Referência na atenção materno-fetal de alta complexidade, o Instituto
Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes
Figueira (IFF/Fiocruz) inicia 2013 com uma nova proposta de tratamento
da síndrome de transfusão feto-fetal (STFF): a coagulação a laser por
fetoscopia das anastomoses vasculares. A fetoscopia se caracteriza por
ser uma intervenção cirúrgica minimamente invasiva sobre a gravidez,
usualmente associada a ultrassonografia.
Durante o procedimento, que tem duração média de meia hora, é
efetuada a identificação (via fetoscopia) dos vasos sanguíneos que são
responsáveis pela STFF e promovida a coagulação dos mesmos, impedindo o
maior desequilíbrio na circulação de ambos os fetos.
"A ablação a laser das anastomoses vasculares evita que um dos fetos
(chamado de receptor) receba sangue desviado do outro feto (doador).
Para se ter uma ideia da gravidade dessa condição, caso nenhum
tratamento seja realizado, a taxa de mortalidade pode chegar a 85% em
ambos os fetos", alerta o especialista do Departamento de Medicina Fetal
do IFF, Paulo Nassar.
A iniciativa é fruto de uma parceria firmada com os professores da
Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal da
Paraíba (UFPB), Renato Sá e Eduardo Fonseca. "O Instituto Nacional de
Saúde Fernandes Figueira é um centro de referência para tratamento de
risco fetal, esse procedimento veio para complementar os trabalhos já
prestados, de forma que seja ampliada a assistência nas complicações
fetais, principalmente, as gemelares", esclarece Renato Sá.
Entenda a doença
A STFF é uma condição rara, presente em gestações gemelares
monocoriônicas / diamnióticas, ou seja, aquelas que possuem uma única
placenta para nutrir dois fetos em bolsas amnióticas distintas. Segundo
Paulo Nassar, a chance de sobrevida de ambos os bebês pode chegar a 65%
se o diagnóstico for precoce e o tratamento realizado no início da
doença.
Além da STFF, a fetoscopia também é indicada para outras complicações
da gravidez gemelar e de um único feto, como patologias urinárias,
malformações pulmonares, entre outras. "Nesse primeiro momento, o
Instituto vai trabalhar apenas com o tratamento da STFF, embasado em
estudos que demonstram que a fetoscopia é a ação mais indicada no
tratamento da Síndrome de Transfusão Feto Fetal", explica o chefe da
Obstetrícia do IFF, Fernando Maia.
O médico Fernando Maia, ressalta que há previsão de ampliação do
método: "Estamos empenhados no futuro em expandir essa assistência para
outros casos de gravidez de risco, tendo em vista, o vasto potencial de
utilidade do procedimento", conclui o profissional.
Sobre o serviço
Ambulatório de Medicina Fetal: Realiza exames de confirmação
diagnóstica de malformações fetais e de acompanhamento deste quadro.
Atendimentos:
- Consultas de primeira vez: o agendamento é realizado pela rede do
sistema Sisreg (SUS), através da unidade de saúde em que realiza o
pré-natal.
- O agendamento da consulta de primeira vez no Ambulatório de Medicina Fetal funciona de 8h às 16h, e com o encaminhamento médico do pré-natal de origem.
- Se for confirmado o diagnóstico de malformação fetal, a gestante será avaliada quanto aos critérios de admissão no pré-natal do IFF.
Fonte : Fiocruz
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