolvidos com intervenção odontológica. Se não solucionadas, essas condições podem impactar seu sono e inclusive trazer problemas para o rendimento nas aulas.

Autoestima - Os problemas odontológicos podem gerar consequências estéticas para o sorriso da criança, provocando danos a sua autoestima.

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