Por Por: Juliana Xavier (Cogepe/Fiocruz) 28/04/20
Abril é o mês conhecido como Abril Verde, tendo no dia 28, a data em que é marcada como o Dia Mundial da Segurança e da Saúde no Trabalho, instituído pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). No Brasil, a Lei 11.121/2005 estabeleceu a mesma data como Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, visando promover a conscientização sobre a importância da segurança e da saúde do trabalhador.
No Brasil, de acordo com dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, de 2012 a 2018, foram registradas quase 16,5 mil mortes e 4,5 milhões de acidentes. Para Armando Rocha, Técnico em Saúde Pública e Segurança do Trabalho, do Núcleo de Vigilância em Saúde do Trabalhador (Nuvst/CST/Cogepe) e integrante do GT de Acidente de Trabalho da Coordenação de Saúde do Trabalhador (CST/Cogepe), é preciso priorizar a redução desses números, sendo este, o único caminho que irá levar à preservação da vida dos trabalhadores, promovendo saúde e segurança no ambiente de trabalho. “Esse alto número de acidentes de trabalho e as perdas de vidas, nos mostram como é importante o investimento na prevenção dos acidentes de trabalho”, salientou.
Ainda segundo Armando, essa prevenção pode ser realizada investindo em ambientes de trabalho adequados, que proporcionem mais segurança para os trabalhadores. “É de extrema necessidade que esses ambientes sigam os padrões de segurança exigidos, disponibilizando equipamentos de proteção coletiva (EPC) e equipamentos de proteção individual (EPI), conforme as necessidades de cada atividade e em interação com os trabalhadores”, ressaltou Armando Rocha.
Data ganha triste destaque com pandemia
Para Sônia Gertner, Coordenadora da CST, a data se reveste de maior relevância neste ano em que tantos trabalhadores estão expostos aos riscos de contrair a doença Covid-19 exatamente por estarem exercendo suas responsabilidades de trabalho. “É preciso não naturalizar estes riscos e perdas, mas sim, garantir aos trabalhadores a proteção e os direitos (tão expropriados atualmente em nosso país) e, quando necessário, reconhecer o nexo causal desse adoecimento”, enfatizou. Nesse contexto é fundamental que as orientações vão além das medidas individuais de proteção e aquelas relacionadas à biossegurança e contemplem as condições e a organização do trabalho, para assim, assegurar práticas ampliadas em saúde do trabalhador.
Da mesma forma a atenção à saúde mental dos trabalhadores da saúde e das equipes envolvidas no enfrentamento da Covid-19 é relevante, tal qual, a proteção à saúde física. “É esperado que esses trabalhadores que estão hoje na linha de frente, experimentem a condição de sofrimento psíquico diante do contexto da pandemia, o que nada tem a ver com fraqueza.
A Fiocruz disponibiliza um canal de apoio para os Servidores da instituição.
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