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Xerostomia: entenda o que está por trás da ‘boca seca’

Xerostomia. O nome pode parecer estranho para muita gente, mas quase todo mundo já passou por isso: é a famosa “boca seca”. Na véspera de uma prova ou evento importante, é comum apresentar o sintoma, já que o estresse e o nervoso são dois dos causadores. O problema é quando a boca seca vira um sintoma recorrente: ela pode estar associada a problemas de saúde mais sérios. Nesta época do ano, o frio pode até levar ao ressecamento labial, mas nada tem a ver com a xerostomia (veja infográfico).

— A boca seca pode ser um sinal de que alguma coisa está acontecendo com a saúde, pois é sintoma de algumas doenças. A xerostomia acaba prejudicando a digestão, uma vez que a saliva é o primeiro processo químico para digerir as enzimas dos alimentos — explica o cirurgião dentista Ariel Apelbaum, que alerta para os sinais: — A boca fica toda seca por dentro, as pessoas costumam acordar com a língua praticamente colada no céu da boca e têm dificuldade para deglutir.

Para Airel, o inverno agrava ainda mais a situação, já que as pessoas acabam consumindo menos água e bebendo líquidos que geram o ressecamento da mucosa, como o vinho. O especialista destaca, ainda, que a saliva é importante até para o subconsciente — quando alguém machuca o dedo, por exemplo, instintivamente leva-o à boca. Os animais fazem o mesmo. Segundo ele, há explicação química:
— Além da digestão, ela faz nossa proteção. Mantém o pH da boca e as enzimas protetoras. A carência do líquido aumenta as chances de ter cárie, gengivite ou mau hálito.

Idosos são mais afetados

Os idosos estão mais propensos a desenvolver a xerostomia, alerta a geriatra e clínica geral Márcia Umbelino. Ainda segundo a médica, por atrapalhar o processo digestivo, o problema pode aumentar as chances de engasgos, que já são altas em pessoas mais velhas.

— O avançar da idade pode causar atrofia da glândula salivar. Além disso, a maioria começa a tomar medicações que podem causar a boca seca — explica Márcia. — É uma situação muito delicada, porque em muitos casos não é possível interromper o uso destes remédios.



O tratamento para a boca seca, que deve ser diagnosticada através de consulta num profissional de saúde, pode ser feito através de exercícios intraorais, em consultas com uma fonoaudióloga.
— Dependendo do grau de xerostomia, a gente faz exercícios para estimular a produção da saliva, com movimentos na língua, entre a gengiva e a bochecha — diz Patrícia Santoro, fonoaudióloga especialista em motricidade orofacial e geriatria.

Além disso, há também os estimuladores ou repositores de saliva — estes últimos que funcionam como uma “saliva artificial”.

— Os estimuladores mecânicos são, por exemplo, chicletes e balas a base de xilitol. Há também os repositores neutros, que umidificam a boca, e os enzimáticos, que contém enzimas da saliva, como a lisozima, responsável pela inibição da proliferação de bactérias — diz Ariel, que também ensina a fazer a estimulação caseira.

Fonte: Jornal Extra


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