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Especialização é o segredo do sucesso comercial, aponta pesquisa


Mais da metade dos médicos brasileiros é especializada em sete das 53 áreas reconhecidas no Brasil. Segundo uma pesquisa feita em fevereiro deste ano pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), as áreas de pediatria, ginecologia e obstetrícia, cirurgia geral, clínica médica, anestesiologia, medicina do trabalho e cardiologia concentram cerca de 53% dessa mão de obra com títulos.
O que era motivo de preocupação do Ministério da Saúde, em 2008, atualmente já tranquiliza o governo e a sociedade. Na época, uma pesquisa constatou que era difícil encontrar pediatras com títulos. Atualmente, a pediatria revela uma outra realidade nacional. A especialidade está na primeira posição do ranking das áreas mais procuradas entre os médicos brasileiros, reunindo 30.112 titulados, ou seja, 11,23% do total no País.
Outras áreas como: ortopedia e traumatologia, oftalmologia, radiologia e diagnóstico por imagem, psiquiatria, dermatologia, otorrinolaringologia, cirurgia plástica e medicina intensiva, também estão na classificação das áreas mais procuradas pelos profissionais. Assim, as 15 especialidades do topo concentram 74% do total de médicos titulados. O que corresponde a 197.718 médicos.
A presença expressiva desses grupos em áreas básicas deixa instável a tese de que as novas gerações de médicos estariam concentradas ou procurando formação em especialidades consideradas mais “rentáveis”.
Diretora administrativa da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a doutora Vera Fonseca acredita que o aumento de profissionais em áreas básicas da medicina, como a ginecologia, se dá ao aumento das ofertas de cada área de atuação.
“A pessoa que escolhe a especialização em ginecologia e obstetrícia pode trabalhar em diversas áreas, como mamografia, ultrassonografia, oncologia e reprodução humana, entre outras. Existe um leque muito grande de oportunidades para seguir carreira. A especialização nesta área é muito gratificante. Na realidade é uma relação intensa e importante entre médico-paciente. Acredito que o aumento de profissionais que procuram se especializar nesta área se dá ao número das ofertas que são grandes. Às vezes é um pouco cansativo. Se trabalha muito na urgência, mas ao mesmo tempo, a recompensa pelo prazer de consideração do paciente é grande”, afirma.
Doutor há 27 anos na área de oftalmologia, Luiz Paulo Lazaro, de 50, não teve dúvidas que escolheu a carreira certa. Desde quando começou a fazer o curso de medicina na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), já gostava de reparar em detalhes do cotidiano e sabia que queria lidar com um dos sentidos mais importantes para o ser humano: a visão.
“Desde o início investi bastante nos estudos para poder cursar medicina. Quando terminei a graduação continuei estudando. Fiz residência médica e a prova de título de especialista do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). Lidar com a visão e poder restaurá-la tem um valor inestimável. A oftalmologia vem se aperfeiçoando rapidamente, de forma que conseguimos cada vez mais cedo soluções para problemas da visão que tanto afligem nossos pacientes”, conta o médico, que diz admirar a profissão por gerar a capacidade de ajudar a resgatar a saúde do ser humano.
Em outra posição aparecem outras dez especialidades que agregam 5.937 profissionais, o que representa 2,21% do total nacional. Entre elas, genética médica, com 200 profissionais; cirurgia de mão com 411 e radioterapia com 497 médicos, o que equivale a 0,19% de todos os profissionais no País.
Escolha – O estudo também revelou que entre os grupos que apresentam tendência de crescimento no País estão os médicos mais jovens e mulheres, já que concentram suas escolhas nas especialidades básicas.
Cinthia Alvarez Rivello é uma jovem estudante. Aos 23 anos, cursa o nono período da faculdade de medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (URFJ) e já pensa em se especializar na área de dermatologia, como aponta o estudo. Apesar da pouca experiência como profissional, a aluna já faz planos de carreira.
“Já fiz estágio no Centro de Queimados do Hospital Federal do Andaraí e na emergência do Hospital Municipal Miguel Couto. Atualmente, trabalho no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) da mesma unidade. Penso em fazer especialização em dermatologia, mas ainda não tenho certeza. Pretendo atuar nas redes pública e particular, pois tenho a intenção de fazer mestrado e dar aula na minha faculdade”, enumera.
Se tornar um médico não é moleza. Apesar da carreira ser uma das mais concorridas em concursos para universidades públicas e particulares do Brasil, o estudante do nono período da faculdade de medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF), Ronaldo Soares de Moura Filho, de 22, não teve dúvidas na hora da escolha.
Assim como Cínthia, Ronaldo já fez estágio na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Botafogo, Zona Sul do Rio, e no Hospital de Clínicas de Niterói (HCN), para aperfeiçoar a carreira. Com planos de se especializar na área de pediatria, o estudante fala que mesmo com o prazer de tratar os pacientes, a profissão é bastante cansativa.
“Escolhi a carreira pelo prazer que é aprender a diagnosticar e tratar as pessoas. É muito gratificante vê-las indo embora melhores do que chegaram. Apesar do cansaço, nunca me arrependi da escolha. Pretendo servir na Marinha como médico e depois, fazer residência médica na área de pediatria. Desde o meu terceiro ano de faculdade, já fiz muitos atendimentos”, conta.
Dados – Hoje em dia mais de 388 mil médicos estão em atividade no Brasil. Neste número, 54% têm uma ou mais especialidades. Outros 180.136 profissionais do total não possuem título de especialista emitido por sociedade de especialidade ou obtido após conclusão de residência médica.
Segundo o estudo Demografia Médica no Brasil II do CFM, os dados apresentados levantam uma preocupação com a queda da qualidade do ensino médio e a falta de vagas nas residências médicas para todos os alunos de graduação.
O estudo aponta que cerca de 88 mil médicos, que possuem entre 30 e 60 anos são os mais prejudicados por essa falta de qualidade no ensino.
De acordo com o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz d’Avila, essa tendência revela um cenário desafiador para o governo.
“Cabe ao Governo proporcionar um sistema formador em condições de atender essa demanda reprimida e os futuros egressos das escolas. Todos devem ter a possibilidade de aperfeiçoar sua formação, o que resultará em benefícios diretos para o paciente e a sociedade”, contou o presidente do CFM.

Para o presidente Roberto Luiz d’Avila, não adianta apenas criar vagas em cursos de medicina, mas sim, garantir uma estrutura de pós-graduação em número e qualidade suficientes.
Outro ponto que o estudo abordou foi em relação à distribuição de profissionais no Brasil. Onde se concentram mais médicos é onde também há mais especialistas. O mesmo acontece em regiões que possuem menos mão de obra, que contam com uma quantidade de profissionais titulados.
No Sudeste se concentram mais de 56% dos profissionais de todo o País. Dentro desta porcentagem, 54,51% dos médicos são especializados.  Por outro lado, a Região Norte possui o menor número de trabalhadores, correspondendo a 4,26%. Médicos especializados correspondem a 3,57%, um grande déficit para a localidade.

Fonte: O Fluminense

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