Pular para o conteúdo principal

Cuidado com a compulsão alimentar

Você sabia que o ato de comer grandes quantidades de comida em curto espaço de tempo pode ser diagnosticado como um transtorno alimentar e deve ser tratado?
Uma alimentação saudável e adequada é um direito humano básico que envolve a garantia ao acesso permanente e regular, de forma socialmente justa, a uma prática alimentar adequada aos aspectos biológicos e sociais do indivíduo. A escolha por alimentos saudáveis diz respeito à ingestão de alimentos que possuem sua composição nutricional balanceada, mas também, a como os alimentos são combinados entre si e preparados, a características do modo de comer e às dimensões culturais e sociais das práticas alimentares, contribuindo de forma essencial para a boa saúde.
Em nenhuma época o corpo magro e esbelto esteve tão em evidência como nos tempos atuais. É deste modo que as práticas de emagrecimento vêm aumentando de forma alarmante, especialmente os transtornos alimentares (TAs), e isso começa a preocupar os especialistas, tornando-se importante problema de saúde pública.
Os TAs mais comuns são a anorexia nervosa, a bulimia nervosa e o transtorno da compulsão
alimentar, sendo transtornos de origem multifatorial que necessitam de avaliações e de abordagens que contemplem os vários aspectos envolvidos em sua origem e manutenção.

A compulsão alimentar é caracterizada pelo consumo de uma grande quantidade de alimentos em um curto espaço de tempo. Quando alguém tem o transtorno, muitas vezes o observa tarde demais. A Dra Maria de Fátima de Magalhães Gonzaga, coordenadora do ambulatório de Endocrinologia Geral e do ambulatório de Diabetes Mellitus do Hospital Universitário de Brasília fala sobre o assunto ao Portal Saúde Brasil.

“A compulsão alimentar caracteriza-se pela ingestão de quantidade excessiva de alimento em um curto período de tempo, quantidade esta muito maior do que a maioria das pessoas conseguiria ingerir em circunstâncias similares”, explica a endocrinologista. “Após o episódio de compulsão alimentar, a pessoa sente-se culpada por não ter conseguido controlar-se diante da comida, por ter exagerado na alimentação mesmo sem estar fisicamente com fome e, consequentemente, haverá a condenação de si, a auto-recriminação. É muito comum identificar nesses indivíduos tristeza, ansiedade e depressão.”

Segundo Maria de Fátima, além da questão emocional, a compulsão alimentar favorece o ganho de peso, e isso predispõe à hipertensão, ao diabetes, e ao desenvolvimento de outras doenças associadas ao excesso de gordura corporal. E nem sempre o transtorno é identificado antes que o paciente já sofra com problemas de saúde. “É mais frequente a busca de tratamento para sobrepeso ou obesidade. Geralmente o indivíduo só falará desse transtorno alimentar se lhe for feito perguntas que auxiliam na identificação”, aponta.

Muitas vezes quem sofre o transtorno sabe que está fazendo algo de errado, mas não consegue identificar. Vale ficar bem atento. Existem algumas questões que ajudam qualquer pessoa a descobrir se tem ou não compulsão por alimentos. Você tem sensação de mal estar porque o seu estômago está sempre cheio? Tem a sensação de perda de controle da quantidade que come? Pensa demasiadamente em comida a ponto de parecer que ela controla a sua vida? Sente-se culpado por ter ingerido maior quantidade de alimento do que precisaria? Já comeu escondido por sentir-se constrangido em comer ao lado de outras pessoas? Se a resposta for sim para, pelo menos, duas dessas questões, há bastante possibilidade de você ser portador de compulsão alimentar.

Existe quadros mais leves e mais severos de compulsão alimentar. Tudo depende do quanto ela ocorre no prazo de uma semana. “Define-se como leve a compulsão alimentar que acontece numa frequência de 1 a 3 episódios por semana. É moderada se ocorre de 4 a 7 vezes por semana, severa quando entre 8 a 13 episódios por semana e extrema se acontecem 14 ou mais episódios nos últimos sete dias”, explica a endocrinologista.


TRATAMENTO

As metas do tratamento dos TAs incluem regularização do padrão alimentar, suspensão das práticas purgativas, restritivas e orientação nutricional, além do tratamento psicológico e psiquiátrico. O tratamento deve ser feito por equipe multidisciplinar especializada, composta por psiquiatra, terapeuta, nutricionista, assistente social, enfermeiro, cirurgião-dentista e psicólogo, sendo possível o envolvimento de outros profissionais.

“Alimentar-se adequadamente e não ficar longos períodos sem comer ajuda a evitar os episódios de compulsão alimentar. Para as nossas emoções precisamos buscar alternativas que não sejam a comida. Então se você está triste, ansioso ou estressado, a sua necessidade pode ser preenchida ao conversar com um amigo, com um familiar ou com um profissional”, ensina Maria de Fátima. 

Outras atividades também podem ajudar a acabar com o transtorno. “A atividade física, a prática esportiva, integrar-se a um grupo, ajudar pessoas em atividades voluntárias, tudo isso ajuda a lidar melhor com as emoções. E como intervenção, a psicoterapia, especialmente a cognitivo-comportamental é a mais estudada e efetiva; e alguns medicamentos podem ser utilizados para auxiliar o tratamento”, finaliza a endocrinologista.

Comentários

Populares

UFF Responder: Dengue

 🦟 A elevação do número de casos de dengue no Brasil tem sido motivo de preocupação no âmbito da saúde pública. Entretanto, com a campanha de vacinação, a esperança é que a população esteja imunizada e que a mortalidade caia.  🤔 Para esclarecer as principais dúvidas acerca da dengue, conversamos com a professora Cláudia Lamarca Vitral, do Departamento de Microbiologia e Parasitologia da UFF. 💬 A docente aborda temas como as razões para o aumento dos casos, as diferenças entre os sorotipos do vírus, sintomas, infecções simultâneas e as principais medidas no combate à proliferação da doença. Além disso, também elucida questões sobre a tão esperada vacina. Leia a matéria completa pelo link: https://bit.ly/3SuOZXV #UFFResponde

Janeiro Branco

 Saúde mental em foco aqui na Universidade com o Janeiro Branco. 💙 O movimento criado propositalmente no primeiro mês do ano amplia a perspectiva de discussão sobre saúde mental e reforça a necessidade de ações de prevenção, que estimulem a qualidade de vida de todos.  Aqui na UFF, diferentes ações institucionais corroboram com esse propósito. Confira: ▶ Projeto Gato em teto de zinco quente: voltado para as grandes dificuldades psíquicas apresentadas por estudantes e egressos da UFF, e, também, pelas crianças e jovens do COLUNI. Para marcação, ligar: 2629-2664 ou 998117129. Mais informações: subjetividadefeuff@gmail.com ▶ Projeto Saúde e Bem estar da UFF: disponibiliza escuta psicológica para servidores e estudantes. Saiba mais em (21) 96743-8502 ou sabegra.uff@gmail.com. Siga o perfil @sabegra.uff ▶ SPA da Escola de Psicologia: disponibiliza vagas para atendimento psicoterápico à comunidade de Niterói. Oferece também espaços de cuidado grupal com a Oficina Vivências Negras, somen

Normas Vancouver curiosidades

Normas Vancouver: dia de um manual muito explicativo Como referenciar e citar seguindo o estilo Vancouver. Elaborado pela professora Jeorgina Getil( Fiocruz), o manual é muito explicativo e vai te ajudar nos trabalhos acadêmicos. Este guia baseia-se nas recomendações das “Normas de Vancouver” - Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals, organizadas pelo International Committee of Medical Journal Editors Vancouver Group (www.icmje.org), documento adotado pela grande maioria das revistas científicas nacionais e internacionais da área. ( GENTIL, 208) Fonte: http://www.fiocruz.br/bibsmc/media/comoreferenciarecitarsegundooEstiloVancouver_2008.pdf

Campanha Hanseníase 2018

Fonte: Portal da Saúde

Getulinho reabre a pediatria

Sem emergência há 1 ano e 2 meses e após o fim da UTI pediátrica por determinação da Vigilância Sanitária Estadual em dezembro, o Hospital Municipal Getúlio Vargas Filho, o Getulinho, no Fonseca, Niterói, retomou  nesta quinta-feira os atendimentos à população, só que no estacionamento. O hospital de campanha montado, com capacidade para atender 300 crianças por dia, foi alívio para a população e deverá durar o tempo das obras de reforma da unidade. “Esperamos atender 150 por dia na primeira semana”, declarou o coordenador-geral da Força Estadual de Saúde, Manoel Moreira. Foram disponibilizados também ambulância e CTI. Ao assumir, o prefeito Rodrigo Neves decretou situação de emergência no atendimento de urgência pediátrica no município e assinou termo de compromisso para a instalação do hospital de campanha com a Força Estadual. Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia   Nesta quinta-feira, a auxiliar de serviç