Pular para o conteúdo principal

Com acordo de cooperação, Brasil atuará no combate à hanseníase em Angola

 Foto_ Ricardo Stuckert _ PR.png


A ministra da Saúde, Nísia Trindade, assinou nesta sexta-feira (25), em Angola, um acordo de cooperação técnica com o país africano para atuação conjunta no combate à hanseníase. O objetivo é compartilhar as experiências e ações de diagnóstico, prevenção e tratamento que já são realizadas no SUS. Ao todo, o Governo Federal investirá cerca de R$ 9 milhões nessa parceria, com recursos do Ministério da Saúde, da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e da Universidade de Brasília (UNB). Entre as ações, estão a construção de uma estratégia nacional para o combate à doença, transferência de conhecimento, estruturação do sistema de notificação, além de capacitação e formação de profissionais de saúde. O Brasil é o primeiro país do mundo a ofertar testes rápidos para detecção da hanseníase na rede pública.

A assinatura fez parte da agenda da ministra e do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em Angola. Desde quinta-feira (24), a ministra já se reuniu com a ministra da Saúde de Angola, Silvia Lucutucca, e visitou o Instituto Angolano de Controle do Câncer (IACC). A reconstrução da cooperação entre o Brasil e Angola é parte fundamental na retomada do papel do país no cenário internacional, principalmente em questões globais de saúde.

Segundo a ministra Nísia, a relação do Brasil e Angola é excelente, com uma história de cooperação. "Nós presenciamos frutos desses laços. Com a vinda do presidente Lula, creio que podemos retomar o caráter estratégico a essa colaboração. Isso foi uma linha mestra do primeiro governo do presidente, em 2003, e creio que, 20 anos depois, poderemos retomar essa visão entre os dois países. Queremos ajudar nesse compartilhamento de experiências, mas reforço que é uma via de mão dupla. Cada país tem uma realidade econômica, social, cultural, seu próprio conhecimento sobre questões de saúde e nós queremos ter essa relação de cooperação estruturante com Angola. O Brasil tem o SUS e muito a compartilhar, mas há muitas questões da realidade de Angola que permitem muito aprendizado para o nosso sistema. Vamos trabalhar juntos", disse.

O enfrentamento a doenças socialmente determinadas, como a hanseníase, é um desafio em comum dos dois países. A doença afeta milhares de pessoas em todo mundo, principalmente em países em desenvolvimento. Em 2022, mais de 17 mil novos casos de hanseníase foram diagnosticados no Brasil. Em Angola, a doença também é um problema de saúde pública.

Iniciativas inéditas

O acordo faz parte de uma série de iniciativas voltadas ao fortalecimento da cooperação Sul-Sul global, de forma a contribuir para o apoio mútuo entre os países em desenvolvimento. O projeto tem previsão de quatro anos de duração e prevê ações de educação continuada em áreas como vigilância epidemiológica, diagnóstico, tratamento, prevenção de incapacidades, enfretamento ao estigma e discriminação da hanseníase, assim como a implementação de Sistema de Vigilância Epidemiológica em Angola.

Em dezembro do ano passado, uma missão brasileira esteve no país africano para conhecer a realidade e os desafios do Sistema de Saúde Pública local em relação ao enfrentamento da hanseníase. As principais questões levantadas são a subnotificação de casos, a fraca cobertura geográfica de unidades sanitárias prestando atendimento a pacientes com hanseníase e o estigma e a discriminação em relação à doença.

Comitê para o enfrentamento da doença

Em abril, foi criado o Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente (CIEDDS), como a hanseníase. O comitê é composto pelo Ministério da Saúde; Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania; Ministério da Educação; Ministério da Igualdade Racial; Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional; Ministério da Justiça e Segurança Pública e Ministério dos Povos Indígenas, com a finalidade de promover ações que contribuam para a eliminação da tuberculose e de outras doenças determinadas socialmente como problemas de saúde pública no país até 2030.

A data responde ao compromisso do Estado brasileiro com o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). A meta 3.3 é de, “até 2030, acabar com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas, e combater a hepatite, doenças transmitidas pela água, e outras doenças transmissíveis”.

Avanços no SUS

Em fevereiro de 2023, foram incorporados os testes rápidos para detecção da doença na SUS, o que colocou o Brasil como primeiro país no mundo a ofertar insumos para diagnóstico na rede pública. Os testes são resultados de pesquisas realizadas por instituições brasileiras.

A hanseníase é uma das doenças mais antigas e estigmatizadas do mundo. Causada pela bactéria Mycobacterium Leprae, tem um longo período de incubação e evolução, o que dificulta o diagnóstico precoce. No entanto, a bactéria acomete pele e nervos periféricos, causando danos irreversíveis, como incapacidades físicas.

Sua ocorrência é mais comum em contextos socialmente precários, afetando populações situação de vulnerabilidade social. Além disso, o estigma relacionado à hanseníase leva à discriminação das pessoas acometidas e seus familiares, impactando também suas relações sociais, de trabalho e saúde mental.

Comentários

Populares

Curso de Eletrocardiograma

Com o Professor Ademir Batista da Cunha Local : Centro de Convenções do Barra Shopping - Avenidas das Américas, 4666 - 3º piso - Barras da Tijuca - Rio de Janeiro Início : 22/11/2011 Término : 17/01/2012 Aulas às terças-feiras das 18h às 21h Inscrições e informações Rua Figueiredo Magalhães, 219/401 - Copacabana Telfax : 2256-5191 / 2235-0856 Cel.: 9246-6514 / 92385775 E-mail: ecgtotal1989@gmail.com

NBR 6028:2021 atualizada

 

Fale com a Biblioteca

📝 Olá! Queremos saber como tem sido a sua experiência com as bibliotecas da UFF até agora.  . 👨‍💻Estamos empenhados em melhorar nossos serviços virtuais. Para isso, a Coordenação de Bibliotecas da Superintendência de Documentação da Universidade Federal Fluminense desenvolveu um formulário on-line para mapear as necessidades da nossa comunidade acadêmica. . 📝Preencha o formulário e nos ajude a oferecer serviços melhores para vocês. São apenas 15 perguntas rápidas. Vamos lá? . 🔎Onde responder? Em https://forms.gle/jmMv854ZrikiyRs29 (link clicável na Bio) . 🔺Quem deve responder? Alunos, técnicos-administrativos e professores da UFF, ex-aluno da UFF, alunos, professores e técnicos de outras instituições que utilizam as bibliotecas da UFF. . 👩‍💻Apesar de estarmos fechados para os serviços presenciais, estamos atendendo on-line pelo DM ou e-mail. . #UFF #SDC #BFM #gtmidiassociaisuff #bibliotecasuff #uffoficial  

21/05 - Endnote online

Dando continuidade ao Ciclo de Treinamentos Virtuais da Biblioteca de Manguinhos, seguimos com uma capacitação em Endnote Online, em parceria com a Clarivate. O Endnote é permite o armazenamento e a organização de referências obtidas nas buscas em bases de dados e inclusão de referências de forma manual. Permite a inclusão automática de citações e referências quando da elaboração do texto, e mudança para diversos estilos de normalização. Ela auxilia pesquisadores, docentes e alunos na elaboração de seus trabalhos científicos.  📅 Dia 21/05/2021 ⏰ Horário: das 14h às 16h 🙋‍♀️ Trainner: Deborah Assis Dias (Clarivate) ✅ Link de inscrição: http://bit.ly/treinamentoendnote

UFF Responde: Sífilis

  Outubro é marcado pela campanha nacional Outubro Verde, que visa combater a sífilis e a sífilis congênita no território brasileiro. Segundo o Boletim Epidemiológico sobre a doença, divulgado pelo Ministério da Saúde, revelou que, entre 2021 e 2022, a taxa de detecção de casos de sífilis cresceu 23%, enquanto a detecção em gestantes aumentou 15%. O aumento dos casos gera preocupação entre os especialistas. Neste UFF Responde, convidamos a professora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense (ISC/UFF), Sandra Costa Fonseca, para esclarecer detalhes sobre a doença, meios de prevenção e de tratamento. O que é Sífilis? Como podemos identificar os sintomas? Sandra Costa Fonseca:   A sífilis é uma infecção sistêmica de evolução crônica, causada pela bactéria Treponema pallidum. A transmissão é predominantemente sexual e em gestantes pode ocorrer a transmissão vertical para o feto (sífilis congênita). Quando não tratada, progride ao longo dos anos por vários ...