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Saúde começa a fazer testes rápidos para detectar HIV, sífilis e hepatites

Cerca de 70 paulistanos passaram até o início da tarde desta quinta-feira (22) pela Galeria Prestes Maia, na Praça do Patriarca, Centro de São Paulo, para fazer um teste rápido de HIV, sífilis e hepatites B e C. A ação da Secretaria de Estado da Saúde integra a quinta edição da campanha nacional "Fique Sabendo", que será realizada até o dia 1º em todos os estados. Confira no mapa ou na lista onde o serviço é oferecido.

A auxiliar de limpeza Érica Amorim, de 26 anos, já tinha feito, há um ano, um exame de sangue tradicional para detectar essas doenças infecto-contagiosas, mas esta foi a primeira vez que ela iria passar por um teste rápido, que retira apenas uma gota de sangue, com uma picada no dedo, e fica pronto em cerca de 40 minutos.

"Uma amiga minha se cortou com um vidro de perfume, soube por outra pessoa que ela tem HIV, mas mesmo assim ajudei a socorrê-la. Eu não tinha nenhum corte no corpo, então acho que não teve problema", disse. Para tirar a dúvida se o contato levou a uma infecção, Érica compareceu ao local de atendimento.

 Outro interessado em fazer o teste era o prestador de serviços de contabilidade Marcos Rodrigues, de 35 anos, que estava a trabalho na Prefeitura e resolveu dar uma passada ali na galeria.

"Há dois anos, fiz o exame completo, mas decidi fazer de novo, não custa nada. Tenho uma namorada fixa há um ano, estou tranquilo", afirmou.

Por volta das 13h30, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também foi até o local para fazer o teste rápido e incentivar a população.

Segundo a psicóloga Patrícia Marques, que presta aconselhamento aos pacientes após o resultado – seja positivo ou negativo –, a maioria das pessoas pergunta sobre formas de transmissão das doenças sexualmente transmissíveis (DST) e o quanto a camisinha é realmente confiável para evitá-las. Essa conversa é feita de forma privativa, atrás de um biombo, onde só ficam o paciente e o profissional da saúde que entrega o diagnóstico.

"Os jovens usam mais preservativos que os mais velhos. Também existe a questão do relacionamento estável, em que os casais se sentem protegidos e abandonam a camisinha. Nosso objetivo aqui é atrair quem nunca fez um teste de HIV", destacou Patrícia.

Além da distribuição de 40 mil camisinhas na Galeria Prestes Maia, o Centro de Referência e Treinamento DST/Aids do estado ofereceu nesta tarde 16 mil pacotinhos com gel lubrificante e panfletos com explicações sobre HIV, sífilis e hepatites.

"O lubrificante é indicado para o sexo anal, pois ajuda a prevenir microlesões, feridas e sangramentos que poderiam expor ainda mais a pessoa ao vírus da Aids", disse Patrícia.

Mais homens
 
Cerca de 70% dos indivíduos que foram à Galeria Prestes Maia na tarde desta quinta para fazer o teste rápido de HIV eram homens, de acordo com a coordenadora da campanha em São Paulo, Karina Wolffenbruttel.

"Dos 526 municípios paulistas que estão participando, a maioria está fazendo exames de sangue convencionais. Até o dia 1º, nossa meta é atingir 20 mil testes – 25% deles, rápidos", disse. Os reagentes usados para o diagnóstico são produzidos pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz, e por fabricantes do Espírito Santo.

Segundo Karina, os exames tradicionais levam mais tempo para ficar prontos, mas acabam atendendo um número maior de pessoas por dia. O grande problema é que muitas não voltam para pegar o resultado.
A coordenadora da campanha ressalta que, neste sábado (24), o Programa Estadual de DST/Aids vai ficar aberto das 9h às 16h, na Rua Santa Cruz, 81, perto do metrô Santa Cruz, na Zona Sul da capital.

A meta é incentivar também os grupos considerados vulneráveis, que incluem usuários de drogas, homossexuais, travestis e profissionais do sexo.

Aumento da Aids entre jovens
 
No evento "Aids: missões para o futuro", realizado pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas na manhã desta quinta-feira, em São Paulo, o ministro Alexandre Padilha falou sobre os desafios no combate ao HIV no país, que inclui lidar com pacientes que vivem mais tempo, graças ao uso de medicamentos antirretrovirais, e os efeitos colaterais decorrentes disso.

"São novas situações que aparecem quando os pacientes vivem por mais tempo, como problemas cardiovasculares, envelhecimento precoce e questões de saúde mental", disse.

Segundo o ministro, o Brasil passou de um diagnóstico precoce de 32% da população com HIV em 2006 para 37% no ano passado. Nesse mesmo período, o número de mulheres grávidas que fazem o teste de Aids durante o pré-natal subiu de 63% para 84%.

Além disso, 29% dos pacientes com HIV começam o tratamento tardiamente no país, índice à frente dos EUA, onde a taxa gira em torno de 33%. Entre os novos casos, metade é de homens jovens (de 15 a 24 anos) e homossexuais.

"Existe uma geração mais jovem no Brasil que não teve ídolos, artistas, parentes ou amigos que morreram de Aids. Mais de 80% desses jovens sabem que usar camisinha é a única forma de evitar DSTs. Mas menos da metade usa", ressaltou o ministro. Por isso, o governo quer concentrar esforços em festas, baladas, estúdios de tatuagem e salões de manicure.

"Precisamos despertar uma atitude nessa geração que está informada, mas não se previne", afirmou Padilha.

Aids no mundo

Atualmente, 34,2 milhões de pessoas vivem com HIV/Aids em todo o mundo – metade delas sem saber –, e 23,5 milhões estão concentrados na África Subsaariana. Entre as crianças, são 2,5 milhões de soropositivas atualmente.

No ano passado, o mundo teve 2,5 milhões de novos infectados, um total de 7 mil novos casos por dia. O número total de mortes por Aids no planeta chega a 35 milhões – 1,7 milhão só no ano passado. No Brasil, houve uma interrupção no aumento de mortes anuais pela doença.

Entre os países da América Latina, o Uruguai lidera os casos de HIV, seguido da Argentina e do Brasil. 
Segundo o diretor do Hopsital Emílio Ribas, David Uip, o mundo ainda está longe de uma vacina segura e eficaz contra a Aids.

"Por isso, precisamos trabalhar na educação, na mudança de comportamento e no tratamento do maior número de infectados possível", apontou.

Uip citou que, da década de 1980 até agora, o mundo passou de uma ignorância completa sobre a Aids para uma complacência total.

"Uma coisa é ter otimismo, que é necessário, outra é publicar notícias que não são reais e criar uma expectativa na população de que o problema está acabando. Os jovens não viram o que ocorreu na década passada, então estão se expondo muitas vezes voluntariamente", disse em um debate com jornalistas.

Fonte : G1

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