A modelo e blogueira Nara de Almeira, de 24 anos, morreu na manhã de ontem em decorrência de um câncer gástrico. A jovem compartilhava seu tratamento nas redes sociais, onde recebia o apoio de mais de quatro milhões de pessoas. A doença em pessoas novas como Nara é raro — normalmente afeta homens, por volta dos 70 anos.
— O caso dela provavelmente tem causa genética ou hereditária — supõe o oncologista João Paulo Fogacci, da Oncoclínica Centro de Tratamento Oncológico, que completa: — Pessoas novas, que apresentam os sintomas ou já tiveram casos na família devem procurar ajuda médica.
De acordo com o Inca, o câncer gástrico apresenta três tipos: adenocarcinoma (responsável por 95% dos tumores), linfoma (diagnosticado em cerca de 3% dos casos) e leiomiossarcoma (iniciado em tecidos que dão origem aos músculos e aos ossos). O instituto estima que 21 mil novos casos desta doença sejam diagnosticados ainda este ano. Além do fator genético, este tipo de tumor pode ser provocado por maus hábitos de vida, como tabagismo e alimentação baseada em produtos industrializados.
— A pessoa deve ter uma alimentação funcional (baseada em frutas, legumes e verduras), evitando o excesso de cafeína, de carboidrato e de carnes vermelhas e cruas — orienta Carlos Frederico, membro da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG).
O tratamento da doença vai ocorrer de acordo com o estágio em que ela foi diagnosticada. Quando bem inicial (o que dificilmente acontece) o tumor pode ser ressecado em uma sessão de endoscopia, sem necessidade de cirurgia. No caso do tipo adenocarcinoma,um procedimento cirúrgico e a quimioterapia são indicados.
— Agora é feito o tratamento “sanduíche”, o paciente recebe a quimioterapia antes, opera e volta a receber a quimioterapia — explica João.
Chance de cura cai quando há metástase
O quadro de Nara se complicou quando foi diagnosticado que seu câncer tinha sofrido metástase e afetado o peritônio (membrana que reveste os órgãos abdominais).
— Nestes casos o tratamento se torna mais difícil, pois o câncer está avançado, afetando outros órgãos — diz Carlos.
Em situações de metástase, o tratamento passa a ser com medicamentos.
Sinais de alerta
Dores
Azias, dores abdominais e sensação de sentir “pontadas” no estômago com frequência.
Sensação de saciedade
A pessoa come pouco e mesmo assim sente-se saciada e, até mesmo, estufada como se tivesse se alimentado em excesso.
Perda de peso
Por não sentir muita vontade de comer ou saciar-se com pouca comida, a pessoa emagrece sem planejar.
Anemia
A pouca absorvição de nutrientes provoca uma anemia no paciente.
Sangue
Em vômitos e nas fezes são sinais para se preocupar.
Fonte: Jornal Extra
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