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Esperança à vista para as mulheres com câncer no útero

Publicada nesta semana pelo periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, da Academia Americana de Ciências, pesquisa realizada por um grupo de cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, identifica genes ligados ao câncer no endométio (camada que reveste o útero) e abre precedente para a criação de tratamentos novos e personalizados contra a doença. 

Segundo tipo de câncer que mais afeta a população feminina, com previsão de pelo menos 18 mil novos casos para esse ano, de acordo com o Inca, o câncer de colo de útero pode ser evitado. O radioterapeuta da Clínica São Carlos, José Luis Fuser Jr., explica que a doença costuma se desenvolver lentamente, o que facilita o diagnóstico precoce. 

“Esse tipo de câncer passa por uma fase de pré-malignidade que pode durar anos, tempo suficiente para ser descoberto nos exames de rotina antes que se torne agressivo”, explica o médico.

Para Fuser, a mortalidade associada à doença se dá pelo fato de a prevenção ainda não ser totalmente difundida na população brasileira.

“A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as mulheres passem por exames ginecológicos preventivos a cada 3 anos, após ter recebido negativa para o papilomavírus humano (HPV, sigla em inglês) em 2 anos seguidos. Porém, a maioria das mulheres em idade reprodutiva não segue esse calendário”, pontua o oncologista.

A relação com o HPV – Sabe-se que o desenvolvimento de um câncer está atrelado a fatores como predisposição genética, hábitos alimentares e estilo de vida. No entanto, alguns tumores podem nascer a partir de uma infecção viral. Esse é o caso do câncer de colo de útero. Apesar de existirem mais de 100 subtipos do vírus, a OMS considera apenas 13 como oncogênicos. Desses, HPV-16 e HPV-18 estão associados a mais de 70% dos casos de câncer de colo de útero. Vale lembrar que 98% dos casos desse câncer têm relação direta com algum subtipo do vírus. Cânceres de boca, ânus e pênis também podem ser desencadeados pela infecção.

Os números preocupantes reforçam a importância de lembrar que a prevenção deste tipo de câncer pode ser feita com cuidados simples, entre os quais a vacinação.

“Muitas pessoas ainda não sabem que o câncer de colo de útero está relacionado com o vírus do papiloma humano (HPV), transmissível sexualmente e presente na maior parte das lesões pré-cancerígenas. As vacinas aprovadas pelo Ministério da Saúde para uso no Brasil previnem os principais tipos de HPV associados a esse câncer e às verrugas genitais e são recomendadas para mulheres entre 9 e 26 anos”, explica Renato Kfouri, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Isabella Ballai, presidente da regional Rio de Janeiro da SBIm, acrescenta que as vacinas oferecem taxa de soroconversão (capacidade de gerar produção de anticorpos e proteção) que chega a 99%. “São eficazes na prevenção, mas é importante saber que elas não têm ação de tratamento e não previnem todas as infecções causadas por todos os tipos de HPV e nem outras doenças sexualmente transmissíveis”, orienta a médica. “Por isso”, enfatiza Ballalai, “a vacinação, apesar de essencial, não elimina a necessidade de as mulheres realizarem anualmente o exame preventivo Papanicolau, nem dispensa o uso de preservativo durante a relação sexual”.

Medidas preventivas

Existem vacinas eficazes contra os tipos mais oncogênicos, por isso meninas devem ser vacinadas por volta dos 9 anos de idade;

É fundamental o uso de preservativos em todas as relações sexuais;

Mulheres devem passar por consultas periódicas. O exame Papanicolau está disponível na rede pública de saúde e detecta a infecção em estágios iniciais, quando as verrugas ainda não são visíveis a olho nu;

A mulher que descobrir uma infecção pelo HPV deve iniciar imediatamente o tratamento indicado pelo seu ginecologista e informar seu parceiro para que ele também investigue uma possível infecção.


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