Tricotilomania: entenda o distúrbio que faz a influenciadora Karol Queiroz arrancar os fios de seu cabelo
A influenciadora digital Karol Queiroz usou suas redes sociais para comentar sobre o diagnóstico de tricotilomania, distúrbio que a faz querer arrancar fios de cabelo. Segundo a jovem, ela faz tratamento psicológico e psiquiátrico há oito anos.
— Começou quando eu tinha uns 16 anos, eu era uma adolescente muito ansiosa. Minha obsessão era ter fios iguais e da mesma textura. Então se eu sentisse um fio com muito frizz eu queria arrancar. Era uma agonia, como se fosse um prazer arrancar esse fio — explica.
Queiroz gravou um vídeo com cerca de 10 minutos para seus mais de 580 mil seguidores e afirma que não sentia dor arrancando o fio. Recentemente, o distúrbio foi bastante comentado em razão da participante e ganhadora da última edição do Big Brother Brasil, Amanda Meirelles que também tinha a condição.
O que é a tricotilomania?
A tricotilomania é do mesmo espectro do TOC, caracterizada por um impulso recorrente e incontrolável de arrancar os fios de cabelo ou os pelos de outras partes do corpo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o ato pode ser consciente ou pode ocorrer de maneira automática sem que a pessoa tenha percepção do que está de fato fazendo.
A dermatologista Cintia Guedes, membro da SBD, explica que a desordem é comportamental e está fortemente associada à ansiedade e problemas emocionais. A principal consequência é a falha de pelos no local afetado. Mas também pode haver vermelhidão, infecções graves e até mesmo cicatrizes.
Em 5 a 20% dos casos, a condição evolui para a tricofagia, quando a pessoa passa a ingerir os fios após arrancá-los. No longo prazo, isso pode levar a um quadro de obstrução do trato digestivo pelo acumulo de cabelo ingeridos.
Causas e tratamento
A causa da tricotilomania ainda não foi totalmente definida. Fatores genéticos, neurobiológicos e comportamentais podem estar envolvidos no aparecimento da desordem. O distúrbio pode ter início na adolescência, entre 11 e 15 anos. Nessa faixa etária, afeta meninos e meninas de maneira igual. Na idade adulta, as mulheres são mais acometidas, em uma proporção de quatro mulheres para um homem.
Como é uma questão dermatológica que envolve gatilhos emocionais, o tratamento deve ser multidisciplinar e contar com dermatologista, psicólogo e psiquiatra, a depender da origem do gatilho emocional. Em casos de ansiedade e depressão, por exemplo, pode ser necessário o uso de medicamentos. A terapia cognitivo-comportamental, em que a pessoa aprende a identificar os gatilhos e a lidar com eles, costuma ser útil para pacientes com o quadro.
A influenciadora revelou que foram vários fatores que a ajudaram, mas a procura por um psicólogo que aumentou as doses dos remédios de ansiedade que ela já tomava, além de receitar outros focados em compulsão e também uma mudança comportamental.
— Eu pedi para uma amiga que morava comigo na época que toda vez que ela me visse com a mão no cabelo, para me repreender e falar para eu tirar a mão dele. Eu sei que para muitas pessoas isso não funcionaria, mas deu certo para mim. Hoje em dia eu arranco de vez em quando, tomo muito cuidado para não voltar a arrancar com frequência — diz.
Fonte: Jornal Extra
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