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Alimentação: pães saborosos e ao mesmo tempo saudáveis


A grande oferta de pães integrais nas prateleiras dos supermercados torna sua escolha uma tarefa nem sempre fácil, afinal, tem pão com tudo quanto é grão, castanha e sementes. Mas será que ao levar esse tipo de produto para casa, você sabe realmente o que está consumindo? Uma avaliação realizada pela Proteste no final do ano passado revelou que não. 
A pesquisa da associação de consumidores constatou que, por falta de legislação, o consumidor compra esse tipo de pão sem saber o que está levando. Por isso, solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) urgência no aprimoramento da norma vigente (RDC nº 263/2005), de modo a definir padrões de identidade, qualidade e teor mínimo de grãos nos produtos à base de cereais integrais. 
Em laboratório, foi avaliada a quantidade de fibra alimentar e a rotulagem de sete marcas de pães integrais (Bread Life, Firenze, Grãolev, Milani, Nutrella, Plus Vita, Wickbold) para mostrar a situação, sem comparar ou eleger um produto. Constatou-se discrepância entre os valores informados no rótulo e os encontrados em laboratório. A legislação permite diferença de até 20% para mais ou para menos na tabela de informações nutricionais e somente uma marca (Milani) respeitava essa margem. 
O resultado apontou, ainda, que todos os produtos apresentavam alto teor de fibras, característica essencial desse tipo de pão. Com base na “lista de ingredientes” que, segundo as normas deve ser descrita em ordem decrescente de quantidade, verificou-se também que quatro marcas (Bread Life, Grãolev, Milani e Wickbold) têm na receita maior quantidade de farinha de trigo tradicional, em comparação à integral. O que, segundo a Proteste, seria estranho, quando se trata de um produto integral. 
A nutricionista Gabriela Marcelino observa que o consumidor não tem como avaliar um rótulo a nível laboratorial, porém, pode e deve ficar atento aos ingredientes contidos no pão, como o tipo de farinha, se leva sal ou se contém ou não açúcar. 
“Para se ter certeza da quantidade expressa na tabela de valores nutricionais, é preciso saber a quantidade exata de ingredientes usados na composição do produto e calculá-la com base em tabelas nutricionais idôneas, como a Taco da Unicamp, mas essa quantidade é segredo industrial. Outra alternativa é lançar mão da análise laboratorial para saber se existem determinadas gramas de fibras em comparação com o rótulo, como feito nesse teste em que se constatou o conflito”, explica a nutricionista. 
Segundo Gabriela, conforme mostrado no teste, a falta de parâmetros detalhados pela legislação leva fabricantes a utilizarem, legalmente, farinha de trigo branca e farelo de trigo nos pães integrais. Por isso, orienta que se fique atento a esse ingrediente. Ela acredita que um produto rico em farinha branca não oferece os benefícios daquele feito principalmente com trigo não processado. 
“‘Integral’ é qualquer produto que leve algo em torno de 20 a 25% de um componente de forma integral, por isso muitos pães podem ter tudo refinado, incluindo farinha branca, mas se têm determinada porção de castanha-do-pará, por exemplo, já podem ser considerados integrais”, esclarece a nutricionista Vânia Barberan, da Associação de Nutrição do Estado do Rio de Janeiro (Anerj). “Isso é muito enganoso, mas a legislação brasileira permite isso quando não estabelece parâmetros para esse tipo de produto. A indústria utiliza, portanto, o termo integral mais como marketing do que como oferta de um produto de qualidade”, acrescenta. 
Outro item a ser avaliado, segundo Gabriela Marcelino, é o tipo de gordura. “Deve-se evitar alimentos ricos em gordura trans”, pontua, recomendando, ainda, a variação de produto. 
“Uma alimentação saudável e equilibrada está na variação de alimentos. No caso do pão integral, isto serve para a quantidade de grãos, se tem sementes oleaginosas ou não. Deve-se dar preferência a marcas conhecidas, idôneas, e antes de comprar uma nova, sempre consultar alguém que já a tenha usado. E em caso de dúvidas, procure tirá-las com o fabricante”, indica. 
Sobre opções light, Gabriela explica que o pão light é sempre comparado ao produto tradicional da mesma marca, e deve apresentar 25% menos calorias, gorduras e açúcares. Portanto, seu o valor calórico varia muito a ponto de alguns light serem mais calóricos que tradicionais de outras marcas, é preciso se ater à embalagem.
Integral ou não: eis a questão
A nutricionista Vânia Barberan alerta para uma desvantagem do pão integral: os conservantes. Segundo ela, a farinha de trigo integral não dá liga – o pão feito essencialmente com ela fica duro e com validade curta, estragando ou mofando rápido. Mesmo que o pão só tenha um componente nessa forma, que pode ser uma passa inteira (ingrediente que estraga fácil), “as indústrias utilizam uma quantidade de conservadores, aditivos, maior que nos demais”. 
“Oriento meus pacientes a prestarem atenção: quanto maior a quantidade de componentes com nomes estranhos, como antiumectante, acidulantes, mais deve ser evitado o produto. Esses ingredientes obscuros são usados para conservar o pão macio por mais tempo, palatável e com aroma agradável, mas podem prejudicar a saúde”, destaca Vânia Barberan. 
“Se você já tem uma alimentação saudável, equilibrada, não faz mal comer de manhã um pão de padaria, do tipo francês (ou de sal), aquele que fica duro no dia seguinte, justamente por conter menos desses conservadores, que a indústria acaba vendendo como uma vantagem”, argumenta. 
Segundo a nutricionista, fibra faz bem, mas não é por ela que se deve dar preferência ao pão integral. “Fibra por fibra, é muito mais vantagem comer legumes e verduras do que pão. No café da manhã, é mais saudável comer um pãozinho francês com manteiga, tomar um iogurte, comer uma fruta, uma castanha-do-pará, tudo sem conservadores, do que comer um pão integral”, ensina.

Fonte: O Fluminense

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