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Brasileiros estudam usar células-tronco contra doença ocular

Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) estão desenvolvendo uma forma de terapia utilizando células-tronco que pode, no futuro, ajudar a tratar um problema de visão que leva idosos à cegueira, a chamada degeneração macular relacionada à idade (DMRI). O projeto está em fase de testes e vem sendo desenvolvido em parceria com a Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos. 
Detalhes foram apresentados nesta quinta-feira (22) pelos cientistas na reunião anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (Fesbe), em Caxambu, Minas Gerais. A pesquisa ainda está em seu estágio inicial. Além da degeneração macular relacionada à idade, pessoas com outras doenças oculares que afetam a mácula (como as doenças congênitas maculares) poderão se beneficiar da terapia.
Os testes pré-clínicos com animais, como ratos, tiveram resultados satisfatórios, diz o pesquisador Rodrigo Brant, da Unifesp, que está fazendo seu doutorado sobre o assunto. Ele afirma que o projeto entrou em uma nova fase, a primeira etapa de testes clínicos em humanos - 15 pacientes com degeneração macular ou doença de Stargardt (distúrbio genético ligado à degeneração macular juvenil) vão ser selecionados para participar dos experimentos, que serão realizados no Brasil.
Pioneiro
Trata-se de um dos primeiros estudos clínicos com células-tronco embrionárias do país, afirma o professor de oftalmologia da Unifesp, Maurício Maia, um dos coordenadores brasileiros da análise. Uma das etapas da pesquisa é fazer com que células-tronco embrionárias se diferenciem em um tipo de célula específico da retina, o chamado epitélio pigmentar da retina (célula EPR), explica ele.

As células são cultivadas em um aparato bem fino, um tipo de membrana, para que fiquem alinhadas e sejam colocadas em posição bem próxima à encontrada dentro dos olhos. Uma vez feito o cultivo "in vitro", o plano é realizar uma cirurgia para inserir a membrana com as células EPR diferenciadas no globo ocular do paciente.
As células cultivadas devem "repor" as do epitélio pigmentar da retina que se tornaram disfuncionais ou morreram em razão da degeneração macular, afirmam os cientistas. Eles afirmam ter obtido uma linhagem celular estável, que apresentou baixo risco de formação de tumores em ratos. Este dado, diz Maia, é importante como base para a execução de futuros implantes em pacientes.
Evidências
Nos testes em ratos, a degeneração da retina desacelerou em animais que receberam a “reposição” de células EPR, em comparação com os outros, afirmou o pesquisador Bruno Diniz, também da Unifesp. O professor Maia ressaltou que a degeneração foi geneticamente programada nas cobaias.

Diniz, que defendeu seu doutorado recentemente, disse ainda que testes mostraram que os animais com “renovação” das células EPR mantiveram capacidade visual por mais tempo que os outros ratos sem implante.
A "organização" das células no suporte é importante para saber se elas terão maior funcionalidade, ressalta Diniz. "As células EPR no corpo humano estão alinhadas, em uma camada. Tem uma face delas que precisa ficar em contato com as células nervosas" para que elas funcionem corretamente, afirma o pesquisador.
O alvo da pesquisa é a degeneração macular ligada à idade. O problema atinge um grande grupo de idosos acima dos 65 anos em todo o mundo. São 700 mil pacientes diagnosticados com o problema por ano apenas nos EUA, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os pesquisadores ressaltam que esta primeira etapa de testes terá como meta avaliar a segurança. Os procedimentos cirúrgicos, quais os instrumentos a serem utilizados, se as células sobrevivem após serem implantadas no olho também são aspectos a serem levados em conta. "Não é para avaliar eficácia, isso vai ocorrer numa segunda etapa", afirma Diniz.
Foi assinado um tratado de cooperação entre o grupo de pesquisa nos EUA e o CNPq, o que ajudou a fazer com que os testes sejam realizados no Brasil. A autorização pelo Comitê de Ética da Unifesp já foi dado, mas ainda falta o parecer final da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), ressalta Brant. “Pediram mínimos ajustes, estamos aguardando o ‘ok’ deles”, afirmou.
Não há prazo para a conclusão do estudo, de acordo com os pesquisadores, que esclarecem ter dado o “primeiro passo”. “Estamos ainda distantes de algum tipo de técnica definitiva que possa ser usado na prática médica em hospitais. É importante que pacientes com tais problemas de visão estejam cientes”, disse Maia. “No entanto, há um futuro muito promissor.”
Fonte: G1

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