A vacinação é o método com melhor custo-benefício para reduzir a pneumonia nos países em desenvolvimento e nos desenvolvidos. É o que aponta relatório da consultoria britânica Economic Intelligence Unit (EIU), preparado para lembrar o Dia Mundial de Combate à Pneumonia, que acontece na próxima segunda-feira. Intitulado "Cuidados preventivos e envelhecimento saudável: uma perspectiva global", o documento conta com análises baseadas em experiências de oito países, o Brasil entre eles.
— Depois da água potável, o evento com melhor custo-benefício para saúde pública são as vacinas. As medidas preventivas são mais eficazes e têm custos menores do que o tratamento da pneumonia, que envolve uso de antibióticos, hospitalizações e a presença de familiares para cuidar dos pacientes em muitos casos — argumenta Rosana Richtmann, presidente da Sociedade Paulista de Infectologia.
De acordo com o documento, patrocinado pela empresa Pfizer, a pneumonia é a principal causa de mortes por doenças imunopreveníveis (que podem ser prevenidas por meio de vacinação) no mundo. Gera a morte de uma criança a cada 20 segundos no mundo e é ainda mais letal com os maiores de 65 anos.
Na América Latina, a pneumonia é a terceira causa mais comum de morte em adultos com mais de 65 anos. No Brasil, é a segunda doença respiratória mais comum. Em 2005, ano que consta no relatório, foram 35.903 mortes. Mais de 8% ocorreram em pacientes menores de cinco anos e 61% no grupo dos maiores de 70 anos.
— Esse aumento da letalidade e da morbidade da pneumonia na maturidade tem a ver com imunossenescência (processo de envelhecimento do sistema imunológico) e o fato dos idosos estarem menos protegidos em termos de vacinação do que as crianças — explica a médica infectologista Rosana.
O relatório também chama a atenção para o envelhecimento cada vez maior da população. Em 2050, segundo o documento, o número de pessoas com 60 anos ou mais em todo mundo saltará dos atuais 605 milhões para um número próximo a 2 bilhões, o que representará um terço da sociedade global. A consequência é um número maior de indivíduos afetados por doenças crônicas, como diabete e insuficiência cardíaca, o que aumentará os custos governamentais. A conclusão do estudo é que a melhor maneira de lidar com o problema é investir na prevenção.
O documento ainda destaca os gastos com saúde no Brasil. Representaram 9,1% do Produto Interno Bruto (PIB). A proporção fica atrás apenas de Estados Unidos (18%) e do Reino Unido (9,7%). O número de médicos e leitos hospitalares por mil habitantes no país, porém, é inferior em relação às demais nações que mais investem.
Fonte: Jornal Extra
Comentários
Postar um comentário