Pular para o conteúdo principal

Saiba como agir se alguém sofrer uma crise epilética perto de você

Os neurônios se comunicam um com o outro por meio de impulsos elétricos de forma ordenada. Quando, por algum motivo, esses neurônios emitem uma descarga elétrica atípica ou irregular, há um quadro de epilepsia. Os sintomas desta condição podem ser variados, desde movimentos involuntários de uma parte do corpo, desconforto no estômago e alterações na visão e audição, até perda de consciência, quando o paciente cai e seu corpo passa a apresentar rigidez, treme e se contrai. Hoje, no Dia Mundial da Conscientização da Epilepsia, especialistas alertam que, quando não tratada, a doença afeta muito a qualidade de vida do paciente.
— O problema é que as crises epiléticas não têm hora para acontecer. São episódios imprevisíveis que podem acontecer em qualquer momento fazendo com que o paciente não consiga se preparar antes dela chegar — afirma Arthur Cukiert, neurocirurgião com foco em epilepsia.
Grande parte das epilepsias são idiopáticas, ou seja, não apresentam causa identificada. Doenças cerebrovasculares, tumores, traumas e infecções podem causar também crises epiléticas. O diagnóstico é clínico, feito pela análise dos sintomas sentidos pelo paciente. Exames como eletroencefalograma (EEG) e neuroimagem ajudam a identificar a área do cérebro de onde as descargas elétricas desordenadas estão saindo.
O tratamento inicial é feito com medicamentos antiepiléticos, tipo de terapia que consegue controlar as crises de cerca de 70% dos pacientes. Os outros 30% precisam lançar mão de outros tipos de tratamento, como explica o neurocirurgião Luiz Daniel Cetl, membro do Departamento de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e especialista no tratamento da doença:
— Nos pacientes cuja medicação não é efetiva no controle das crises, é possível fazer cirurgias, que podem abordar o ponto de descarga elétrica identificado pelo eletroencefalograma (procedimento ressectivo) ou desconectar os hemisférios do cérebro para que as crises não ocorram (procedimento desconectivo). Há também a opção de neuromodulação, na qual são utilizados dispositivos para estimulação do cérebro. Funciona como um tipo de marcapasso.
Preconceito afeta pacientes
No passado, crises de epilepsia eram vistas por leigos como um tipo de "manifestação demoníaca". Até hoje, muitas pessoas ainda não entendem que esta condição tem a ver com descargas elétricas cerebrais, o que causa um grande estigma nos pacientes epiléticos, causando solidão e isolamento.
— Embora nos dias atuais os estudos em torno da epilepsia e de seus tratamentos se mostrem bastante avançados no meio médico, o conhecimento a respeito de suas manifestações ainda permanece aquém do esperado na população leiga, onde a divulgação tem papel importante para descontruir mitos — diz Luiz Daniel.
É mito, por exemplo, que a epilepsia seja uma doença contagiosa ou que pacientes com a condição tenham dificuldades mentais.
O que fazer ao ver alguém em crise
- Tente amparar a pessoa para evitar que ela caia direto no chão e bata com a cabeça
- Afaste objetos que possam provocar ferimentos caso a pessoa em crise esbarre nele
- Coloque a pessoa de lado para que a saliva escorra
- Procure colocar algo fofo, como um casaco, sob a cabeça da pessoa para evitar que ela bata com a cabeça no chão
- Não coloque nada na boca da pessoa, pois ela estará com os músculos contraídos e sem consciência e uma mordida involuntária dela pode machucar você. Esqueça essa história de que a pessoa corre risco de engolir a língua: isto é mito
- Fique perto da pessoa até que ela retome a consciência
- As crises duram de segundos a minutos. Quando a pessoa tem apenas uma crise, não há necessidade de chamar uma equipe de emergência, mas quando o paciente engata uma crise na outra, é melhor chamar pelo Samu
Fonte: Jornal Extra

Comentários

Populares

UFF Responde: Sífilis

  Outubro é marcado pela campanha nacional Outubro Verde, que visa combater a sífilis e a sífilis congênita no território brasileiro. Segundo o Boletim Epidemiológico sobre a doença, divulgado pelo Ministério da Saúde, revelou que, entre 2021 e 2022, a taxa de detecção de casos de sífilis cresceu 23%, enquanto a detecção em gestantes aumentou 15%. O aumento dos casos gera preocupação entre os especialistas. Neste UFF Responde, convidamos a professora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense (ISC/UFF), Sandra Costa Fonseca, para esclarecer detalhes sobre a doença, meios de prevenção e de tratamento. O que é Sífilis? Como podemos identificar os sintomas? Sandra Costa Fonseca:   A sífilis é uma infecção sistêmica de evolução crônica, causada pela bactéria Treponema pallidum. A transmissão é predominantemente sexual e em gestantes pode ocorrer a transmissão vertical para o feto (sífilis congênita). Quando não tratada, progride ao longo dos anos por vários ...

UFF responde: Alzheimer

  Doença de causa desconhecida e incurável, o Alzheimer é a forma mais comum de demência e afeta, principalmente, idosos com mais de 65 anos. Identificada inicialmente pela perda de memória, pessoas acometidas pela doença têm, a partir do diagnóstico, uma sobrevida média que oscila entre 8 e 10 anos, segundo o  Ministério da Saúde  .  Em um  Relatório sobre Demência , a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que mais de 55 milhões de pessoas no mundo possuem algum tipo dessa doença, sendo mais de 60% dessas pessoas habitantes de países de baixa e média renda. A previsão é de que esse número ultrapasse mais de 130 milhões no ano de 2050. Outros dados apresentados na publicação indicam que a demência é a sétima maior causa de morte no mundo e que, em 2019, representou um custo global superior a 1 trilhão de dólares. Com o intuito de criar ações para o tratamento e a conscientização sobre a Doença de Alzheimer e de demências, em junho de 2024, foi instituída a...

Estudo liga produtos de limpeza a asma em adultos

Pessoas que trabalham com produtos de limpeza têm mais risco de ter asma, segundo especialistas britânicos, que publicaram uma pesquisa sobre o tema na revista médica "Thorax". O estudo, do qual participaram mais de 7.000 pessoas, sugere que a exposição a alvejantes e outros produtos químicos está ligada a um em cada seis casos de britânicos que desenvolveram asma depois dos 50 anos. Ele identifica 18 ocupações de alto risco - quatro das quais seriam ligadas ao setor de limpeza. No topo da lista estão agricultores, mecânicos de aeronaves e tipógrafos, mas ela também inclui faxineiros, faxineiros de escritório, empregadas domésticas, cuidadores, cabeleireiros e funcionários de lavanderia. Segundo especialistas, a culpa pela maior incidência de asma parece ser do ambiente de trabalho desses profissionais e não das atividades que eles desenvolvem em seu dia a dia. Partículas inaladas   Muitos produtos têm sido associados à asma, entre eles...

Outubro Rosa

O mês de outubro está acabando, mas a luta continua! Amanhã é o último dia do Outubro Rosa e você também pode ajudar vestindo-se de rosa no dia 28/10/11. Este foi o mês para chamar atenção para a doença que mata milhares de mulheres anualmente em todo o mundo: o câncer de mama. O movimento é mundial e tem o objetivo de dar visibilidade ao tema e estimular a participação da população e entidades na luta contra o câncer de mama, bem como sensibilizar o poder público sobre a importância de dar atenção adequada à doença. O Outubro Rosa foi criado nos Estados Unidos, em 1997. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama. Com o passar dos anos, vários países aderiram à causa. No Brasil, o movimento chegou em 2002. A marca principal é a iluminação de monumentos históricos com a cor rosa. Em vários países, locais famosos recebem a cor da campanha, como a Torre de Pisa, na Itália, a Opera House, na Austrália, e o Arco do Triunfo, na F...

COREMU 2012

Concurso de seleção para residência multiprofissional Período de inscrições: 17/10/2011 a 24/10/2011 Data da prova: 06/11/2011 ESPECIALIDADES   NÚMERO DE VAGAS ÁREA DE CONCENTRAÇÃO ENFERMAGEM FARMÁCIA EDUCAÇÃO FÍSICA ATENÇÃO EM SAÚDE DA MULHER E DA CRIANÇA 03 02 03 ATENÇÃO EM ONCOLOGIA 04 02 01 ATENÇÃO EM TERAPIA INTENSIVA 04 01 02 Site do curso: http://www.coseac.uff.br/coremus.htm COSEAC - tel: (21)2629-2805 ou (21)2629-2806 COREMU - tel: (21)2629-9330 ou (21)2629-9414 ou (21)2629-9415